top of page

Mercenária é paixão sem fim

  • Foto do escritor: Arquibancada UFU
    Arquibancada UFU
  • 24 de mar.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 7 de abr.

Entre apelidos, sucesso e originalidade, a Mercê marca a todos


Por Bruno Stocco


Muitas músicas, cinco cursos, duas cores e um amor | Foto: Acervo Pessoal


Após uma fusão entre os cursos de Administração, Ciências Contábeis, Economia, Gestão da Informação e Relações Internacionais surgiu em 2010 a Associação Atlética Acadêmica Monetária. A paixão que surgiu pela recém-nascida atlética foi tão forte quanto uma batida de um surdo bem afinado. Quatro anos depois, o ritmo dos corações se transformou na Bateria Mercenária.


A percussão que passou a acompanhar os jogos do Tamanduá só fez crescer algo diferente do comum entre os ritmistas. Talvez seja esse o motivo do canto que a bateria carrega em suas apresentações, “eu sou da Mercenária e sozinho eu viro mil, eu sou da bateria mais 'tesuda’ do Brasil”. Esse sentimento sem explicação, e que todos sentem, é o diferencial de quem tem pouca idade e muita história.


Sozinhos eles viram mil


Para quem é de fora da Mercenária pode parecer estranho a atenção que esse êxtase recebe pelos membros da bateria, mas para quem vive isso a história é diferente. “Ser a mais ‘tesuda’ é um sentimento que só a gente sabe dizer, não tem palavras pra descrever isso”, conta o atual presidente Guilherme Lima.


Gui, como é conhecido, entende bem sobre essa emoção desde 2018, quando entrou para a Mercê. O prazer dessa música coletiva ainda não foi entendida completamente mesmo com sete anos de convivência. 


Entre todas as dualidades presentes na bateria, talvez a que mais influencia a música é a relação entre ritmistas e mestre. Enquanto um é responsável pelo som e fica livre para se sentir confortável, o papel do mestre é o exato oposto. “Tem uma diferença de dinâmica, mas é muito legal porque é uma figura de liderança, uma figura mais séria, tem que impor respeito”, explica Yan Barbosa, o mestre da Mercê.


Apesar disso, ele destaca sempre a alegria. “A música é uma forma de você se expressar, colocar sentimento, então é muito divertido estar exercendo essa função”. O êxtase de uma apresentação é o passo final dessa trajetória quase compulsória de tocar com uma vontade acumulada há tanto tempo. É o momento em que o nervosismo pode até fazer com que algo dê errado, mas a alegria de tocar faz a adrenalina correr contente.


Bruno Uliana, que já foi mestre e hoje participa da gestão, compartilha desse pensamento: “além da felicidade de ser Mercenária, essa galera representa família”. De pouco em pouco, o deleite que começou em 2014 se espalhou para muitos como um sentimento incomparável.


Mais do que música, uma harmonia que vem de dentro | Foto: Luiz Fernando Coelho (@lfcoelho)


Família da Percussão


Apesar do lema que a bateria carrega, a Mercê tem muito mais a contar. O sentimento ainda é a principal fonte de todos que estão envolvidos com a bateria, mas de diferentes formas. “A mais ‘tesuda’ do Brasil” ressoa na intimidade de cada um com sons únicos, principalmente no momento de descobertas que é a universidade.


Este momento é complicado na vida de inúmeras pessoas e escapar um pouco da vida acadêmica é necessário para muitos, como é o caso de Lucas Coelho. “Eu fiquei muito tempo na faculdade pensando que estava desperdiçando tempo sem fazer nenhuma atividade fora da parte acadêmica, e que lugar melhor pra aproveitar a faculdade do que na bateria?”. Para Lucas, esse sentimento ecoa na diversão e nas pequenas fugas da complexidade das salas de aula.


“A galera foi muito receptiva, todo mundo me ensinando, me mostraram todos os instrumentos e depois a gente ainda saiu pra se conhecer”, contou o estudante sobre o primeiro contato que teve com a Mercenária. A integração, os braços abertos, as diferenças são contraditórias com as rígidas competições, mas a separação desses momentos é essencial.


Yan explica essa dualidade para ele, “óbvio que a gente sempre tem os campeonatos, tem as responsabilidades, mas é uma segunda família para mim”. Assim como os instrumentos se complementam para formar a melhor das melodias, o amor por essa família e o espírito competitivo são uma combinação especial.


Claro, a vontade pelas competições são essenciais para a formação de um ambiente onde todos querem melhorar. Mas o fio condutor dos ensaios é o que deixa tudo leve e entusiasmado. “É bacana ter um ambiente familiar aqui, mesmo estando longe de casa”, conta Bruno, e o presidente completa, “fiz amigos pra levar pra vida toda, que eu chamo hoje de família, isso ajudou bastante”.


A paixão que acompanhou toda a bateria no Tabu 2024 | Foto: Luiz Fernando Coelho (@lfcoelho)


Do nacional à escolinha


Em 2024, a Mercê conseguiu se classificar para um dos mais difíceis e importantes campeonatos de bateria do país, a Taça das Baterias Universitárias, ou Tabu. A competição reúne participantes de todos os lugares do país para um grande batuque e integração. Como eram recém chegados, ficaram na segunda divisão e lutaram para subir, o que não aconteceu logo de cara.


A forma que a Tabu funciona diz que a segunda divisão é refeita todo ano, então só se mantém para o ano seguinte quem subir de divisão. A Mercê conseguiu se classificar novamente para no ano de 2025, “foi uma conquista muito boa, esse ano a gente espera que consiga subir para a principal”, revela Guilherme. Além desta competição, a Mercenária também estará presente na segunda divisão da Copa Inter Atléticas, a CIA.


Nenhum grupo chega tão longe se a base não for boa, e disso a Mercenária entende bem. A Mercêscolinha é o ponto de partida para todos, como explica Guilherme Lima, “a escolinha é primordial porque a gente vai ensinando as outras pessoas a tocar, não precisa saber nada, a gente vai ensinando e de pouquinho em pouquinho vai evoluindo”. A escolinha ocorre no estacionamento da reitoria da UFU Campus Santa Mônica, todas as terças das 18 às 19 horas.


Para participar da Mercêscolinha não precisa pagar e nem levar nada, apenas chegar e abraçar tudo que a bateria tem a oferecer. No instagram da bateria @mercenariaufu tem o acesso ao grupo do WhatsApp, onde todas as informações são divulgadas e atualizadas.

Commentaires


bottom of page