Atlética terminou a competição na quinta colocação após não vencer nenhum esporte coletivo edição de 2023
Por Vitor Turolla
Entre 8 e 11 de Junho a Humanas UFU esteve reunida em Uberaba para realização da Copa Inter Atléticas (CIA) 2023. A atlética, junto de outras 15 equipes na segunda divisão, disputaram as 3 vagas à elite da competição. Apesar de não obter sucesso, a Pantera integrou a parte superior da tabela e ficou na quinta colocação a apenas três pontos do tão desejado acesso.
Após a queda no ano anterior, o planejamento era do retorno à primeira divisão, mas os 83 pontos somados durante a CIA não foram suficientes. Apesar disso, a vice-presidente Geovana Guimarães não viu negativamente o desempenho na competição.
“Frustrante não é a palavra que define a competição”, afirmou Geovana, que também disse que a atlética tinha o objetivo de proporcionar uma boa experiência para os atletas. “Todo mundo que estava lá foi disposto a jogar e dar o seu melhor, e é isso que importa para a gente”.
Passar a competição sem terminar uma modalidade coletiva sequer na primeira colocação culminou para que a pantera visse o sonho da classificação ficar mais longe. Com a campanha decepcionante nesse aspecto, Geovana destacou o futebol de campo. “Foi um jogo com ‘muitos quase’. Tivemos um gol invalidado e quatro ou cinco bolas na trave. Então ali percebemos que não era para ganharmos, apesar dos meninos terem se esforçado até o final”.
Por outro lado, o Futsal feminino a surpreendeu positivamente ao ocupar a segunda posição. “Toda a Humanas estava ali torcendo. Foi uma surpresa positiva pelo resultado e também pelo momento bonito”, disse a vice-presidente.
O número reduzido de atletas, para Geovana, foi um fator que fez com que a equipe se mantesse na segunda divisão. “A maior parte dos nossos atletas são multi-atletas. No primeiro dia, alguns deles participaram de quatro modalidades, então tínhamos atletas cansados. Não estávamos contando com o atleta em sua totalidade”.
História da Humanas na CIA 2023
O não-acesso à primeira divisão fica ainda mais melancólico ao notar a história de Samuel Goulart que, após 6 anos, colocará um ponto final em sua longa jornada na Humanas UFU. “O que mais dói não é não ter subido, e sim a despedida”, disse o atleta.
Samuel tem uma relação umbilical com a atlética preta e roxa, já que é atleta desde antes da fundação da própria Humanas. Ele foi um dos alunos responsáveis pela fusão de três Associações: Atlética do H, Faced e Ágora. Assim, em 6 de fevereiro de 2017, Samuel e outros fundaram a Associação Acadêmica Atlética Humanas
Em busca de sua última medalha, no primeiro dia de competição, o atleta participou da partida de futsal contra a UEMG Frutal. Mesmo com bom início, que resultou em 2 a 0 no placar, o empate ocorreu com dois gols nos minutos finais, e, posteriormente, a desclassificação nos pênaltis.
No dia seguinte, Samuel entrou em campo durante o jogo das quartas de final de futebol. A partida foi marcada por diversas decisões polêmicas dos árbitros. “O problema da arbitragem foi muito feio” disse o atacante da equipe roxa. Com o apito final a partida se encerrou com placar desfavorável - 3 a 1 para o adversário - e ali se foi a chance derradeira de conquistar a última medalha como atleta.
Porém, ainda restava uma chance de Samuel ser premiado na sua despedida, mas, dessa vez, fora de quadra: como treinador da equipe de futsal feminino. Enquanto foi eliminado duas vezes como atleta, o técnico viu duas vitórias seguidas das suas comandaras, que estavam classificadas para a semifinal.
Seria necessário apenas a vitória na semi para a classificação e a garantia de medalha, seja ela de prata ou de ouro. Ao final do jogo, a atlética foi representada de maneira exemplar pela equipe: 2 a 0, vaga na decisão e medalha garantida.
No dia 11 de junho, às 14 horas, Samuel teve a sua última chance de honrar a camisa que tanto vestiu. O jogo era duro, contra a Educa Uniube, atual campeã dos Jogos Universitários Mineiros. “Mantivemos o jogo bem consolidado e estável até os últimos 40 segundos” disse Geovana Guimarães. O placar se manteve zerado até os 40 segundo finais. Naquele momento saiu o gol que sacramentaria a vice-colocação da Pantera na modalidade.
