Semifinais contaram com três figurinhas repetidas: Monetária, Exatas e Fisioterapia; Humanas é a única diferença em relação ao ano passado.
Por Eduardo Bessa
A Exatas esteve em todos os pódios do basquete feminino desde que a Olimpíada UFU foi retomada em 2022, e vai em busca do seu segundo título no pós-Pandemia | Foto: Filipe Couto
As quartas de final do basquete feminino ocorreram no Uberlândia Tênis Clube (UTC), no último sábado (2). Algumas atléticas fizeram nesta fase o seu segundo jogo na competição, devido ao chaveamento pré-estabelecido para a estreia, enquanto outras tiveram sua terceira, ou até mesmo quarta partida.
Logo às 8h, Exatas e Educa fizeram um dos confrontos que ficam para a história do basquete feminino na Olimpíada UFU. Após diversas trocas de liderança e uma prorrogação, a Exatas garantiu a vaga na semifinal. O primeiro confronto da semifinal foi definido logo na sequência: em mais um jogo disputado, a Monetária levou a melhor sobre a Engenharia, campeã da edição anterior, por apenas um ponto de diferença.
Pelo período da tarde, foi a vez de jogos mais calmos. A Fisioterapia mostrou novamente ter um grande setor defensivo na vitória sobre a Artes, em um jogo controlado do início ao fim. Para concluir as quartas de finais, a Humanas conseguiu mais um grande resultado no torneio, vencendo a Medicina e assim definindo o outro lado da disputa por uma vaga na final.
Um dia depois, no domingo (3), a Exatas teve uma grande atuação, tanto coletivamente quanto individualmente, e saiu com a vitória sobre a Monetária. Em seguida, Humanas e Fisioterapia fizeram um grande jogo, onde as individualidades da Pantera brilharam mais e garantiram a vaga na decisão. Assim, estará entre Humanas e Exatas o campeão do basquete feminino na Olimpíada UFU 2024, enquanto Fisio e Monetária disputam o terceiro lugar.
Exatas 35 x 30 Educa - Quartas
Para iniciar as quartas de finais, após duas semanas de intervalo desde as oitavas, Exatas e Educa não poderiam entregar um jogo melhor.
Após um primeiro quarto discreto, com um placar de 2 a 2, a Educa esquentou no jogo e conseguiu uma sequência de pontos no segundo quarto, com destaque para a atleta Natalia Alves, que ajudou muito a sua equipe dentro do garrafão com cestas e servindo a suas companheiras, deixando a parcial em 13 a 8.
Entretanto, o time da Exatas nunca se deu por vencido. Mesmo estando atrás do placar por boa parte da partida, elas não pararam de lutar e, após várias reviravoltas no placar, o quarto final terminou em empate por 28 a 28, assim aconteceu a primeira prorrogação nesta edição da Olimpíada.
Na prorrogação, a Atlética do Gorila aproveitou da experiência do seu grupo e da qualidade de jogadoras como Isadora Neves, Isadora Cristine e Julia Melo, conhecida como Julinha. Esse trio, além de ter marcado 33 dos 35 pontos da Exatas na partida, mostrou um incrível entrosamento para cooperar em cestas cruciais para a vitória no tempo extra.
Em entrevista, Julinha, que foi premiada com o tirante de craque da partida, exaltou a força e a união do grupo da Exatas para a persistência da equipe em busca da vitória: "É mais do que um time, é uma família. Toda hora estávamos acalmando umas às outras, nos chamando para o jogo e transmitindo confiança para as jogadoras mais jovens".
Monetária 34 x 33 Engenharia - Quartas
Para esta partida, as torcidas da Monetária e da Engenharia já estavam mobilizadas no UTC, já que o mesmo confronto pela modalidade masculina havia acabado de acontecer. Dessa forma, o clima quente entre as torcidas, que já existia antes do jogo, passou para dentro da quadra.
A Engenharia conseguiu uma parcial de 10 a 6 no primeiro quarto, onde o Leão teve controle das ações ofensivas e mostrou um desenho do jogo que não permaneceu por muito tempo, já que, nos dois quartos seguintes, quem dominou foi a Monetária.
