Após um ano Engenharia retorna ao primeiro lugar no futsal feminino da Olimpíada UFU 2025

Arquibancada UFU
19 de set.
5 min de leitura

Humanas conquistou o segundo lugar e Educa, campeã no ano passado, completou o pódio com o bronze

Por: Victor Bringel

Janne Ursulino, camisa 73 foi eleita atleta destaque do futsal feminino na Olimpíada 2025. Foto por Victor Bringel

No último final de semana, o ginásio do G1 foi palco das finais do futsal feminino. Com a disputa do terceiro lugar no sábado (13), e da grande final no domingo (14), as atléticas entraram em quadra para decidir quem ficaria no pódio.

A Engenharia se consagrou como a nova campeã do futsal feminino na Olimpíada UFU 2025, após uma campanha consistente e uma final emocionante contra a Humanas, que fez história ao chegar pela primeira vez na decisão do título. A tradicional Educa, maior campeã da modalidade, venceu a Fisio na disputa de terceiro lugar e fechou o pódio.

A caminhada até a disputa do título

A Engenharia, que vinha de quatro finais consecutivas e carregava o peso de ter perdido a decisão de 2024 e 2023 para a Educa, entrou no torneio determinada a recuperar o trono, que conquistaram ao ganhar a final de 2022 contra a atlética do Cachorro.

Com um elenco experiente e praticamente o mesmo do ano passado, as engenheiras fizeram uma oitavas sólida, passou pelas quartas de final com autoridade e encarou a Fisioterapia em uma semifinal que repetiu o duelo do ano anterior.

O jogo foi decidido no detalhe. Gabriela Oliveira, camisa 6, abriu o placar logo no início, mas viu a Fisio empatar ainda no primeiro tempo com Giovanna Roque, em jogada ensaiada de falta que levantou a torcida. No segundo tempo, a camisa 33, Gabrielli Gonçalves, foi decisiva ao recuperar a bola no meio da quadra, sair cara a cara com a goleira e marcar o gol que garantiu a quarta final seguida para a equipe aurinegra.

Do outro lado da chave, a Humanas protagonizou uma das grandes surpresas do torneio. Depois de passar pelas oitavas, o time eliminou a Gnomada nas quartas e, na semifinal, derrotou a gigante Educa, que havia vencido dez das quatorze edições anteriores.

No jogo que parou o ginásio, Vivian Ferreira, camisa 74, marcou o gol da vitória por 1 a 0, e a goleira Raquel Mello foi um verdadeiro paredão, frustrando todas as tentativas da equipe azul e laranja.

Engenharia x Humanas - A grande final

Campeãs em 2022, a Engenharia volta ao topo do pódio na Olimpíada 2025 | Foto por Victor Bringel

Com o ginásio lotado e clima de decisão, Humanas e Engenharia entraram em quadra para escrever um capítulo inédito da Olimpíada UFU. A Humanas começou pressionando, mas a experiência da Engenharia pesou.

Júlia de Carvalho, camisa 69, abriu o placar logo no início do primeiro tempo, com personalidade, a atleta fez um chute certeiro e com muita força balançou a rede. Pouco depois, Janne Ursulino, em um contra-ataque fortíssimo encontrou a oportunidade de ficar de frente com a goleira, não desperdiçou a chance de gol e ampliou para o Leão, que foi para o intervalo com 2 a 0 no placar.

Na segunda etapa, a Humanas apostou na estratégia de goleira-linha para tentar buscar o resultado e conseguiu. Mantendo a pressão nas futuras engenheiras, a Pantera diminuiu a diferença após um erro defensivo da Engenharia, o gol foi creditado a Aryscia Larah, responsável por desajeitar a zaga adversária.

A pressão do time preto e roxo seguiu, a confiança aumentou e com mais pressão fez com que o adversário pedisse tempo e reorganizasse o time, o que resultou em mais um gol do Leão. Finalizando o jogo com um contra-ataque bem trabalhado, feito por Gabriela Oliveira, a Engenharia levou o ouro por 3 a 1 com o grito de campeãs ecoando no G1.

Após a vitória no campeonato, Gabriela Oliveira, destacou a importância do trabalho coletivo. “Eu costumo marcar em quase todos os jogos, mas hoje foi especial. Por ser uma final, foi mais difícil, tinha marcação individual o tempo todo", contou.

