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Não foi fácil manter o ‘cheer face’, mas teve UFU nos pódios do Torneio de Cheers da CIA

Atualizado: 26 de ago. de 2023

Mesmo com problemas, equipes da UFU dão show na competição e um dos times estreantes garante o primeiro lugar


Por Ítana Santos


Na tarde do dia 8 de junho, primeiro dia da Copa Inter Atléticas (CIA) 2023, enquanto muitos, em Uberaba, estavam se deslocando para a inédita “arena estendida” - junção da festa vespertina com as atrações noturnas - outros já estavam, a algumas horas, na correria da competição esportiva. Caso também das equipes de cheerleading das atléticas participantes do evento. Algumas delas participaram de uma disputa que aconteceu em paralelo ao esportivo, o Torneio de Cheerleading da CIA 2023.


O torneio contou com a participação de 15 equipes, sendo dez delas daqui da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).


Representantes da UFU:

  • Arlekings, da Associação Atlética Acadêmica (A.A.A.) das Artes;

  • Blue Beasts, da A.A.A. Agrárias;

  • Kingdom’s, da A.A.A. Exatas;

  • Flames, da A.A.A. Biológicas;

  • La Loba, da A.A.A. Direito;

  • Magnatas, da A.A.A. Monetária;

  • Pandoras, da A.A.A. Márcio Teixeira - Odonto;

  • Panthers, da A.A.A. Humanas;

  • Sexylions, da A.A.A. Engenharia;

  • WildCrocs, da A.A.A. Fisioterapia*.


Equipes externas:

  • Grifo Cheerleading, da A.A.A. Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);

  • Dragons Cheerleading, da A.A.A. da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar);

  • Hellcheers, da A.A.A. de Engenharia e Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc-MG);

  • Olympus, da A.A.A. Face UFMG;

  • Lex Cheer, da A.A.A. Direito UFMG


A competição foi dividida em três categorias: nível 1, com duas inscrições; nível 2.1, com oito inscritos; e nível 2, com cinco participantes. A Ufscar foi a única equipe que participou de dois níveis, 1 e 2.1. Todas as apresentações aconteceram no Sesc Uberaba, local que causou bastante insatisfação dos participantes e do público, sendo um dos pontos de auge da reclamação dos envolvidos.


No tatame, o ‘cheer face’ - traduzido para o português, rosto de cheer, é um termo que faz referência aos sorrisos e expressões de animação esboçados pelos atletas do cheerleading - estava intacto e harmonioso, mas nos bastidores havia muita insatisfação e decepção.


A pirâmide de problemas


Falta de espaço para a torcida, de local apropriado para marcação de palco, da categoria dance e erros de pontuação foram falhas apontadas pelos participantes do torneio. A insatisfação pode ser vista até nos comentários da publicação da CIA no instagram com a classificação geral das equipes. A maioria deles apontam essas questões e o descontentamento com a organização, que já se posicionou publicamente perante aos erros e, no mesmo post, se desculpou com os times envolvidos.


A capitã da Panthers, Raquel Saraiva, é uma das que apontou a desorganização do evento e comentou que alguns detalhes acabaram desanimando a equipe. “Desde o local que não suportou todas as equipes, e muito menos o público que estava lá para assistir, até a falta de uma ambulância à disposição para gente, por exemplo, principalmente por se tratar de um esporte de risco, sentimos um descaso da organização nesse sentido. Além dos problemas que tivemos com os jurados, premiação e atraso com os horários”, disse a atleta.


O time de cheerleading da Humanas conquistou o segundo lugar do nível 1, ficando atrás da Ufscar. A pausa nos treinos e competições, causada pela pandemia, fez com que a equipe perdesse muitos atletas e a Panthers viveu um processo de reestruturação. A última vez que tinham competido na categoria “Team Cheer” foi em 2018 e é por isso que a conquista da medalha de prata é tão importante para a Raquel, que ficou orgulhosa pelo esforço e empenho de seus companheiros.


“A montagem da rotina foi super corrida. Tivemos que simplificar vários elementos e até o campeonato não estávamos muito seguros, principalmente por ser a primeira apresentação da maioria. Mas, na hora deu tudo certo e tenho certeza de que todos sentiram que o esforço e cansaço dos treinos valeram a pena”, concluiu a capitã.


Para o segundo semestre de 2023, a Panthers ainda não tem planejamento de participar de outro torneio para além do organizado pela UFU, uma vez que qualquer outra competição gerará custos que nem todos consigam arcar | Foto: arquivo pessoal/Raquel Saraiva

Outra equipe que também ficou com a prata foi a La Loba, mas a conquista veio acompanhada com um triste episódio. “Assim, foi inegável nossa frustração, pois a organização do evento teve alguns erros que impossibilitaram uma forma realmente justa de fazer essa competição. Não tem como voltar no tempo e desfazer nossas expectativas, tentaram resolver da maneira cabível para eles, porém, de certa forma, saímos chateados com toda a situação”, lamentou a capitã Maria Clara Fontes, quando questionada sobre o erro de pontuação que os jurados do torneio cometeram e culminou na inversão da colocação de primeiro e segundo lugar no pódio do nível 2.1.


No dia da competição, a La Loba foi anunciada como campeã. “Quando anunciaram a La Loba em primeiro lugar, foi uma felicidade sem igual, pegamos o troféu, todos tirando fotos com as medalhas. Enfim, muitas expectativas foram criadas e uma alegria, sem igual, compartilhada entre os membros do time’, relembrou Maria Clara.


