Após mais de 10 anos, a Educa passará por uma reforma que não contempla todos os problemas
Por Luisa Nielsen
O Campus Educação Física, também conhecido como Educa, é onde acontecem os treinos não só dos times da UFU, mas também de todas as atléticas dos campis em Uberlândia, além de sediar a Olimpíada UFU. O lugar tem quadras e ginásios que atendem a quase todas as modalidades das competições universitárias que ocorrem durante o ano, como os Jogos Universitários Brasileiros e a Copa Inter Atléticas.
Uma das reclamações constantes de todos os usuários da Educa - de atletas a treinadores - é a sua infraestrutura problemática, que atrapalha o bom funcionamento do espaço. Quase todos os ginásios têm o piso solto e problemas de goteiras. Além disso, o campo de futebol e a piscina ficam interditados por semanas, até meses, devido à necessidade de manutenção.
Os principais problemas
Os ginásios que têm os principais problemas infraestruturais são o G1, G2, G5 e G6. Os dois primeiros são quadras tanto de handebol, quanto de futsal. Já o G5 é o ginásio de vôlei, enquanto o G6 é o ginásio de basquete. Todos possuem um mesmo problema: o piso saindo.
“O tapete de borracha do G5 está solto, e é muito perigoso para nós treinarmos lá, porque tem um risco alto de lesão dos atletas, alguém pode tropeçar ou algo assim”, diz Crystyna Loren, multiatleta da Humanas. Jamile Herdina, também multiatleta, mas da Fisioterapia, reclama das condições da quadra: “Já tivemos que parar jogos várias vezes porque o tapete levantou ou a fita [que segura o piso] descolou”.
No G6, a situação é ainda pior, porque além do piso solto e furado, em dias de chuva, a quadra alaga e é impossível treinar. “Tem dias que uma parte dela [G6] fica inutilizável. O treinador precisa reformular as atividades, utilizando só a parte disponível, porque são formadas poças de água enormes”, afirma Jamile.
O treinador do time de basquete da UFU, Edicarlos Siqueira, que esteve à frente da equipe de 2009 a 2010 e depois de 2015 até hoje, fala de outros problemas da quadra. “Por causa da chuva que cai da calha [que atravessa o G6], a quadra alaga, as bolas que ficam lá são estragadas, o piso estraga mais ainda. Aí a gente não treina e as atléticas não treinam”, diz o treinador. Ele contou que, de dois em dois meses, são necessários pequenos consertos para que haja treinos.
“Além do chão e das calhas, tem a questão dos buracos. Por eles, entram muitos pombinhos, e aí eles fazem cocô no chão, nas bolas, e alguma pessoa pode pegar doença de pombo”, acrescentou Edicarlos. Por fim, ele fala das redes da cesta: “Ou os atletas penduram na redinha ou tentam enterrar a bola e puxam ela junto, aí arrebenta e estraga”.
Para além das quadras tradicionais, existem os espaços de treino para a ginástica e para o cheerleading, que são o G4 e o G7. Willy Di Rita, que além de aluno de Educação Física, treina os times de cheer Blue Beasts, da Agrárias, WildCrocs, da Fisioterapia, Arlekings, da Artes, Flames, da Biológicas e Pythons, da Medicina, conta que as condições dos ginásios que utiliza também são péssimas.
“O G4 tem muitos buracos, então precisamos interditar uma parte. Como tudo está muito estragado, muitas pessoas já se lesionaram lá, porque você espera algo sólido e aí tem um buraco”, comentou. Willy também fala sobre o uso do espaço para atividades do próprio curso: “Eu trabalhei em um projeto de ginástica artística e a gente não consegue usar as barras assimétricas com as crianças”.
A reforma
Nesta segunda (29), foi iniciada a aguardada reforma, mas apenas no G5 e no G6. De acordo com o coordenador da Divisão de Esporte e Lazer Universitário, Adilson de Souza, a Educa não tem registro de uma reforma como essa. As reformas no G1 e no G2 começarão nos próximos dias, com o contrato já assinado.
A reforma do G1 e do G2 é feita pela Consterplan Construtora e Incorporadora LTDA, com previsão de duração de sete a nove meses. Já a reforma do G5 e do G6 é realizada pela Service Construções e Serviços LTDA, e sua previsão de duração é de nove a 11 meses.
Para os usuários desses ginásios, mesmo com uma grande duração, a reforma é bem-vinda. “O que nos foi passado é que será uma reforma decente. Essa foi a melhor notícia que tivemos nos últimos 10 anos, com certeza”, comemora Edicarlos.
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