Fisioterapia reconquista ouro no vôlei masculino da Olimpíada UFU 2025 após três anos de espera

Arquibancada UFU
24 de set.
8 min de leitura

Monetária e Exatas completaram o pódio da modalidade

Por: Tainá Brasil

A Fisio conquistou sua primeira medalha de ouro na edição de 2022 | Foto: Tainá Brasil

A Olimpíada UFU 2025 foi concluída no penúltimo fim de semana (13 e 14), no campus Educação Física, com partidas marcadas por emoção em todas as modalidades. O G5 despediu-se do vôlei masculino em meio aos cantos dos torcedores, que lotaram a arquibancada para assistir à disputa pelo terceiro lugar e a grande final.

As equipes finalistas foram as mesmas do ano passado, entretanto, não repetiram o pódio anterior, ao que realocaram suas posições. Ao som do apito, os atletas mostraram-se determinados a dar o melhor de si em quadra, na tentativa de conquistar as medalhas almejadas.

Monetária X Fisioterapia - Final

A grande decisão do vôlei masculino foi marcada pelo confronto entre duas potências que dominaram a competição e chegaram ao topo por caminhos opostos, movidas pelo mesmo propósito: a busca incessante pelo ouro. De um lado, Monetária, atual campeã da modalidade, determinada a defender seu título e consagrar-se bicampeã. Do outro, Fisioterapia, medalhista de bronze na última Olimpíada, determinada a reescrever sua trajetória e lutar pelo lugar mais alto do pódio.

A Monetária, desde sua estreia, consolidou-se como o time da virada. Acostumada a flertar com o perigo, a equipe encontrou brechas mesmo quando as probabilidades não estavam a seu favor, alterando o placar em momentos decisivos. Em todas as partidas, a Money fez jus ao seu título e reafirmou sua presença em quadra sempre que necessário.

No início da competição, enfrentou a Educa em um duelo que ditou o ritmo de sua campanha, com arquibancada cheia e virada de placar garantida. A atlética vermelha mostrou que o Cachorro até pode comer gente, mas, pelo visto, não engole Tamanduá.

Nas quartas de final, derrotou a Medicina em uma partida em que as torcidas agiam como o sétimo jogador de cada equipe. A Serpente levou o primeiro set apenas para ser seguida pela campeã em uma virada impressionante e terminou sendo pisoteada pelo Tamanduá.

Na semifinal, encarou uma personagem conhecida pelo pódio da modalidade: a Exatas. Em meio a rallys emocionantes, o Tamanduá transformou o placar de 2 a 0, do Gorila, em uma vitória por 3 a 2. Um embate que deixou até mesmo o capitão da equipe, Régis Júnior, atônito.

Em contrapartida, a Fisioterapia apresentou uma campanha sólida e sem sustos, com seus atletas possuindo o sangue frio do réptil que os representa. O Crocodilo mostrou-se vingativo e um candidato digno de ouro, ao que ganhou de todos os seus adversários sem permitir que eles levassem nenhum set.

Nas oitavas de final, enfrentou o Direito em uma partida desarmônica, em que demonstrou total domínio de quadra. A discrepância de pontos e grande organização tática do Crocodilo abocanharam o Guará.

Nas quartas, encarou a Computação em uma partida marcada por precisão, com poucos erros de ambas as equipes. A Fisio soube aproveitar suas oportunidades e impediu que o Lobo impusesse o seu ritmo.

Na semifinal, dominou a Engenharia, atual vice-campeã, e controlou o jogo com autoridade. O Leão rugiu, mas acabou sendo domado com tranquilidade, mostrando que até o rei da selva pode entrar na dieta do Crocodilo.

A Fisioterapia possui quatro medalhas no vôlei masculino, sendo dois ouros e dois bronzes | Foto: Tainá Brasil

O palco estava montado para um duelo em que a frieza tática enfrentaria a intensidade indomável, e apenas um estilo conquistaria a vitória. O confronto mais esperado do fim de semana contou com a presença massiva de torcedores na arquibancada do G5, cujos cantos impulsionaram as equipes e tornaram-se incompreensíveis ao que se misturavam aos gritos dos próprios atletas em quadra.

