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Você sabe qual atlética tem mais medalhas na história da Olimpíada Universitária?

  • Foto do escritor: Arquibancada UFU
    Arquibancada UFU
  • 19 de ago.
  • 10 min de leitura

Atualizado: 27 de ago.

Arquibancada UFU foi atrás para saber quais as atléticas mais subiram nos pódios durante as 13 edições dos jogos


Por: Felipe Domingos


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Em 2024 a Engenharia foi a grande campeã da Olimpíada UFU | Foto: Milton Santos 


A Olimpíada Universitária UFU, ou simplesmente Olimpíada UFU, é um dos eventos esportivos mais tradicionais do país. Voltado a comunidade estudantil, a primeira edição dos jogos data de 1965 (antes mesmo da federalização da própria UFU), em formato bem menor e diferente do que existe hoje. 


Inicialmente, os jogos universitários foram organizados e disputados por cinco faculdades: Direito, Ciências Econômicas, Filosofia, Escola de Engenharia e Conservatório de Música de Uberlândia. Os jogos foram realizados na Praça de Esportes Minas Gerais, onde atualmente é o Uberlândia Tênis Clube (UTC) e o primeiro campeão foi a Faculdade do Direito. Diferente das mais de 20 modalidades que são disputadas atualmente, na primeira edição foram disputados apenas: vôlei masculino e feminino, basquete masculino e feminino, tênis de mesa masculino e feminino e futsal masculino.


Por ser um evento organizado por alunos de maneira independente, havia uma dificuldade financeira para fazer com que o evento acontecesse regularmente. Até por isso, os registros sobre campeões gerais e de cada modalidade da época são difíceis de se encontrar. Com ajuda financeira da UFU nas décadas de 80 e 90, a competição se organizou melhor, mesmo assim não foi realizada todos os anos.  


Somente com a participação da Divisão de Esporte e Lazer Universitário (DIESU) na organização da Olimpíada a partir de 2009, que o evento conseguiu se manter ativo durante quase todo o período, inaugurando uma nova fase da Olimpíada - sua Era Moderna. Outro ponto importante a se destacar foi a aprovação de uma nova assistência estudantil na época. Entre as novidades existia o compromisso da universidade em garantir a inclusão social, formação ampliada, produção de conhecimento, melhoria do desempenho acadêmico e qualidade de vida para os estudantes. Entre as diretrizes da assistência constavam a elaboração de projetos esportivos, garantir a viabilização do desenvolvimento de programas, projetos esportivos, recreativos e de lazer na UFU, além de garantir espaços físicos para eventos esportivos, treinos, entre outros.   


De toda forma, a criação da Olimpíada UFU foi uma luta dos próprios alunos da universidade, com pressão e manifestações na antiga reitoria da universidade, como consta no documentário produzido pela própria UFU em 2019, em comemoração aos 10 anos da Olimpíada Universitária. Talvez seja o único momento na história em que Engenharia, Med e Educa se juntaram e estiveram lado a lado. 


Desde então, aconteceram 13 edições dos jogos, e para a surpresa de muitos atletas e presidentes da época a primeira campeã foi a Engenharia, que desbancou a favorita e fortíssima Educa, que acabou perdendo o título por 1 WO na peteca. 


Das 13 edições, a Engenharia foi campeã em 10 delas, além de dois vices. A Educa foi a única que conseguiu ser campeã na era moderna, além da dominante Engenharia que se tornaria nos anos seguintes. Curiosamente, em 2011 quando a Educa foi bicampeã da Olimpíada, a Engenharia nem apareceu no pódio.  


Para a tristeza da torcida do cachorrão, 2013 foi o último ano em que a Educa foi campeã da Olimpíada, desde então são 3 vices, e 2 terceiros lugares. Mas talvez o mais preocupante seja que desde 2018, a Educa não figura no pódio.


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Outro ponto a se destacar é a Monetária. A mais recente das atléticas do top 3 da UFU, a Money nunca conseguiu ser campeã da competição, pelo contrário, mesmo sendo a mais nova, ela detém o título de maior vice-campeã da competição com 6 segundo lugares. Além de outros três terceiros lugares herdados da antiga Atlética das Contábeis, que passou a fazer parte da Monetária em 2014.  


