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Provas de campo no atletismo da Olimpíada UFU contam com nova modalidade e muito calor

Estreia do lançamento de disco e quebra de recordes no arremesso de peso foram os destaques do dia


Por Mateus Batista


As provas de campo do atletismo na Olimpíada UFU foram disputadas no sábado (23), no SESI Gravatás. Quem se deslocou até o bairro Jardim dos Gravatás para competir ou acompanhar os atletas presenciou três grandes eventos: a estreia do lançamento de disco na competição, a quebra de recordes nos arremessos de peso feminino e masculino, e também o forte calor que atingiu todo o país.


Os termômetros bateram a casa dos 36ºC em Uberlândia, mas a sensação térmica no atletismo era maior. Atletas e torcedores reclamaram do forte calor e, principalmente, do Sol. Porém, isso não impediu o ótimo desempenho das atléticas dentro e também fora de campo, encantando quem veio de fora para acompanhar o evento, como o intercambista francês Florian Pouyllau, que está fazendo um estágio em Engenharia de Materiais na UFU.


“Eu adorei a atmosfera da torcida, as pessoas são muito engajadas. Também é impressionante ver a dedicação dos atletas nesse calor”, ressaltou Florian, que descobriu a Olimpíada depois de passar a morar em Uberlândia. “É sensacional! A cerimônia de abertura também foi muito boa”, completou.


Lançamento de disco


O lançamento de disco é uma das modalidades mais antigas da história do atletismo, com registros que datam por volta do ano 800 a.C., incluindo esculturas, trechos de contos famosos do poeta Homero, como “Ilíada” e “Odisséia”, e também na história do Mito de Perseu. A modalidade compunha uma das cinco provas do pentatlo nas Olimpíadas da Grécia Antiga, ao lado do lançamento de dardo, corrida, salto em distância e luta.


“Discóbolo”, uma escultura do artista grego Myron, também é o símbolo do curso de Educação Física | Foto: reprodução (internet)

Novidade do atletismo em 2023, o lançamento de disco na Olimpíada UFU previa, em regulamento, que cada atleta tinha direito a três tentativas iniciais. Depois de todas arremessarem nessa primeira rodada, as oito melhores passaram para a fase final, onde tiveram outras três oportunidades de lançamento para melhorarem suas marcas iniciais. A melhor marca seria levada em conta para o resultado final, independente de ter sido a primeira ou a última tentativa.


A nova modalidade foi a primeira prova de campo do dia. No feminino, contou com 15 atletas de dez atléticas diferentes: Agrárias, Artes, Engenharia Uberlândia, Medicina e Monetária tiveram dois representantes, enquanto Biologia Pontal, Educação Física, Eng. Bio. Patos, Exatas e Humanas contaram com um atleta apenas.


Na primeira fase, o destaque ficou com Kelly Cristina, da Educa, que atingiu 25,48m em sua terceira e última tentativa e avançou de fase com a melhor marca. Também se classificaram Bruna e Sabrina Brito, ambas da Monetária, Renata Britto, da Artes, Danielle Oliveira, da Exatas, Ana Caroliny dos Santos, da Medicina, Bianca Duarte, da Agrárias, e Caroliny Trevisan, da Biologia Pontal.


Na fase final, Kelly também foi a grande protagonista. Sua marca anterior já seria o suficiente para garantir o título, pois a medalhista de prata Bruna Brito atingiu 22,79m como melhor marca, mas a campeã foi além. Em sua quinta tentativa, a segunda nessa última etapa, a atleta da Educa lançou o disco a 27,70m, confirmando a medalha de ouro para a Atlética do Cachorro e também a sua melhor marca pessoal.


Kelly aproveitou para contar como fica o coração depois de enfrentar sua ex-atlética, as Artes. “O pessoal fala e não tem como, o sangue é tricolor. Eu amo o pessoal das Artes e, mesmo sendo da Educa hoje, dá pra carregar as duas tranquilamente no coração. Não tem briga! Em coração de mãe, cabe todo mundo!”, brincou a campeã da prova.


O recorde mundial do lançamento de disco é de 76,80m e pertence à Gabriele Reinsch, atleta da antiga Alemanha Oriental | Foto: Mateus Batista

Logo após a conclusão da disputa feminina, foi a vez do masculino estrear no lançamento de disco. Foram 20 atletas ao todo, com 12 atléticas participantes: Agrárias, Direito, Educação Física, Engenharia Uberlândia, Humanas, Medicina, Monetária e Odontologia tiveram dois representantes, enquanto. Artes, Computação, Eng. Bio. Patos e Exatas contaram com um atleta cada.