O primeiro set foi marcado pelo equilíbrio inicial. A Monetária abriu o placar com o saque de Jack Zhu, seguido por um ponto de Jairo Pereira Neto. A partida seguiu com defesas espetaculares de ambos os lados, entretanto, a Fisioterapia não conseguiu bloquear os ataques feitos pelo capitão adversário, Régis Júnior. O Tamanduá manteve sua vantagem e encerrou a primeira parcial por 25 a 19. Após o fim do set, a torcida da Fisio, frustrada com o desempenho da equipe, manifestou sua indignação na arquibancada.

O protesto dos torcedores surtiu efeito na equipe verde, que no início da segunda parcial, voltou mais focada e começou a ditar o ritmo do confronto. Com erros frequentes da Monetária e ataques precisos dos atletas Murilo Dambros e Miguel de Mello, a Fisio abriu grande vantagem no placar. Luiz Gabriel Siqueira, da Money, fez dois aces seguidos, mas não foi o suficiente para aproximar a pontuação. Rallys longos e boas defesas colocaram o Crocodilo em posição dominante, enquanto o Tamanduá demonstrou tensão e dificuldade de reação. O set terminou em 25 a 13, para a Fisioterapia.

No terceiro set, a Fisio começou pontuando e manteve a vantagem mesmo com a reação da Monetária, que buscava equilíbrio no placar com bloqueios e contra-ataques. A parcial foi marcada por alternância intensa, com ambas as equipes demonstrando habilidade tática nos momentos de pressão. Apesar de alguns erros de saque e pequenas desconcentrações, o Crocodilo retomou a dianteira com pontos anotados pelo camisa 8, Lucas Vinicius. O placar fechou em 26 a 24 e foi decisivo para a liderança da Fisio na partida.

Na última parcial, a Fisioterapia confirmou sua superioridade ao que assumiu o controle da quadra e explorou as falhas de sua adversária. A atlética verde abriu larga vantagem com saques precisos e ataques consistentes, enquanto a Monetária tentou reagir sem sucesso. O clima no ginásio tornou-se mais frio, ao que os atletas começaram a demonstrar cansaço, entretanto, o Crocodilo manteve sua consistência que foi decisiva. O ponto final da partida foi marcado por Lucas Vinicius e consagrou a Fisioterapia como campeã da modalidade.

O oposto Murilo Dambros, do curso de Fisioterapia, considerou o jogo difícil, mas deu créditos para o sistema de bloqueio da equipe. “Nós, infelizmente, perdemos um set por questões psicológicas, mas depois conseguimos nos encaixar psicologicamente e ganhamos com um placar relativamente aberto”, comentou.

Ao ser perguntado sobre a sensação de ser campeão, após o bronze na edição passada, Murilo reconheceu a união do time e compartilhou suas expectativas para o próximo campeonato. “A maior parte do time é de veteranos e é muito importante fecharmos esse ciclo com eles. Um novo ciclo vai começar agora, com novos bixos, já que a maior parte do time vai sair, infelizmente, mas vamos trabalhar com eles para os próximos anos”, finalizou.

O capitão da Monetária, Régis Júnior, do curso de Gestão da Informação, parabenizou os adversários pelo jogo excepcional e também a própria equipe, mesmo que, segundo ele, eles tenham feito uma partida atípica. “Eles acreditaram do início ao fim, eu acho que faltou um pouco da nossa parte, mas em contrapartida eu fico muito feliz por termos chegado na final. A prata dói, mas não podemos desmerecer. Parabéns para nossa equipe e parabéns para a Fisio também. Fizeram um jogo excepcional, erraram muito pouco”, disse o atleta.

Régis irá se despedir da equipe do Tamanduá na próxima edição da Copa Inter Atléticas (CIA) e não participará da Olimpíada UFU 2026. “Estou feliz. Saio com um ouro e uma prata pela Monetária. Desejo boa sorte para quem vai chegar e espero que a Monetária consiga se manter. Muita gente boa fica e eu confio muito em quem vai ficar de hoje em diante”, revelou.

A Monetária conquistou oito medalhas na modalidade, sendo uma de ouro, quatro de prata e três de bronze | Foto: Tainá Brasil

Engenharia X Exatas - Terceiro lugar

A disputa pelo terceiro lugar foi protagonizada por duas atléticas conhecidas pelo pódio da modalidade: Engenharia, atual vice-campeã, e Exatas, quarto lugar da edição anterior da Olimpíada. O Leão iniciou sua trajetória na competição com uma vitória sólida contra a Gnomada, em uma partida rápida e desarmônica ao que demonstrou grande habilidade técnica e garantiu sua classificação sem grandes dificuldades.