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E as medalhas?


Para calcular quantas medalhas cada uma das atléticas conseguiu nas 13 edições dos jogos, o Arquibancada UFU decidiu contar somente as medalhas nas classificações gerais de cada uma das modalidades. Outro ponto a se destacar, é que os registros do ano de 2009 são de difícil acesso. Portanto essa pesquisa não representa o total e grandiosidade de cada uma das atléticas, mas visa dar um panorama geral do cenário da Olimpíada UFU. 


Como é de se imaginar, a Engenharia não é somente a maior campeã da Olimpíada como foi a que mais conquistou medalhas desde 2009, com 195 ao todo. Além disso, é que mais tem ouros e pratas, e a terceira com mais bronzes. Isso porque a Engenharia muitas vezes não ganha a modalidade, mas quase sempre garante sua vaga nas semifinais da competição, como em 2023 em que chegou na semifinal de todos os esportes coletivos. 


A diferença entre Engenharia e Educa - segunda colocada - chega a ser abissal, mesmo a Educa mantendo uma média de 10 medalhas pelas próximas 6 olimpíadas, a atlética não alcançaria sua arquirrival no número total de medalhas. E o cenário da disputa geral pelos ouros também é um atropelo. A Engenharia mantém uma distância de 33 medalhas para a Educa.   


A 9 medalhas do centésimo ouro e 5 da ducentésima medalha, 2025 promete ser um ano marcante para a Engenharia nessa década.


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Mesmo assim, a Educa ainda leva vantagem em um critério. Tradicionalmente a Educação Física sempre foi a atlética mais forte nas modalidades coletivas. Mas provavelmente deve perder esse posto na edição de 2025. A Educa não é a que mais tem medalhas, porém é que mais conquistou ouros nos últimos anos, 40 ouros da Educa, contra 39 da Engenharia. Ainda é a com mais pratas, 29 contra 27 da Monetária. 


Observa-se também a distância de Educa e Engenharia para a terceira colocada Medicina, com apenas 13 medalhas de ouro, ou seja, mais de 20 medalhas entre a segunda e terceira colocada. 


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O atual formato da Olimpíada conta com 27 modalidades, entre elas 9 possuem uma dominância de alguma atlética. Novamente a Engenharia se destaca na maioria delas, no futsal masculino, a atlética preta e amarela foi campeã de 7 das 12 edições com registro. No tênis de mesa masculino 9 de 12, no judô feminino 8 de 10, e no xadrez, tanto feminio quanto masculino, ganhou 6 das 9 edições separadas pelos naipes. 


Mas esses números nem chegam perto da dominância de Educação Física e Medicina. No futsal feminino, a Educa ganhou 10 das 12 edições. Enquanto a Med ganhou 11 das 12 edições registradas do atletismo feminino, aliás mantém a maior sequência de títulos da Olimpíada - 2011 até a atual edição.  


A tabela leva em consideração a unificação de atléticas. Por exemplo, para a Monetária são consideradas 4 medalhas (3 pratas e 1 bronze) conquistadas pela Atlética das Contábeis entre 2009 e 2013. Agrárias, Exatas e Infernal, são as que mais se beneficiam dessa contagem. 


Agrárias ganha 16 medalhas, sendo 3 de ouro, o que faz com que a atlética salte de 9º para 8º lugar na tabela. Exatas ganha 14 medalhas, pulando de 7º para 6º lugar. E por fim Infernal, a atlética fundada em 2024 que unifica as antigas atléticas de Ituiutaba, sai da última posição e vai para o 12º lugar, se aproveitando das conquistas da Engenharia Pontal e XVII de Julho.


Se levarmos em conta somente as conquistas das atléticas sem junções, teríamos algumas mudanças. Veja a seguir:


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Veja que Agrárias e Exatas perdem principalmente com as medalhas de prata e bronze, caindo uma posição cada. Por outro lado, Infernal despenca para a última posição ao lado da Gnomada (antiga Engenharia Bio Patos).  


