Equipes se enfrentaram na final pela quarta vez consecutiva; Engenharia conquistou medalha de bronze e compôs o pódio, e Biológicas fica em quarto
Por Ester Moraes
Medicina conquistou o terceiro lugar geral na Olimpíada 2024 | Foto: Ester Moraes
A Olimpíada UFU 2024 chegou ao fim, e a peteca feminina se mostrou, mais uma vez, uma das modalidades mais bem representadas na competição. Com a disputa do terceiro lugar no sábado (9) e a final no domingo (10), as torcidas receberam calorosamente, com muitos gritos, suas atléticas na quadra da Eseba. Para fechar com chave de ouro, o último final de semana contou com Medicina, Agrárias e Engenharia, que dividiram o pódio mais uma vez, e Biológicas, que chegou mais longe no campeonato em comparação ao ano passado.
Campeãs invictas - Medicina
A Medicina confirmou, mais uma vez, o seu favoritismo e o peso da camisa na modalidade, e levou o ouro no peito pela segunda vez consecutiva. De 13 edições da modalidade, foram cinco títulos em oito finais disputadas. Nesta edição, o trio de campeãs, Bruna Sales, Gabrielle de Ávila e Larissa Maris, não perdeu nenhum set sequer e mostrou que a determinação e a disposição sempre fizeram parte da equipe.
A Med, na modalidade da peteca, participa de três competições diferentes, dentre elas a Copa Inter Atléticas (CIA), o Campeonato Intermed e a Olimpíada UFU, e já fazem dois anos que o grupo não perde um jogo. Logo na primeira fase das disputas, as futuras médicas mostraram a que vieram, batendo as visitantes da Infernal e garantindo a vaga diretamente para as quartas de final.
Nas quartas, a equipe superou a dupla da Aplicada, que, mesmo com um grande desempenho do Canguru em quadra, não resistiu ao bote da Serpente. Já nos últimos capítulos dessa competição, a Med venceu a semifinal com grande êxito contra a Biológicas e garantiu mais uma decisão.
A final contra a equipe da Agrárias já é uma grande e velha rivalidade. Este ano, as atléticas protagonizaram, pela quarta vez desde 2019, mais uma disputa pelo ouro. As equipes frequentemente se encontram, com ótimas campanhas, e dessa vez não poderia ser diferente.
O jogo começou com muita inquietação, com as duas torcidas presentes, gritando e apoiando até o fim. O primeiro set da decisão começou com ambas equipes trocando pontos, com o placar bem acirrado e sempre no empate. Do lado verde e roxo, Gabrielle e Bruna, com uma perfeita harmonia e ótimas jogadas, avançaram no placar logo após a troca de lados e deixaram a dupla do Javali para trás, vencendo por 25 a 12.
No segundo período, a Serpente apresentou, novamente, uma excelente estratégia de jogo. Com poucos erros e muito entrosamento das atletas, a Med abriu o placar e, na troca de lados, vencia por 12 a 4. O time azul e verde cometeu uma série de erros, visivelmente pela falta de comunicação, e não conseguiu se recuperar. O set foi dominado pela Serpente, que fechou o placar com a vantagem de 25 a 8, e conquistou a medalha de ouro.
“Nós estamos muito felizes com essa realização, é um crescimento muito grande que a gente teve, e é com muito treino. Eu agradeço muito à minha atlética e a Medonha pelo apoio, porque só chegamos aqui por conta dos treinos e pelo investimento que eles têm com a gente”, afirmou a veterana da turma 96 de Medicina, Gabrielle de Ávila.
Gabrielle de Ávila foi nomeada atleta-destaque da peteca feminina | Foto: Ellyn Lago
As vice-campeãs - Agrárias
Mesmo depois de bater na trave pela segunda vez consecutiva, o Javali não se deu por vencido tão facilmente. Com uma ótima campanha e sede pelo título, a Agrárias batalhou pela segunda medalha de ouro e passou por confrontos desafiadores. Campeão pela primeira vez em 2022 e vice em 2023, o Javali compõe um dos times mais competitivos e bem treinados na peteca feminina.
“A gente teve um bom desempenho, chegar na final algumas vezes consecutivas é sempre muito bom. Fico muito feliz de trazer esse reconhecimento para a atlética e chegar até aqui”, disse a experiente Giovanna Borges, atleta-destaque da modalidade na edição passada.
A dupla de titulares, composta pelas atletas Giovanna Borges e Maria Eduarda Julio Guerra, subiu ao segundo lugar no pódio com muito esforço e empenho. As atletas bateram a Psico na primeira fase da competição e, com vaga garantida diretamente nas quartas, superaram a Fisio em um jogo marcado por muita agitação e rivalidade. O Javali mostrou a sua força e os dentes após ganhar a semifinal no set desempate contra a Engenharia, um dos duelos mais equilibrados de toda a competição.
Entretanto, não foi possível repetir o grande feito na disputa da semifinal. Com o time da Agrárias em reformulação, os dois sets seguintes da grande decisão foram vencidos pela Medicina, e o Javali levou para casa a medalha de prata. Giovanna comentou sobre a derrota e o que faltou para o primeiro lugar chegar: “Minha parceira fixa, que joguei nas últimas vezes, se formou, então essa troca de parceira atrapalha até se adaptar. É treinar mais vezes juntas para, ano que vem, eu e a Duda virmos e tentarmos manter a tradição”.
