Movida pela paixão, Bateria Primata supera obstáculos e retoma atividades depois de um ano parada

Paralisação temporária não impediu que a bateria apoiasse seus atletas na CIA e na Olimpíada UFU 2024

Por Gabriel Morais

A Bateria Primata fez sua primeira participação no DCE em 2019 | Foto: Acervo Pessoal

Fundada em 18 de Março de 2018, a Bateria Primata completa na próxima semana nove anos de muita cadência, ritmo e paixão. Representando as cores da A.A.A Exatas UFU, o grupo conta com discentes dos cursos de Matemática, Estatística, Química Industrial, Química Licenciatura, Física de Materiais, Física Médica e Física Licenciatura, além das pós-graduações dos respectivos cursos.

No ano de 2019, quando a bateria conseguiu se estabelecer por completo, criou boa parte de seus breques/desenhos além de ter sido o ano com mais ritmistas na equipe, o que possibilitou a participação em seu primeiro evento.

Durante sete anos fizeram muito barulho nas arquibancadas e ginásios, mas em 2024, devido a problemas na gestão e falta de atletas, precisaram paralisar as atividades por um ano, entretanto esse amor pelas arquibancadas não diminuiu. Falamos com a atual presidente da bateria, Mariana Tanaka (Yakuza), e o ex-mestre da bateria, Ricardo Ribeiro, sobre um pouco dessa trajetória e os desafios para voltar com a rotina de treinos da bateria.

No meio do caminho, tinha uma pedra

Na bateria desde sua fundação em 2018, o ex-mestre Ricardo Ribeiro, comentou sobre a trajetória do projeto, além dos altos e baixos nesses mais de seis anos de organização.

Depois da sua criação, a Primata foi se estabelecer como uma bateria universitária mais organizada no ano de 2019, que segundo o próprio Ricardo, foi o ano mais marcante da bateria para, “Sem sombra de dúvidas 2019 foi nosso melhor ano, estávamos com a maior quantidade de ritmistas da nossa história, e conseguimos evoluir muito nossas apresentações em relação ao ano anterior, o que me deu muito orgulho”,  disse o ex-mestre.

Apesar da consolidação da bateria em 2019, um imprevisto fez com que a bateria fosse prejudicada, a pandemia. Durante 2020 e 2021 a Primata teve que interromper suas atividades em detrimento da pandemia da COVID-19, nesse meio tempo, boa parte dos ritmistas que participavam da bateria se formaram ou tiveram que sair da bateria por motivos pessoais, o que fez o número de integrantes diminuir drasticamente.

Por conta de toda essa situação, Ricardo lembrou de um caso curioso que aconteceu com ele em 2023, “ Devido a esse desmanche que a bateria sofreu, fomos competir em 2023 muito desfalcados e eu inclusive tive que mestrar e tocar ao mesmo tempo, muita gente na época me chamou de maluco por conta da dificuldade de conciliar essas duas atividades, mas isso não me impediu de ir e fazer uma ótima apresentação“, relembrou Ricardo.

Formado no ano de 2023, o ex-membro da bateria disse levar somente carinho pela Primata, e que vai continuar torcendo pela macaca, que vai enfrentar um 2025 de recomeço depois do hiato de um ano.

Uma história de paixão

Após ter seu primeiro contato com a bateria em 2019, Mariana Tanaka comentou que se apaixonou pelo movimento logo de cara. Mesmo sem nunca ter tocado antes, ela conheceu a Primata através do convite de amigos, e depois do primeiro ensaio já ficou encantada. Rapidamente se aproximou do mundo da percussão e hoje ele é sua prioridade. 

Atual presidente, Mariana comentou que já esteve no cargo durante 2022 e 2023, e por conta da decisão de fazer uma pausa no último ano precisou se ausentar. Durante 2024 assumiu a presidência da Exatas, e foi justamente estando mais perto dos atletas e dos jogos que percebeu a importância da banda universitária nas arquibancadas apoiando. Por conta dessa relação ela conseguiu juntar forças com outros membros da bateria e levar, mesmo em número reduzido, a Primata pras arquibancadas da CIA e da Olimpíada UFU. 

Agora de volta à liderança da bateria, Mariana revelou que não tinha vontade de assumir outra presidência neste ano, já que esse é seu último ano de faculdade e as responsabilidades da presidência consomem muito tempo e energia. Entretanto seu amor pela Primata fez com que mudasse de ideia e assumisse, uma última vez, à responsabilidade, “Não podia sair sem tentar reerguer algo que me trouxe tanta alegria, pensando que as próximas gerações de 'bixos' e 'bixetes' da Exatas não iam sequer ter a oportunidade de conhecer a Primata”, complementou a presidente.

Um ano de reconstrução

O ano de 2025 vem sendo um ano extremamente desafiador para a Primata. Com a volta da bateria, o principal foco para esse ano é restabelecer a cultura de treinos e captar novos membros. Por conta desse processo, decidiram não se inscrever em competições neste ano, e focar em reerguer o grupo de ritmistas, mas é claro, tocando nos eventos universitários de 2025, apoiando a Exatas aonde ela for.

Segundo Yakuza, a principal dificuldade no momento é captar novos ritmistas, o que dificulta a realização dos treinos. Mariana entende também que isso é normal e faz parte do processo Contudo, mesmo com esse problema, a Primata não tem planos de retroceder e só pensa em voltar com tudo, o mais rápido possível.

Mariana compartilhou também que a união com outras baterias universitárias tem ajudado muito nesse processo, “O mundo das baterias universitárias é bem diferente do que o de qualquer outra entidade universitária, a gente tem uma integração muito gostosa. Acaba que nessas horas, precisamos nos apoiar e aceitar a ajuda de quem já está estruturado, como a Mercenária, a Predadora, e outras baterias que estão dando uma ajuda muito grande para nós.”

Último ensaio da Bateria Primata contou com ritmistas da Predadora | Foto: Acervo Pessoal

Como funcionam os ensaios?

Os ensaios da Bateria Primata são abertos durante todo o ano para quem se interessar em ingressar. Independente do período que esteja na faculdade e da experiência na percussão, todos são bem-vindos.

Os treinos costumam ser realizados na sexta-feira, no estacionamento da reitoria ou aos finais de semana, no período da tarde, no canteiro da prefeitura. Para quem está querendo ir pela primeira vez, basta ficar ligado no @bateriaprimata no Instagram, pois eles divulgam toda semana o local e horário dos ensaios.