Falhas da arbitragem, confusão com o tabelamento e problemas com o alojamento também foram motivos de reclamação
Por Maria Sansoni
Os Jogos Universitários Mineiros (JUMs) de 2024 foram sediados na cidade de Monte Carmelo e ocorreram na última semana, entre os dias 26 e 31 de março. A competição contou com o apoio da Universidade Federal de Uberlândia, que possui um campus na cidade e é uma das instituições filiadas aos jogos.
Além da rivalidade entre as universidades mineiras e toda a atmosfera que envolve o esporte universitário, algumas questões desagradáveis repercutiram no evento: a desorganização do JUMs e o descaso quanto à estrutura das quadras.
As reclamações no Pré- JUMs
O descontentamento dos atletas começou antes mesmo da competição ter seu apito inicial, quando a Federação Universitária Mineira de Esportes (FUME) lançou o regulamento do JUMs 2024. Nele, continha a informação de que poderiam participar da competição apenas os estudantes com menos de 25 anos, com exceção de sete modalidades que poderiam levar dois atletas que estivessem fora do limite estabelecido no Art.34 do estatuto.
Esta decisão foi muito questionada pelos jogadores, porque a maioria dos times contam com atletas importantes para o conjunto que ultrapassam a idade máxima estabelecida, principalmente por também serem formados por alunos da pós-graduação. Além disso, muitos consideraram uma medida etarista da instituição, já que dificulta o acesso dos estudantes mais velhos a uma competição tão importante para o esporte universitário.
Outra reclamação das equipes ocorreu no dia anterior ao início das disputas, em que algumas modalidades ainda não possuíam a relação de jogos. Com isso, os times não sabiam quem seriam seus adversários, o que dificultou na definição de uma estratégia prévia.
Por fora das quadras
Ao chegarem em Monte Carmelo, algumas delegações enfrentaram problemas com as condições do alojamento dentro da cidade sede.
Em entrevista para o ARQ, Paulo Henrique, atleta da UFU Uberlândia e jogador do time de handebol, contou a sua experiência com essa questão e falou a sua opinião e a dos seus companheiros de equipe, que nos bastidores reclamaram bastante.
“Quando chegamos aqui, ficamos sabendo que não tínhamos alojamento, o que teve que ser resolvido de última hora e por conta disso, ficamos um bom tempo esperando aqui na cidade sem sabermos onde iríamos dormir”. O futuro agrônomo também relatou que as instalações tinham apenas um chuveiro para a ala masculina e um para a feminina, o que causava um enorme desconforto para os atletas.
Problemas que atrapalharam a competição
A principal queixa dos atletas foi, sem dúvidas, o estado das quadras. Nos esportes coletivos, com exceção do vôlei, que foi disputado em uma quadra em perfeito estado, as modalidades tiveram dificuldades com o lugar em que ocorreram as competições.
O caso mais crítico foi a quadra de handebol, que além de não possuir a metragem oficial para a modalidade, contou também com pouca iluminação e estrutura precária dos vestiários. Outro fator importante foi a chuva que chegou na cidade de Monte Carmelo nos dias da competição que revelou ainda mais problemas nas instalações, já que devido às goteiras e ao sistema de escoamento, alguns jogos foram adiados pela impossibilidade dos atletas continuarem em quadra.
A arbitragem também foi alvo de reclamações. “Despreparados”, “não sabem interpretar as regras”, foram algumas das características atribuídas pelos atletas aos juízes. Indignados com essa questão, foi ressaltado um momento que aconteceu em um dos jogos de handebol entre a UFU Campus Avançados e a UFOP, em que a arbitragem se recusou a parar o jogo para retocar a cola da bola que estava inviabilizando os movimentos dos jogadores, estabelecendo que caso uma das equipes parassem, a posse de bola seria dada ao adversário.
“Nesse momento, nossa equipe decidiu continuar do jeito que estava, pois estávamos perdendo, mas os nossos adversários acharam que compensava perder a posse para arrumar a bola”, contou Luiza Araújo. Após esta atitude do time de Ouro Preto, a equipe de handebol masculino da UFU AVCD praticou o “fair play” e devolveu a posse para eles. Ela ainda afirmou que foi um belo gesto, porque o princípio do esporte é a disciplina e a humanização das pessoas.
Os jogos acabam, mas os problemas continuam
Mesmo com o fim das disputas, as reclamações não acabaram. Problemas na súmula, resultados errados, boletins que não foram postados, são alguns dos pontos que estão sendo cobrados pelos atletas aos organizadores do evento, além de mostrarem a desorganização da competição.
E para mostrar o descontentamento dos competidores com o JUMs 2024, muitos estudantes e delegações usaram as redes sociais para fazerem as suas reclamações, deixando explícito a decepção deles com um dos jogos mais aguardados pelos universitários mineiros.
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