Agora vejamos as atléticas que deixaram de existir ou foram absorvidas por outras. De todas as AAA’s que já existiram, 12 delas conseguiram conquistar pelo menos uma medalha. Com um grande destaque para Engenharia Pontal e Agronomia, as únicas com dois ouros e a ultrapassarem a barreira das 10 medalhas no total. 


A tabela também explica porque Agrárias, Exatas e Infernal sobem na tabela. Enquanto Engenharia Pontal e Agronomia foram as que mais conquistaram medalhas, as atléticas que se fundiram a Exatas são 5, cada uma com pelo menos duas medalhas cada.


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Atletas Destaques


Ser campeão é a melhor coisa do mundo. Porém, ser destacado como melhor atleta da modalidade pode aumentar ainda mais a alegria ou consolar o coração daqueles que chegaram quase lá. 


Conferindo os boletins oficiais, constata-se que a premiação passou a ser divulgada a partir de 2015, porém sabe-se que a entrega dos prêmios é anterior a isso. Até o momento da produção dessa matéria, a DIESU não nos informou desde quando é feita a premiação e nem os premiados anteriores. Por tanto, serão creditados aqui os prêmios a partir de 2015, com exceção ao destaque do Tênis de Mesa Feminino de 2014. 


Até a edição de 2024, foram entregues 197 prêmios de atletas destaque. E para a surpresa de um total de 0 pessoas, os atletas da Engenharia foram os que mais acumularam prêmios durante esses anos. Entre as 27 modalidades disputadas, a Engenharia tem atletas em 22 delas, com destaque para o Xadrez feminino em que a Engenharia foi campeã de 6 edições e teve 5 prêmios de atletas destaques. 


Lesly Viviane Montúfar é a grande jogadora nesse quesito. Lesly é dona de 4 desses prêmios. Curiosamente, o quinto prêmio pertence a Eymi Priscila Montúfar, irmã de Lesly. Em 2024 as duas fizeram a dobradinha no pódio do xadrez, Lesly foi a primeira colocada, seguida por Eymi.   


A Engenharia também possui outra modalidade com 5 prêmios, o Tênis de Mesa masculino. A atlética é a atual bicampeã do torneio, além de outros sete títulos gerais. Thiago Campisi venceu a competição nas últimas 3 edições no individual e recebeu o prêmio de atleta destaque em cada uma delas. Thiago ainda acumula dois vices e dois terceiros lugares. 


Ao longo dos anos, Campisi disputou ferozmente o topo da competição contra Pedro Crivelaro, ex-atleta da Engenharia Pontal. Crivelaro também foi campeão de 3 edições (2017, 2018 e 2019) e recebeu o Atleta Destaque pelos títulos. Em 2019, Pedro foi campeão em cima de Thiago. Em 2022 o resultado se inverteu e Campisi acabou com o título.  


Outra atlética com 5 prêmios de Atleta Destaque é a Medicina na Peteca feminina, que também acumula 5 títulos do torneio. Juliene Gonçalves foi a grande campeã nesses últimos anos, participou de 3 títulos e foi condecorada 4 vezes como destaque da competição. 


Mesmo assim, Peteca, Xadrez e Tênis de Mesa não são a modalidade com o maior dominância por uma atlética. Como já dito antes nesse texto, a Med domina com larga vantagem no Atletismo feminino, e nos prêmios de destaque não seria diferente.  Nas últimas 6 edições que levou o troféu de grande campeã, a atlética também teve a Atleta Destaque. Luciana Alves foi premiada 4 vezes, a primeira em 2016 ainda atleta da Científica. As outras 3 nas últimas 3 edições pela Med. Em suas redes sociais, Luciana se despediu das pistas depois de 12 anos competindo e finalizando sua trajetória com duas medalhas de ouro e o prêmio de atleta destaque.  


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Mas se estamos falando de Atleta Destaque, não podemos deixar de lembrar de uma das maiores atletas que a UFU já viu. 7 participações em Olimpíada, 6 títulos individuais, 6 prêmios de Atleta Destaque, e ainda levou suas duas atléticas à medalha de ouro geral do torneio. Mariane Yumiko Muraoka simplesmente dominou o Tênis de Mesa feminino entre 2014 e 2019. 