Nas quartas de final, a Engenharia repetiu o feito ao enfrentar a Biológicas, em um duelo igualmente discrepante, no qual a diferença de pontos refletiu o domínio absoluto da equipe amarela e a dificuldade dos adversários em acompanhar seu ritmo. Porém, ao chegar na semifinal, o Leão encontrou um desafio inesperado: a Fisioterapia, que desestabilizou a sua confiança ao impor um ritmo de jogo que o time não conseguiu acompanhar.

Já a Exatas, iniciou sua caminhada nas oitavas de final com tranquilidade diante da Artes, em que a vitória veio de forma confortável. Nas quartas, no entanto, o cenário foi diferente. Diante da Humanas, o Gorila enfrentou um duelo equilibrado, em que mostrou sua determinação e conseguiu garantir a vaga na semifinal. O maior desafio, porém, veio contra a Monetária, atual campeã do vôlei masculino. A Exatas começou à frente, mas assistiu a virada extraordinária da Money mudar completamente o rumo da partida. Na partida mais emocionante das semifinais da competição, o Gorila lutou, mas não conseguiu conter a força do Tamanduá.

Com esses resultados, Exatas e Engenharia acabaram se encontrando na disputa pelo terceiro lugar, cada uma trazendo marcas diferentes de suas trajetórias: de um lado, a força física e a resistência do Gorila; do outro, o Leão, que viu sua coroa ameaçada na semifinal, tentando manter o seu título de predador.

Na Olimpíada anterior, a Engenharia eliminou a Fisioterapia na semifinal e, nesse ano, o Crocodilo conseguiu a sua revanche | Foto: Tainá Brasil

No início do confronto, as equipes entraram em quadra com intensidade desde os primeiros pontos. O set foi equilibrado, marcado por boas viradas e bloqueios de destaque dos dois lados, com defesas de Raphael Yuri e João Pedro Souza, da Engenharia, e de Pedro Henrique Souza, da Exatas. A disputa seguiu ponto a ponto até a reta final, mas o Leão cometeu erros que deram vantagem para o adversário. O ponto final veio de um saque do Gorila, que os engenheiros acreditavam que fosse sair. A parcial encerrou em 25 a 22, para a Exatas.

No segundo set, a Exatas começou pontuando e rapidamente aproveitou as falhas da Engenharia, que mostrou desorganização e problemas de comunicação. O técnico do Leão chegou a pedir tempo e cobrou seus atletas com firmeza, mas os erros se acumularam, principalmente nas bolas paradas e defesas atrasadas. Embora Marcelo Pietro tenha dado um respiro aos engenheiros ao anotar um ponto e comemorar intensamente, a reação não durou muito. A partir da metade do set, a Exatas abriu ampla vantagem, enquanto a Engenharia não conseguiu sair da sequência de falhas. Com autoridade, o Gorila fechou a segunda parcial em 25 a 11.

O terceiro set começou com a Engenharia dominando as primeiras ações, abrindo vantagem diante de uma Exatas instável, marcada por erros de saque e ataques mal executados. A virada parecia distante, mas após uma breve conversa com o técnico, o time do Gorila voltou mais organizado e encostou no placar.

A Engenharia tentou reagir, aproveitando falhas pontuais da adversária, e a reta final do set se transformou em um duelo com intensas trocas de pontos, viradas emocionantes e a torcida das duas equipes aumentando o barulho no ginásio. No entanto, a maior consistência do Gorila prevaleceu. Depois de diversas chances de set point, a partida encerrou em 34 a 32 para a Exatas, que levou o bronze da modalidade.

Enzo Tales, do curso de Matemática, compartilhou que ficou chateado com o quarto lugar na edição passada, porém se sente realizado com o resultado desse ano. “É muito bom. Depois de perdermos a semifinal de virada, fica aquele sentimento de não estarmos na final. Mesmo ganhando o terceiro lugar fico muito feliz de estar comemorando com os meus amigos”, acrescentou.

O atleta também comentou sobre a reta final acirrada do terceiro set. “Os dois times estavam querendo muito, não querendo errar nada, então eram muitas bolas previsíveis. Eles erraram, mas nós também erramos e por isso foi bem acirrado”, finalizou.