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Humanas derrota Monetária e é bicampeã do basquete feminino na Olimpíada UFU 2025

  • Foto do escritor: Arquibancada UFU
    Arquibancada UFU
  • 17 de set.
  • 7 min de leitura

Depois de três anos, a Fisioterapia  subiu  novamente ao pódio e garantiu o bronze


Por: Gabriel Ferrer


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Desde 2016, uma atlética não conquistava o bicampeonato consecutivo na modalidade. | Foto: Gabriel Ferrer


As finais chegaram na Olimpíada UFU, a bola foi ao ar a partir das 10h para a disputa de terceiro lugar no último sábado (13) entre as atléticas Fisioterapia e Medicina. E a aguardada final entre Humanas e Monetária foi destinada no dia seguinte, domingo (14). O final de semana na Educa contou com jogos equilibrados e destaque para área defensiva dos times presentes no pódio. 


Final - Humanas 39 X 25 Monetária

 

Esta partida estava envolta em camadas. De um lado, a Pantera vinha para sua terceira decisão, podendo emplacar três ouros consecutivos desde a última Olimpíada. Por outro lado, a Monetária, caso vencesse,  empataria em com número de títulos com a Educa chegando pela terceira vez ao primeiro lugar. Era a tradição contra um trabalho recente e, nessa narrativa, o jogo começou com uma bola de três pontos convertida por Sofia Volpi.


A partida foi mais cadenciada, com poucas intervenções da arbitragem, o que evidenciou o controle das duas equipes, tanto no setor ofensivo quanto no defensivo. Vale lembrar o velho chavão do basquete, “ataque ganha partidas, mas defesas ganham campeonatos”.


A Humanas adotou a marcação individual e se manteve bastante ofensiva. Segundo a treinadora Beatriz Evaristo, a estratégia de aplicar pressão já estava definida antes mesmo do confronto. “Eu quis vir com atitude desde o começo. Então a gente já iniciou com a defesa individual, para pressionar mais elas, conseguir roubar a bola e trabalhar melhor o contra-ataque. Isso veio dos treinamentos.”


Por outro lado, o Tamanduá criou oportunidades no primeiro quarto com a jogadora Mayra Helena, que converteu quatro pontos e foi a principal pontuadora, que diminuiu a vantagem construída ao longo do período. Suas jogadas eram mais próximas ao aro e com bom controle de pés.


Pela Humanas, devido à rotação e ao equilíbrio ofensivo, quatro das cinco jogadoras titulares pontuaram, cada uma com sua individualidade, seja no arremesso de média ou longa distância, ou em cestas de segunda oportunidade. Isso deixou a atlética à frente do placar em 9 a 4 no primeiro período.


A torcida ficou cada vez mais forte a partir desse resultado inicial. No início do segundo quarto, houve a resposta da Monetária, com uma boa sequência das jogadoras camisa 14, Beatriz Elena e camisa 2, Nurian Almeida, que diminuíram a distância para apenas um ponto. Com o placar, 9 a 8 a torcida começou a cantar cada vez mais alto, além de provocar a adversária, que respondeu à altura.


Outro ponto foi a utilização da marcação alta da Humanas, pressionando já na saída de bola. Como contraste, nesse quarto a pontuação foi bem dividida entre as atletas: três marcadoras pela Humanas e quatro pela Monetária. Porém, após uma queda, a jogadora Mayra Helena começou a sentir dores na perna, o que ocasionou perda de produção após o choque. Mesmo assim, ela permaneceu em quadra, jogando no sacrifício.


Já no terceiro quarto, a Humanas continuou pressionando, e o modo de jogar se diferenciou um pouco. Agora numa formação com quatro abertas e a capitã Ana Carolina da Silva na parte superior do garrafão. Outro destaque foi  a rotação de bola da equipe e também para a entrada das bancárias, que contribuíram nos dois lados da quadra. A treinadora Bia reforçou a confiança nas jogadoras. “Todas as meninas que eu convoco e coloco para jogar têm essa constância nos treinos, e por isso conquistaram minha confiança plena. Elas me mostram, durante o treino, que é possível confiar 100% no trabalho delas. Elas darão o dobro dentro da quadra”.


Além disso, os titulares continuaram pontuando e aproveitaram os erros de passe da equipe da Monetária por meio de contra-ataques, arremessos e lances livres. Embora não tenham ocorrido tantas faltas defensivas, o que mais se destacou nesse ponto foram as andadas por parte das duas equipes.


No último quarto, com uma vantagem de quinze pontos, 30 a 15. A atlética mostrou a que veio e não permitiu que o Tamanduá se aproximasse. Com uma marcação sólida do início ao fim, a Humanas, a cada mudança de posse, se via cada vez mais próxima do lugar mais alto do pódio. O time foi rodado duas vezes, que trouxe novamente as bancárias e, a quatro minutos do fim, quase todas as titulares voltaram para finalizar a partida. O jogo terminou em 39 a 25.


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Lenda da NBA, Phil Jackson já disse que: "A força da equipe é cada membro individualmente. A força de cada membro é a equipe". Foto: Gabriel Ferrer


Com destaque para as atuações defensivas e ofensivas, Karen Souza foi eleita a MVP da final, fez uma avaliação dessa temporada da Olimpíada  e destacou a confiança como ponto principal  da equipe. “O fator mais importante é que somos muito unidas. Quando alguém erra, a gente não julga nem deixa a pessoa para baixo. Pelo contrário, apoiamos, porque sabemos que vamos melhorar na partida. A nossa equipe sempre se fecha muito forte, com uma mentalidade focada e positiva dentro do jogo”, disse a Ala da Humanas.


