.png)
A busca por uma das quatros vagas nas semifinais contou com atleta jogando lesionado, shows de quebra de saques e o clima fechando no jogo mais disputado do dia
Por Júlia Barduco
As quadras de saibro do Udi Tennis receberam no último domingo (1) as atletas que disputam o título de melhor tenista da UFU na Olimpíada 2023. Os quatro jogos valiam vagas nas semifinais, que ocorrem no próximo fim de semana, e surpreenderam pelo bom nível técnico.
Monetária x Educação Física
As atletas Beatriz Resende e Bianca Gobetti, da Monetária e Educa, respectivamente, jogaram na quadra 2 às 16h. Sob o sol forte de outubro, a atleta do curso de Relações Internacionais começou no serviço, mas foi surpreendida pelo backhand quase sempre certeiro da adversária, que foi capaz quebrar o serviço com a parcial de 15/40.
No segundo game, Beatriz entrou no jogo e conseguiu devolver a quebra da Educa, após se recuperar de um 15/40 no início do game, emplacar 40 iguais, perder a vantagem e recuperá-la com duas bolas curtas logo em seguida. A parcial terminou em 40/40(2). No terceiro game, Bianca sentiu o gosto amargo da derrota disputadíssima no ponto anterior e conseguiu surpreendentes 0/40.
O show de quebra de saques continuou no quarto game, onde a Monetária passou “fácil” pelo serviço da adversária e fez um 15/40 rapidamente. A facilidade, contudo, não duraria muito tempo, uma vez que a atleta da R.I., que voltou de uma lesão no joelho, sentiu dores no quinto game e acabou perdendo a parcial por 30/40, de virada, após uma sequência de cinco acertos da atleta de azul e laranja.
O problema no joelho prejudicou os movimentos de Beatriz, que sentiu dificuldades em ir atrás das bolas da rival, que variavam entre acertar paralelas nos extremos da quadra ou forçar diagonais curtas. Assim, mesmo diante da resiliência da atleta, que batalhou por cada bola até o final, a Educa levou a vitória depois de Bianca confirmar o serviço no sexto game, com 40x30, quebrar no sétimo, 40/40(2), confirmar no oitavo, 40/30, quebrar no nono, 15/40 e confirmar no décimo, 40(2)/40.
Após a vitória por 8 a 2, Bianca contou que é estreante no tênis e não esperava chegar tão longe na competição, especialmente por ser multiatleta e estar defendendo a Educa em outros três esportes.
“É a primeira vez que estou jogando esse esporte. Estou jogando também handebol, basquete e futsal, inclusive, jogo tudo hoje. Acho que a dificuldade para mim era o tênis, porque é uma grande novidade”, explicou, rapidamente antes de sair do saibro direto para as quadras para enfrentar o time da Engenharia UDI no basquete.
Engenharia UDI x Exatas
Às 17h na quadra 1, Engenharia Udi e Exatas competiam com as atletas Letícia Gomides e Ariane Gussi, no jogo mais desequilibrado do dia.
A defensora do time aurinegro venceu a representante do Gorila por 8 games a 0. Não à toa, uma vez que a atleta pratica o esporte desde os oito anos de idade e defende o manto da atlética mais velha de Uberlândia desde o início da graduação.
Com o único objetivo de não deixar a Engenharia UDI, que só ficou de fora do pódio do tênis feminino uma vez na história recente da Olimpíada, distante das medalhas da categoria, Letícia conta que a preparação para a competição foi turbulenta.
“Estou no último período [de Engenharia Ambiental], trabalho, não deu pra treinar muito. Mas felizmente está dando tudo certo! O jogo de hoje, mesmo, foi bem mais tranquilo que o da semana passada. O tempo está bem mais fresco. A expectativa é levar o ouro de novo”.
Biológicas x Computação
A disputa alviceleste começou também às 17h, dessa vez na quadra 2, com um peso a mais sob as costas das atletas Vitória e Débora: quem quer que levasse a melhor, levaria a atlética para a disputa por pódio pela primeira vez na história recente da categoria.