Na primeira classificatória, Davi Laboissiere, da Medicina, foi o grande destaque. Logo na sua primeira tentativa, o atual campeão no arremesso de peso provou seu status e atingiu 25,37m. Porém, a terceira tentativa já garantiu o ouro para o atleta da Serpente: 30,22m. Davi, que está em sua última Olimpíada, ainda atingiu 29,01m na primeira tentativa da fase final, a quarta no geral.


Em entrevista para o ARQ UFU, o estudante do 11º período de Medicina ressaltou que a atlética intensificou bastante os treinos no último mês de preparação para conseguir chegar ao resultado. Além disso, aproveitou para comentar um pouco da diferença entre o lançamento de disco e o arremesso de peso, modalidade onde compete desde 2019.


“Em tese, os movimentos são todos rotacionais, então tem como equiparar um pouco. A diferença é que o lançamento de disco exige mais técnica, enquanto o arremesso se baseia mais na força. Então, uma pessoa menor consegue se sair melhor no lançamento de disco em relação ao arremesso de peso”, afirmou o campeão da prova.


“Essa é minha ‘last dance’ aqui na Olimpíada, mas nunca é um adeus”, disse Davi em entrevista para o Arquibancada UFU | Foto: Mateus Batista

Além de Davi, foram para a fase final Douglas Ferreira, da Monetária, Caio Morábito, da Odonto, Leonardo Figueiredo, da Engenharia Uberlândia, José Lucas, da Humanas, Gabriel Moreira e Flávio Henrique Cruz, da Educa, e Davi Alves, da Medicina.


Na última etapa, alguns atletas conseguiram melhorar suas marcas, como Douglas, que foi o medalhista de prata, saindo de 26,57m para 26,70m. No entanto, as posições não se alteraram e ficaram com Davi, Douglas e Caio como os medalhistas da modalidade.


A grande surpresa ficou por conta de José Lucas Silva, da Humanas, que descobriu só no dia anterior que estava inscrito para o lançamento de disco, um esporte que ele nunca tinha praticado na vida. “Eu surtei, porque nunca tinha feito isso. Mas treinei por algumas horas e, mesmo me sentindo incapaz de fazer marcações boas, na minha última terceira tentativa conquistei o quinto lugar”. O estudante de Jornalismo complementou dizendo que ficou muito feliz com seu desempenho e que mira um pódio para o próximo ano.


Arremesso de peso


No início da tarde, o Sol era intenso, e os termômetros apontavam 36ºC, mas as condições climáticas extremas não impediram o excelente desempenho das atletas, que quebraram os recordes históricos da Olimpíada UFU.


Na disputa feminina, foram 18 arremessadoras representando 12 atléticas ao todo. Agrárias, Artes, Direito, Engenharia UDI, Fisio e Monetária contaram com dois atletas, enquanto Aplicada, Computação, Educa, Humanas, Odonto e Psicologia tiveram um representante cada.


Kelly Cristina foi novamente o grande destaque da disputa. Em sua primeira tentativa, já disparou na liderança com a marca de 9,30m. Logo depois, conseguiu atingir 9,85m, quebrando o recorde de 9,44m atingidos em 2019 por Bruna Brito, atleta da Monetária e medalhista de prata nesta edição.


O pódio do lançamento de disco se repetiu na disputa feminina. Kelly foi ouro, Bruna garantiu a prata após atingir 8,95m em seu sexto e último arremesso, ultrapassando Renata Britto, atleta da Artes, que bateu 8,82m. Nathalia Pessoa e Yasmim Bandeira, da Engenharia, Priscila Gama, da Odonto, Sabrina Brito, da Monetária, e Julia Ribeiro, do Direito, complementaram as oito que passaram para as últimas três tentativas de arremesso.


Com as suas atletas entre as oito melhores, Educa, Monetária, Engenharia Uberlândia, Artes, Odonto e Direito garantiram pontos na tabela geral do atletismo | Foto: Mateus Batista

Já na disputa do arremesso de peso masculino, foram 22 atletas de 14 atléticas diferentes. Agrárias, Educa, Engenharia Udi, Fisioterapia, Humanas, Medicina, Monetária e Odonto estiveram presentes na disputa com dois atletas, enquanto Aplicada, Artes, Computação, Direito, Eng. Bio. Patos e Exatas enviaram um representante.