Ela também comentou sobre a relação com o time, que vem em uma crescente nos últimos anos. Reflexo desse trabalho, visto em quadra, a equipe se mostrou bastante coletiva, com nove das doze jogadoras pontuando pelo menos uma vez, o que evidenciou a consistência tanto das titulares quanto das reservas.


Com essa vitória, a Humanas empata em número de ouros com outras três atléticas e, com esse desempenho, tem grandes chances de conquistar o primeiro tricampeonato consecutivo da modalidade. Além disso, ao longo da entrevista, foi perguntado à treinadora Bia sobre o significado dessa conquista, considerando que as modalidades femininas têm sido o grande destaque da atlética. 


“Eu tenho muito orgulho de ter feito parte da construção de uma trajetória em que o feminino ganhe mais destaque. Quando entrei na Humanas, o feminino era deixado de lado. E agora a gente vê que o feminino carrega essa força, mostrando todas as garras. A gente se dedica 110% em todos os treinos, não só no basquete, mas também nas outras modalidades que chegaram à final”, ressaltou a treinadora.


Disputa do terceiro lugar - Fisioterapia 24 x 18 Medicina


A partida começou antes mesmo da bola subir. Devido à semelhança entre os uniformes, a arbitragem solicitou que uma das equipes utilizasse coletes para facilitar a distinção das equipes. Nesse detalhe, a Medicina saiu na frente e o tradicional verde e listrado da Fisioterapia foi coberto pelo vermelho. Coincidência ou não, a disputa em quadra mostrou outro rumo.


Logo nos primeiros minutos, a jogadora Karla Viviane da Fisio sofreu falta e converteu o primeiro livre que abriu o placar. O primeiro quarto foi marcado pela forte defesa em zona das duas equipes, que fechavam o garrafão e forçavam arremessos de média distância. Apesar da vantagem física da Medicina, que contava com atletas mais altas, Rafaela Clemente liderou o ataque do Crocodilo que aplicou uma vantagem de oito pontos à frente e levou o placar por 9 a 1 até a metade do período.


Nos instantes finais, a Medicina reagiu com um and-1, cesta seguida de falta, diminuindo a diferença e trouxe a torcida de volta ao jogo. Em comparação com as partidas anteriores, as arquibancadas estavam cheias para prestigiar as duas atléticas. Cada torcida incentivava à sua maneira: desde os gritos tradicionais e palavras de apoio às jogadoras, até as vaias na beira do lance livre e as provocações já comuns entre os cursos. Esse clima ajudou a criar um ambiente único dentro de quadra, onde a vibração vinda das arquibancadas parecia se transformar em energia para as atletas, que correspondiam com intensidade a cada jogada.


Na volta do intervalo, o Crocodilo ajustou a marcação para o individual, dificultando as ações ofensivas da Med. A Fisio manteve o controle até o último quarto, quando as faltas voltaram a pesar. A Medicina teve cinco oportunidades na linha do lance livre na reta final, mas, com apenas 30% de aproveitamento, desperdiçou a chance de se aproximar do placar. Esses erros foram decisivos e contribuíram para o fim do jejum da Fisio, que há quase três anos amargava a disputa pelo último lugar do pódio. O jogo terminou em 24 a 18.


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Tradição da bola laranja atravessa gerações | Foto: Gabriel Ferrer


A MVP da Olimpíada UFU, Rafaela Clemente, relembrou o momento em que a medalha ficou nos detalhes e descreveu a sensação de finalmente conquistar. "É uma sensação que eu achei que, sinceramente, nunca ia viver na faculdade. A gente vinha batendo nesse terceiro lugar há muito, muito tempo. Então é muito bom poder finalmente receber essa medalha. Eu sei que o nosso time merece demais. Quero agradecer principalmente às meninas que entraram agora, porque elas fazem muita diferença”, relatou a camisa 12 da Fisio.


Pelo lado da Medicina, ao todo, cinco jogadoras pontuaram ao menos uma vez, com a capitã Sarah Moura sendo o principal destaque, somando sete pontos. Do outro lado da quadra, Rafaela comandou as ações da Fisio e anotou dez pontos, assumindo o protagonismo da partida. Para ela, até os gritos da torcida adversária serviram como combustível. “Ouvir a torcida adversária acaba se tornando um incentivo. Infelizmente, eu não estava 100% fisicamente, mas com a adrenalina do jogo, isso foi passando e eu acabei esquecendo desse problema ", explicou a MVP.


Além disso, quem acompanhou o jogo de perto foi o pai de Rafaela, Claudio Clemente, mais conhecido como Brasília, ex-jogador profissional com passagem pela Unitri, tradicional equipe de Uberlândia. Ele colocou a medalha no pescoço da filha e entregou o troféu à equipe. Além disso, foi incentivador dando dicas que deu à beira da quadra.


“Houve uma grande evolução em relação ao ano passado. Ela continua aprendendo, mesmo já tendo participado de várias edições da Olimpíada, e está sempre evoluindo. Tento dar algumas dicas, até durante o jogo. Às vezes não sei se ela fica nervosa, mas em certos momentos deixa de olhar pra mim, por causa do calor da partida. Mas, tanto em casa quanto durante o jogo, procuro sempre apoiá-la”, disse Brasília

 

Resultado:


Humanas 39 X 25 Monetária - Final

Fisioterapia 24 x 18 Medicina - Terceiro lugar


Classificação:


  1. Humanas 

  2. Monetária 

  3. Fisioterapia 

  4. Medicina 

  5. Engenharia

  6. Agrárias

  7. Educa

  8. Computação


Atleta destaque(DIESU): Rafaela Clemente - Fisioterapia 


 
 
 

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