Quem venceu o jogo, que também estava desequilibrado, foi Débora. Capaz de realizar os famosos deslizes pelo saibro e jogar com as extremidades a seu favor, a representante da Computação - que caiu nas quartas ano passado contra a medalhista de bronze, Thayse, da Monetária - demonstrou ter avançado na técnica e conseguiu parciais de 40(1)/30, 0/40, 40/15, 40/40(1), 40/15, 15/40, 40/15 e 30/40.
Débora falou com o ARQ UFU sobre a sensação de estar na semi, competindo pelo pódio este ano.“É uma novidade pra mim, não sabia que eu estava na semi! Estava bem perdida, vim sem expectativas. Eu jogo sem pretensão alguma. Para mim, o bom é vir, competir, brincar”.
Sobre os deslizes no saibro, destaque em sua participação na competição, ela conta:
“Eu prefiro o saibro às quadras rápidas, acho bem mais gostoso, mais fácil de jogar, especialmente porque tenho dificuldade em quadras rápidas. Para mim, foi ótimo a escolha [por esse tipo de quadra] esse ano”, explicou.
Odonto x Engenharias Udi
O Sol, que apesar de não estar tão forte quanto no primeiro fim de semana da competição, resolveu dar uma trégua logo no início do último e mais aguardado jogo do dia. O clima fechou, em todos os sentidos possíveis, sobre o saibro do Udi Tennis nos jogos que aconteciam às 18h.
Em quadra, as atletas Giovanna (Odonto) e Lohanna (Eng. UDI) se reenfrentaram pela primeira vez após o jogo que eliminou a mestranda em Engenharia Mecânica na Olimpíada do ano passado. A partida, que se assemelhava em técnica a uma disputa das primeiras rodadas de um Roland Garros - com o perdão da hipérbole -, teve serviço confirmado atrás de serviço confirmado, quebras sempre devolvidas na mesma moeda, pontos duvidosos e direito à torcida de familiares e amigos.
Giovanna começou o serviço no primeiro game e acabou levando a melhor em um 40(2)/30 que contou com pontos iguais duas vezes - nos pontos 15 e 30. Lohanna, contudo, não deixou barato e confirmou o serviço no segundo game, depois de sair na frente nos dois primeiros pontos, 30/0, deixar Giovanna alcançar, 30 iguais, e finalmente vencer o game ao levar a vantagem no 40/30. O jogo ainda precisou ser pausado duas vezes para a verificação da marca da bola no saibro, uma vez em cada lado da quadra, pela juíza.
No terceiro game, a representante da Engenharia UDI quebrou o serviço da adversária da Odonto, novamente após 15 iguais, 30 iguais e levar a vantagem no 30/40. No quarto game, o tempo fechou definitivamente, e o vento forte já prejudicava a mira das atletas, mas Giovanna foi capaz de usar até isso ao seu favor ao devolver a quebra da engenheira por engatar um 15/40 utilizando as extremidades.
Os serviços dos dois games seguintes foram confirmados por Giovanna e Lohanna, respectivamente, após erros no saque de cada uma delas, alinhados com a chuva que começava a cair persistentemente, favorecendo hora uma, hora outra.
No sétimo game, quando a chuva já deixava de ser um mero empecilho para se tornar a principal rival das atletas, Giovanna sacou e conseguiu emplacar um 30/0. Lohanna parecia estar prestes a voltar com força total ao pontuar pela primeira vez no game e chegar ao 30/15, contudo, o jogo foi interrompido com gritos do staff do Udi Tennis, que dizia: “Chega, meninas, vocês vão cair na lama”, antes de fechar a quadra 2 e escoltar torcida, atletas e imprensa para o saguão das instalações.
Atualização: o jogo foi retomado na noite de quinta-feira (5), no Udi Tennis, às 21h. A tenista da Odonto Giovanna Bastos venceu Lohanna, da Engenharia UDI, por 8 a 6 e se classificou à semifinal do tênis de campo feminino.
Finais
No próximo sábado, no último fim de semana da Olimpíada, Letícia (Engenharia UDI) e Débora (Computação) competem pela primeira vaga na final na quadra 1 do Udi Tennis. Por sua vez, o jogo entre Bianca (Educa) e Giovanna (Odonto) definirá a segunda finalista, também na quadra 1.
A final e a disputa pelo bronze, por sua vez, ocorrem no domingo, na quadra 1 do Udi Tennis.
Comments