Agrárias ganhou sua terceira medalha de prata na modalidade | Foto: Ester Moraes
O bronze do Leão - Engenharia
O Leão, durante toda a competição, tinha um único propósito em mente: voltar a reinar na selva. Pela quarta vez seguida, a Engenharia caiu nas semifinais e foi rumo à disputa do terceiro lugar. Tricampeão na modalidade e duas vezes vice, o bronze não diminui a campanha e o grande desempenho do Leão na disputa.
Com a sua enorme torcida, que nunca parou de cantar um segundo, a Engenharia buscou a taça até o fim, com as atletas que se revezavam a cada jogo, mostrando sua eficiência dentro de quadra. A equipe estreou no primeiro jogo da modalidade, batendo tranquilamente a dupla da Exatas. O Dragão de Três Cabeças, a Infernal, foi o próximo oponente do Leão, que não deu chances nenhuma para o adversário. Nas quartas de final, superou a Atlética do Direito.
A Engenharia passou por todos os obstáculos sem perder nenhum set, porém tropeçou na reta final, contra a Agrárias, a semifinal mais difícil da competição. No sábado (9), as cores preto e amarelo dominaram a quadra da Eseba. Mais uma vez, o Leão teve a oportunidade de subir ao pódio, contra a equipe de Biológicas, que nunca esteve próxima de disputar um terceiro lugar. As titulares Camilly Santos Corrêa e Geovanna Pereira Braga entraram em quadra para defender o Leão.
O primeiro set iniciou levemente equilibrado, com ambas as equipes trocando pontos, mas logo as futuras engenheiras entraram no ritmo do jogo e abriram dez pontos de vantagem. A Bio não conseguiu se recuperar, e o Leão fechou a primeira parcial da disputa por 25 a 13. No segundo set, a dupla da Engenharia entrou mais concentrada ainda e, já na troca de lados, vencia por 12 a 4. O Dragão, que não conseguiu mostrar seu jogo, não resistiu à pressão da Engenharia, que venceu por 25 a 7, e garantiu a medalha de bronze.
“Fico muito feliz com meu desempenho e o das minhas parceiras. A gente treina e dá o nosso melhor. Estamos em busca de mudar o título, mas, só de estar aqui para representar e conquistar, mesmo que seja o terceiro, já fico muito feliz”, relatou a atleta da Engenharia Camilly Santos Corrêa, que ganhou o título de melhor atleta da partida.
Engenharia disputou pela terceira vez seguida o bronze | Foto: Ester Moraes
Uma classificação inédita - Biológicas
Mesmo com a derrota, a Biológicas conseguiu subir na tabela e melhorar sua classificação em relação às edições passadas. No ano anterior, a Bio ficou em último lugar na classificação da modalidade e nunca tinha chegado tão longe na Olimpíada.
O Dragão superou alguns fantasmas do passado que poderiam assombrar a competição deste ano. Na primeira etapa, o time azul e preto bateu a Comp, dupla semifinalista da Olimpíada 2023. Nas oitavas de final, a equipe venceu, sem sustos, a Educa, e avançou para a próxima fase.
Mas, nas quartas, tudo começou a ficar difícil. A Odonto era um dos times mais constantes do campeonato e virou uma pedra no sapato da Bio. Elas ganharam o primeiro set e, somente nos detalhes, perderam o segundo. Com o poder e a garra de um Dragão, a dupla Giselle de Souza Assis e Júlia Medeiros Rocha venceu o tie-break em uma das partidas mais acirradas e emocionantes. Isso porque a atleta Giselle superou qualquer dor muscular que tivesse e, com lágrimas nos olhos, recebeu o tirante de melhor atleta.
A semifinal chegou com a ânsia de conquistar um lugar no pódio pela primeira vez. Foi então que o Dragão viu o desafio de eliminar a Medicina, que fazia uma bela campanha. E assim seguiu, confirmou o favoritismo e eliminou a Bio por 2 sets a 0, que encaminhou o time azul e preto para a disputa do terceiro lugar. Fora da final, o Dragão lutou contra o Leão para conquistar uma medalha no campeonato. Mesmo com várias tentativas de recuperação, a Bio foi derrotada pela Engenharia por 2 sets a 0 e encerrou sua participação histórica em quarto lugar.
A atleta Julinha comentou sobre a disputa do terceiro lugar e o desempenho da Bio durante o campeonato: “A gente ficou muito feliz com o resultado, não esperávamos que chegaríamos tão longe, justamente porque foi um time montado recentemente. Mas ficamos muito surpresas pela nossa classificação, e, mesmo querendo a medalha, ficamos muito realizadas.”
Superação e dedicação são palavras que definem a Biológicas no campeonato | Foto: Ítana Santos
Resultados das semifinalistas
Medicina
Medicina 2 x 0 Infernal
Medicina 2 x 0 Aplicada
Medicina 2 x 0 Biológicas
Medicina 2 x 0 Agrárias
Agrárias
Agrárias 2 x 0 Psicologia
Agrárias 2 x 0 Fisioterapia
Agrárias 2 x 1 Engenharia
Agrárias 0 x 2 Medicina
Engenharia
Engenharia 2 x 0 Exatas
Engenharia 2 x 0 Infernal
Engenharia 2 x 0 Direito
Engenharia 1 x 2 Agrárias
Engenharia 2 x 0 Biológicas
Biológicas
Biológicas 2 x 0 Comptação
Biológicas 2 x 0 Educa
Biológicas 2 x 1 Odonto
Biológicas 0 x 2 Medicina
Biológicas 0 x 2 Engenharia
Atleta-destaque (DIESU): Gabrielle de Ávila (Medicina)
Classificação final
1º - Medicina
2º - Agrárias
3º - Engenharia
4º - Biológicas
5° - Aplicada
6° - Fisioterapia
7° - Direito
8° - Odonto
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