Ela ressaltou que, apesar de ser conhecida por sua habilidade de finalização, o gol decisivo só foi possível graças à colaboração das suas colegas de equipe. “Nada seria possível sem minhas colegas, que lutam lá atrás e trazem a bola até mim”, afirmou, mostrando a importância da união do time em momentos cruciais.

A jogadora também contou sobre a trajetória da equipe, sobre o título de campeã da Copa Inter Atléticas (CIA) 2025, e também sobre ter perdido o título da Olimpíada do ano passado. A atleta contou que a vitória desse ano foi fruto de muita superação. “Ano passado batemos na trave, mas esse ano mostramos por que estamos aqui e retomamos o nosso lugar, lugar esse que nunca deveríamos ter saído”.

Para Gabriela, o título foi a materialização de um esforço coletivo e da raça que a equipe colocou em quadra. Ao ser questionada sobre como definir sua vitória, ela resumiu tudo com uma palavra: "Garra". Para ela, essa conquista não foi apenas sobre habilidade técnica, mas sobre a força e determinação que o time demonstrou durante todo o campeonato.

Educa x Fisioterapia - Disputa de terceiro lugar

Pela primeira vez desde 2015 o time da Educa não disputou a final do futsal feminino | Foto por Victor Bringel

A Fisioterapia começou o campeonato mostrando intensidade e dedicação em cada partida. Com Alícia Simões como grande destaque, a equipe conquistou vitórias importantes, especialmente nos jogos de oitavas e quartas de final, quando o time se manteve firme em sua organização ofensiva e explorou bem os contra ataques. No entanto, a equipe enfrentou dificuldades na semifinal, quando apesar do volume de jogo, não conseguiu superar a Engenharia.

A Educa, tradicional potência do futsal feminino, manteve sua característica de equipe ofensiva e organizada durante todo o torneio. Com jogadoras experientes e entrosamento consolidado, o time conquistou vitórias expressivas nas fases iniciais. Apesar do histórico vitorioso, a equipe sofreu uma derrota inesperada na semifinal contra a Humanas, que impediu a defesa do título.

Se a final foi emocionante, a disputa do terceiro lugar também foi. A Educa, campeã de 2024 e maior vencedora da modalidade, chegou à partida com o peso da eliminação na semifinal para a Humanas. Mas a equipe azul e laranja mostrou maturidade para se recuperar e garantir o bronze.

A disputa pelo pódio foi equilibrada no início, com boas chances para os dois lados. Mas quem abriu o placar foi Daniela Fernandes, camisa 5 da Educa, após uma arrancada pelo meio e finalização no canto.

No segundo tempo, a camisa 5 voltou a brilhar, marcando seu segundo gol e garantindo a vitória por 2 a 0. Emily Gonçalves, camisa 99, foi mais uma vez um dos destaque da partida pela insistência, que finalizou diversas vezes ao gol, principalmente em bolas paradas, mas parou na trave e na boa defesa da Fisio.

Mesmo com a vitória na disputa pelo terceiro lugar, Daniela Fernandes, Camisa 5, responsável pelos dois gols da Educa na partida, não escondeu o sabor amargo do resultado. “É um gostinho amargo esse terceiro lugar, porque a gente queria o primeiro”, admitiu.

A jogadora destacou que, apesar do bom desempenho no campeonato, a equipe sofreu com a desorganização na semifinal, o que custou a vaga na decisão. “Semana passada a gente ficou batendo cabeça durante o jogo e não conseguiu a vitória”, explicou. Ainda assim, a atleta valorizou a vitória do grupo diante da Fisio, ressaltando a força do elenco para encerrar a campanha com dignidade e um lugar no pódio.

A partida também marcou o fim de um ciclo, esta foi a última Olimpíada da jogadora, assim como da maior parte da equipe da Educa, que deve passar por mudanças significativas nas próximas edições. Com um misto de orgulho e nostalgia e pensando no futuro do time, a atleta demonstrou confiança na nova geração.

“Torcendo bastante para que o time consiga se reestruturar e ter um bom resultado na Olimpíada que vem”. Com sua saída, ela deixa um legado de liderança, entrega e consistência, encerrando sua trajetória como uma das principais referências da equipe.