E, definitivamente, o SESI Gravatás foi o palco de uma batalha de gigantes. Otávio Augusto de Oliveira, da Aplicada, e Davi Laboissiere, da Medicina, foram os donos de oito dos dez arremessos mais longos da tarde. O calor e o Sol escaldantes não chegaram nem perto da temperatura dessa disputa entre o Canguru e a Serpente.


A medalha de ouro foi decidida por apenas quatro centímetros. Isso mesmo, somente quatro centímetros. Otávio atingiu 12,40 metros em sua segunda tentativa e garantiu o ouro, enquanto Davi alcançou 12,36 metros no terceiro arremesso e ficou com a prata. Fernando Marques, da Engenharia Uberlândia, ficou com o bronze. Douglas Ferreira, da Monetária, Fábio Santos, da Agrárias, Geovani Almeida, da Engenharia Uberlândia, Caio Morábito, da Odonto, e Anderson da Silva Filho, da Monetária, complementaram o top 8.


Em sua primeira tentativa, Otávio cravou 11,87m, quebrando o recorde do próprio Davi, atual campeão da modalidade e que havia feito 11,36m na primeira tentativa. Depois, Otávio conseguiu a marca dos 12,40m e ainda outra de 12,30m, quebrando novamente o recorde. Porém, o atleta da Med mostrou porque a medalha de ouro ainda reluzia em seu peito: 12,36m no terceiro arremesso, para deixar a disputa ainda mais eletrizante e tensa.


Otávio era o atual medalhista de prata na competição, e Davi o dono do ouro. Agora, os papéis se inverteram | Foto: Ítana Santos

Na última fase, Davi tentava buscar a marca de Otávio, que também sonhava em aumentar a margem. Porém, o atleta da Aplicada não conseguiu aumentar os 12,40m impostos, porque queimou seus três arremessos, deixando a disputa ainda mais tensa e nervosa. O atleta da Medicina conseguiu arremessar bem, atingindo 11,68m na quarta e quinta tentativas, e 11,28m na última.


Após a marcação da arbitragem no último arremesso do adversário, Otávio deitou no chão e gritou, comemorando bastante. “Foi muito emocionante. A atlética é nova, então eu vejo que, ganhando medalhas, posso influenciar as novas gerações. Se eu obtive uma vitória, eles serão os próximos vitoriosos”, contou o campeão já no pódio.


Porém, antes da confirmação do título, o atleta da Aplicada aproveitou para encorajar seus companheiros que competiam no revezamento 4x100m e também os outros adversários, dando dicas de como melhorar suas marcas e exaltando todos os oponentes que foram competir.


“O vitorioso não é aquele que ganha, mas sim aquele que está se superando, então, pra mim, eu não fui o único a ganhar hoje. Todos os que foram competir foram vitoriosos, porque a vitória para si dentro do esporte é também a vitória para a vida”, completou.


Medalhistas


Lançamento de disco feminino


Ouro: Kelly Cristina (Educa) - 27,70m

Prata: Bruna Brito (Monetária) - 22,79m

Bronze: Renata Britto (Artes) - 20,59m


Lançamento de disco masculino


Ouro: Davi Laboissiere (Medicina) - 30,22m

Prata: Douglas Ferreira (Monetária) - 26,70m

Bronze: Caio Morábito (Odonto) - 26,30m


Arremesso de peso feminino


Ouro: Kelly Cristina (Educa) - 9,85m (novo recorde)

Prata: Bruna Brito (Monetária) - 8,95m

Bronze: Renata Britto (Artes) - 8,82m


Arremesso de peso masculino


Ouro: Otávio Augusto de Oliveira (Aplicada) - 12,40m (novo recorde)

Prata: Davi Laboissiere (Medicina) - 12,36m

Bronze: Fernando Marques (Engenharia Uberlândia) - 11,80m


Classificação geral do atletismo*


Masculino:

  1. Monetária (100 pontos)

  2. Engenharia Uberlândia (85 pontos)

  3. Medicina (81 pontos)

  4. Educa (73 pontos)

  5. Computação (52 pontos)

Feminino:

  1. Medicina (137 pontos)

  2. Monetária (105 pontos)

  3. Engenharia Uberlândia (76 pontos)

  4. Educação Física (68 pontos)

  5. Fisioterapia (34 pontos)


*Durante a semana, o ARQ UFU divulgará um texto sobre o atletismo de pista. Fique de olho!



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