Movimento surgiu com grupo de alunos e tem ganhado cada vez mais espaço na comunidade LGBTQIA+ de Uberlândia
Por Túlio Daniel
No último sábado (14) aconteceu mais uma edição do Agita UFU, promovido pela Divisão de Esporte e Lazer Universitário (Diesu), da Pró-reitoria de Assistência Estudantil da Universidade Federal de Uberlândia (Proae/UFU). Após duas edições online, por causa da pandemia de covid-19, a comunidade acadêmica retornou presencialmente para o campus Educação Física para se integrar.
Dentre as diversas atividades, a Gaymada foi realizada pela segunda vez dentro do Agita, trazendo uma queimada voltada ao público LGBTQIA+. O movimento surgiu em junho de 2019 com um pequeno grupo de alunos da UFU que se reuniam semanalmente para jogar queimada e que, com o passar do tempo, começou a crescer agregando pessoas da comunidade geral.
“O propósito maior é, de fato, ter espaços políticos para a comunidade LGBTQIA+ e ter um processo de inclusão. O projeto é sem fins lucrativos, é uma proposta de união, prática de esporte e cuidado da saúde mental”, explica Camila Mariano, estudante de Física na UFU e uma das organizadoras do grupo. Ainda de acordo com ela, a Gaymada vai bem além dos jogos e encontros semanais, a partir deles se formaram novos ciclos de amizades e relacionamentos, além da promoção de eventos pelo grupo, como festas e confraternizações.
A UFU sempre foi uma grande parceira, possibilitando a reserva de quadras para a prática da queimada. Em 2018, o Agita UFU começou a preparar novas atividades para além dos campeonatos inter atléticas e, a partir desse movimento e junto ao Diretório Acadêmico do curso de Geografia, foi feita a parceria para trazer a Gaymada para o evento semestral da Proae.
“Como temos a bandeira do movimento [LGBTQIA+], nós conseguimos um espaço no campo para podermos fazer a Gaymada com maior visibilidade. O intuito principal [da parceria] é o fortalecimento e mostrar que a diversidade está presente em todos os setores, além de chamar a atenção para o esporte, já que temos grandes campeões LGBTs”, pontua Adeon Amaral, técnico da Diretoria de Inclusão, Promoção e Assistência Estudantil (Dipae).
Com a pandemia de covid-19, os encontros semanais do grupo tiveram que ser interrompidos e o retorno presencial dos campi da UFU se torna uma possibilidade do reencontro semanal das partidas. “Voltar é o que eu acho bacana, porque eu não vou estar para sempre e outras pessoas chegarão, mas que a comunidade UFU e a comunidade externa possa seguir nesse processo, se sentir acolhida e vir jogar, porque uma universidade pública como a UFU está sempre à serviço da sociedade e não só dos seus alunos”, finaliza Camila.
A Proae ainda promoverá entre maio e junho, o Mês da Diversidade, com diversas ações como palestras sobre transição de gênero, oficinas e demais atividades.
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