O time dela recebeu a premiação e as medalhas, mas, logo em seguida, a equipe que tinha ficado em segundo, a Ufscar, contestou a pontuação alcançada pelo time são-carlense. A organização da CIA refez a conferência das informações da súmula e da somatória das notas, o que gerou modificação nas colocações anunciadas no momento do torneio, que foi o caso da La Loba, Magnatas, Lex Cheer e Pandora.


A classificação geral do nível 2.1, com a correção dos pontos, ficou da seguinte maneira:


1º Dragons Ufscar, com 129.6 pontos;

2º La Loba, com 122.3 pontos;

3º Olympus, com 109 pontos;

4º Grifo, com 98 pontos;

5º Magnatas, com 96.6 pontos;

6º Lex Cheer, com 94.5 pontos;

7º Pandoras, com 89.2 pontos;

8º Hellcheers, com 72 pontos.


De acordo com Maria Clara Fontes, uma das saídas da CIA para diminuir o mal-estar causado pelos erros dos jurados foi dar à La Loba o título de equipe destaque | Foto: arquivo pessoal/Maria Clara Fontes

Mesmo com o ocorrido, a capitã da La Loba se orgulhou da apresentação realizada e do empenho da equipe. Ela acredita que a participação do Torneio da CIA foi extremamente importante para a estruturação do time. “Ano passado, no Torneio da UFU, nosso time estava voltando [da pausa da pandemia] e a La Loba teve muitos obstáculos na estruturação do time pós pandemia. Por isso, não tivemos um bom resultado naquela competição. [...] Nossa avaliação [na CIA] foi de uma rotina sem igual. Foi muito linda e temos muito orgulho do que nós apresentamos, pois sabemos o quanto foi difícil “lapidar” a rotina”, completou a atleta.


Primeira(o) vez, pódio e lugar


Outra equipe da UFU também conseguiu primeiro lugar no pódio no torneio, e nesse caso, sem erros. A Flames Cheerleading, da Biológicas, estreou na competição e já garantiu um cartão de visitas com medalha de ouro. Os 104.3 pontos conquistados no nível 2 desbancou times de peso, segundo o capitão da Flames, Lucas Matos, como a Sexylions, que fez 103.6 pontos e ficou em 2º lugar, e WildCrocs, 3º lugar com 102.6 pontos. As outras duas equipes que competiram neste nível foram a Kingdom’s, 4º lugar com 86.2 pontos, e a Blue Beast, 5º lugar com 63.7 pontos.


Lucas afirmou que a vitória foi uma realização indescritível para a equipe. “Competir na CIA sempre foi um grande desejo da equipe, mas, infelizmente, nunca havíamos tido a oportunidade anteriormente. Neste ano, decidimos concentrar todas as nossas energias nessa competição e a alegria de ter uma estreia tão positiva foi imensa”, completou o estudante que espera ser esta conquista o início de uma trajetória promissora em futuras competições.


Ele também disse acreditar que a equipe tenha chegado para competir no nível 2 desacreditada pelos concorrentes porque nas outras duas vezes que apresentaram nesse nível, que foi no Torneio da UFU, eles não conseguiram alcançar o pódio.


Na última competição que a Flames participou, a Olimpíada UFU 2022 a equipe ficou em 6º lugar | Foto: arquivo pessoal/Lucas Matos

Aproveitando o ânimo e bom desempenho adquirido nesta competição, o capitão já avisou que a Flames tem pretensões de competir no Cheerfest deste ano, evento que acontece em São Paulo na primeira semana de dezembro. Se forem, também será a estreia deles no torneio.


Quanto à CIA, Lucas também lamentou pelos problemas apresentados, mas disse que a organização do evento tem demonstrado receptividade em relação às críticas. “Esperamos sinceramente que, no próximo ano, esses problemas sejam identificados e solucionados antecipadamente, garantindo assim uma competição justa e bem estruturada para todas as equipes participantes”, complementou o atleta.


Cadê o cheer dance?


Quase que o tatame de cheers da CIA não foi invadido pelo talento das Arlekings. A Copa Inter Atléticas organizou o Torneio de Cheers apenas para a categoria esportiva, o que não é o caso do time tricolor da UFU, que se enquadra na categoria cheer dance.


Porém, mesmo sem a sua divisão, a equipe de cheers das Artes participou do torneio apenas para uma apresentação, como contou a capitã Yasmin Gusella. “Sabíamos que não iria ter competição por conta da nossa categoria, que é o Cheer Dance. Mas, nós escolhemos participar somente apresentando, porque achamos importante difundir o Cheer Dance para tentar inspirar outros times e quem sabe, no futuro, também ter a competição de Cheer Dance na CIA.”


Além das reclamações quanto à estrutura e organização, uma queixa que as Arlekings apresentaram é a falta de atenção que a CIA dá ao time, que julgam ser por conta de que a participação delas é apenas para apresentação e não competição. “Ano passado ganhamos um troféu para o time e tirante e medalhas para cada atleta que participou da apresentação. Esse ano não ganhamos nada, com muita insistência nos deram tirantes que sobraram”, relatou Yasmin.


Tradicionalmente as Arlekings sempre se apresentam na abertura da Olimpíada da UFU e aproveita a ocasião para apresentar a nova mascote da atlética | Foto: arquivo pessoal/Yasmin Gusella

Independente das adversidades, a equipe de cheers das Artes fez a sua apresentação na CIA e agora já está com os pensamentos em outros eventos, que no caso são o Torneio da UFU e a Olimpíada. E a capitã deixou o seu recado aos fãs do time e estudantes da UFU. “Dando um spoiler: vem coisa nova por aí!”




*De todas as equipes de cheerleading da UFU que participaram do torneio, apenas a WildCrocs não contava com a sua A.A.A. competindo na parte esportiva do evento. A Fisioterapia era uma das atléticas convidadas pela CIA.


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