A subida ao pódio também foi marcante para o treinador. “Foi uma despedida muito bonita. Pude puxar o hino que eu mesmo criei pela última vez”, disse Samuel. E de maneira inusitada e imprevisível, ocorreu a despedida de um atleta, técnico e fundador.
Destaques da humanas na CIA 2023
Em entrevista realizada antes da competição,o presidente Arthur Martins colocou em detaque três modalidades que eram projetadas para estarem no pódio da competição: futebol de campo masculino, basquete feminino e masculino. Dentre os citados, nenhum alcancou sequer o terceiro lugar. O basquete masculino ocupou a quarta posição. Já os demais ficaram em oitavo.
A quinta colocação geral se deve às lutas. A primeira colocação no judô masculino, segundo no feminino e no jiu-jitsu masculino foram os destaques dentre as modalidades individuais. Já o futsal feminino foi a modalidade coletiva em que a atlética foi melhor representada, ficando em segundo na competição, enquanto o vôlei feminino ficou em terceiro.
Competindo por diversas modalidades, Crystina Loren foi uma das principais destaques na Humanas na CIA 2023. A atleta subiu ao pódio em três esportes diferentes: futsal, vôlei e atletismo.
O desgaste físico e mental pela prática de várias modalidades foi uma adversidade, mas Crystina recorreu ao fator sentimental para superá-los. “Nesses momentos, meu amor pela Humanas e a vontade de querer vencer eram o que me dava energia”.
A garra e determinação proporcionou o bom desempenho no futsal, esporte a qual mais se dedicou. “ A CIA exige bastante preparo do atleta, então tivemos treinos de acordo com esse ritmo”.
Porém, o sentimento da campanha da Humanas foi contrária para Crystyna, apesar de individualmente ter conquistado seus objetivos. A quinta colocação da Pantera arruinou o que seria uma boa lembrança da competição. “O que senti foi tristeza, muita tristeza. Queria levar a Humanas de volta para o lugar em que ela tem que estar”.
Mas, a permanência na segunda divisão não foi por falta de dedicação e garra, segundo Crystyna. “Em momento nenhum deixei de dar 100% de mim e não vi nenhum de nossos atletas deixando de tentar”.
A atleta também faz parte da diretoria de esportes e é responsável por acompanhar o desempenho esportivo. Essa área é vista com otimismo e é planejada a constante evolução “ O trabalho que vem sendo feito com todas as equipes, que têm melhorado a cada dia. Isso me deixa confiante que estamos no caminho certo para voltar à primeira divisão”, concluiu Crystyna.
Resultados da Humanas na CIA 2023
Medalhas de Ouro
Judô: Jonny Vecson (Médio e Absoluto); Naiara Rocha (Pesado); Evelin Santos (Ligeiro); Kallebe Araújo (Leve); Gabriel Jesus (Meio Médio)
Jiu-jitsu: Danilo Vilas Boas (Pesado);
Natação: Vítoria Marcelino (50m Costas)
Atletismo: Ítana Santos (5km)
Medalhas de Prata
Futsal Feminino
Jiu jitsu: Fernando Júnior (Pesado); Jonny Vecson (Meio pesado); André Luiz (Leve)
Judô:Ariadne Fernandes (Ligeiro); Naiara Rocha (Absoluto); André Luiz (Ligeiro); Arthur Martins (Meio Leve); Bruno Evaristo (Meio Médio); Fernando Vasconcellos (Pesado)
Natação: Julia Cardoso (50m e 100m Livres)
Medalha de Bronze
Vôlei Feminino
Atletismo: Allyce Gomes (800 metros rasos); Raquel Melo, Crystyna Loren, Mirna Caliman, Sofia Volpi (Revezamento 4x100)
Judô: Victor Mathias(Meio Pesado); Naiara Rocha (leve); Maria Vitória Ferreira (Meio Leve); Débora Borba (Leve); Raquel Saraiva (Leve); Erik Mendonça (Meio Leve)
Jiu jitsu: Kallebe Araújo (leve); Jonny Vecson (Absoluto)
Humanas, meu amor!