A mesatenista disputou a Olimpíada por duas atléticas diferentes, em 4 edições pela Educa e 3 pela Biológicas (1 pela Cientifica em 2013 e 2 pelas Biológicas em 2018 e 2019). Na sua primeira participação pela Cientifica, Mariane ficou em 5º lugar, depois disso ganhou todas as edições que disputou. Nas 6 finais enfrentou 5 jogadoras diferentes e venceu todas elas. Em cada um dos títulos, Muraoka recebeu o prêmio de Atleta Destaque.  


Mariane é a única atleta que temos informação de ter sido premiada no ano de 2014, de toda forma, mesmo se desconsiderarmos o título, ela continuaria sendo a atleta com mais prêmios do tipo, com 5. Mas a disputa é boa, Yasmin de Góis Martins é outra que acumula títulos e prêmios no Tênis de Mesa. Estudante de Ciência da Computação, Yasmin foi campeã em 2013 pela Comp, logo depois se formou e só voltou a disputar as Olimpíadas em 2022, no pós pandemia. Desde então foram 3 edições, 3 títulos e 3 prêmios de atleta destaque.  Esse ano Yasmin pode chegar ao 5º título e ameaçar o reino de Mariane. 


Atletas destaques em mais de uma modalidade


Algo bem comum em algumas atléticas é ter atletas disputando várias modalidades diferentes. E quando se encontra alguém muito bom em mais de um esporte é a melhor coisa do mundo. 4 AAA´s tiveram a sorte não só de ter bons poliatletas como conseguiram destaques em mais de uma modalidade. 


A primeira a conseguir isso foi a Medicina com a já citada anteriormente Juliene Gonçalves. A atleta, como dito, foi destaque na Peteca 4 vezes seguidas entre 2016 e 2019. Em 2016 Juliene conseguiu um feito inédito até então, na mesma edição também foi destaque no vôlei feminino e ajudou a Med a chegar às semifinais naquele ano. 


Outra a ter um mesmo Atleta Destaque em duas modalidades foi a Monetária. Natal Acir conseguiu ser destaque no Futsal pela Monetária em 2015, quando foi vice campeão, e em 2018 no Futebol de Campo quando também amargou um segundo lugar.


No ano seguinte, Thais Schmidt da Engenharia também chegou lá. A atleta já havia sido destaque no Basquete pela atlética em 2017, e em 2019 foi o grande nome do Judô feminino da Engenharia e da UFU. 


Agora, existe um ponto fora da curva nessa discussão. Igor Tavares, ex-atleta da Fisioterapia e da Educa, fez história na Olimpíada UFU. Tavares foi bicampeão do Futebol de Campo em 2016 e 2017 pela Educa, em 2019 já pela Fisioterapia foi campeão de E-sports - quando recebeu seu primeiro prêmio de Atleta Destaque - e de Futsal. 


Em 2022, mesmo finalizando a edição sem nenhum título, Tavares foi condecorado como Atleta Destaque em duas modalidades, Futsal e Futebol de Campo, conseguindo assim ser o único atleta em nossa base de dados a ser premiado em 3 modalidades diferentes. Tavares ainda finalizou sua história nos jogos da UFU em 2023 sendo campeão e destaque no Futebol de Campo.    


A maioria dos atletas citados aqui não disputarão os jogos de 2025, nem por isso a UFU estará carente de bons atletas e atléticas. Novas histórias estão por vir por aí e novos nomes criarão suas próprias jornadas. 2025 promete ser um ano importante para muitas atléticas, algumas buscando o topo do nosso Olimpo, outras tentando se firmar entre as grandes da nossa universidade. De qualquer jeito, esse ano mesmo com um evento menor, o esporte universitário vive dentro da UFU.   


Não deixe de acompanhar cada um dos jogos e resultados da Olimpíada pelo Arquibancada UFU. 


 
 
 

1 comentário


Convidado:
19 de ago.

belíssima matéria, parabéns!!!!

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