O Tamanduá deu a volta por cima e colocou o adversário nas cordas, quando abriram uma vantagem de seis pontos na parcial pouco antes do fim da terceira parte. Entretanto, após uma pausa do treinador da Atlética do Leão, as atletas da Engenharia conseguiram marcar três pontos, assim, o placar marcava 25 a 22 para a Money no início da última parte.
Neste momento, a curta distância entre as equipes apenas serviu para incendiar os torcedores presentes no ginásio. E foi nesse clima que aconteceu um agitado último quarto, no qual a Monetária conseguiu pontos cruciais para a manutenção da sua vantagem até o fim do cronômetro, apesar de muita luta da Engenharia para levar o jogo para a prorrogação. A distância mínima determinou que a Atlética do Tamanduá disputaria a semifinal, placar final de 34 a 33.
Decisiva, a capitã da Monetária, Iasmim Câmara, marcou 14 pontos e foi premiada como melhor jogadora da partida. Em entrevista ao ARQ UFU, ela comentou a atmosfera criada no ginásio pelas duas partidas consecutivas de Engenharia contra a Monetária: "É feminino e masculino, mas somos todos da Monetária. Quando vimos os meninos levando aquela virada, nós tivemos mais gás para entrar nessa partida e conseguir realizar a vitória que não veio na partida anterior".
Rivais na modalidade feminina e masculina, Engenharia e Monetária movimentaram o Ginásio UTC com muita rivalidade | Foto: Eduardo Bessa
Exatas 53 x 35 Monetária - Semifinal
No primeiro confronto das semifinais, o alto nível de competitividade, exaltado por diversas atletas ao decorrer do evento, ficou evidente.
A Exatas foi a melhor equipe no confronto, porém a equipe da Money também fez um grande jogo. A Atlética do Tamanduá conseguiu belas combinações e teve o controle da partida por alguns momentos. Entretanto, parar o forte ataque da Atlética do Gorila se mostrou uma missão difícil para qualquer adversário, ainda mais em uma tarde inspirada de Isadora Neves, que marcou incríveis 29 pontos, com um trio de cestas de três pontos.
Desde o primeiro quarto, o controle do placar esteve com a Exatas, que tem por característica ser letal no ataque. Durante o decorrer da partida, a Monetária conseguiu pressionar e ter seus momentos, porém a grande atuação defensiva da Atlética do Gorila não permitiu transformar isso em pontos.
Em entrevista, Isadora Neves, que já foi campeã com a Exatas na edição de 2022, disse estar extremamente feliz com o retorno à decisão do basquete feminino e comentou a sua atuação brilhante na semifinal: "Tem dia que é inspiração mesmo: tem dia que cai [a bola na cesta], tem dia que não. Hoje foi um dos dias que estava entrando. Mas para todas, o time jogou muito bem defensivamente, foi o nosso melhor jogo no setor defensivo esse ano, e isso foi fundamental para o placar ser dessa forma".
Fisioterapia 26 x 5 Artes - Quartas
Agora do outro lado do chaveamento, novamente a Fisioterapia mostrou uma grande força no setor defensivo e conquistou a vaga nas semifinais. A Atlética do Crocodilo demorou cerca de 58 minutos em quadra, somando esse jogo e a estreia, para sofrer a primeira cesta nesta edição da Olimpíada.
A partida foi controlada desde o primeiro quarto, que deixou uma parcial de 10 a 0 para a Fisioterapia. A Artes começou a pontuar no final do segundo quarto, porém a força da Fisio nos dois lados da quadra dificultou que a Atlética do Arlequim tivesse qualquer chance de reação. Placar final de 26 a 5 para a Atlética do Crocodilo, que levou a vaga para a semifinal.
Novamente destaque da Fisioterapia, Rafaela Clemente comentou sobre o que leva a equipe a ser um time tão sólido, principalmente defensivamente, mas ofensivamente também: "Muito além dos treinos, é a união da equipe. A Fisio é uma atlética de um curso só, então todas ali estão muito empenhadas e motivadas por esta família. Temos uma amizade, um vínculo muito forte, além de uma grande sede de medalha após ficarmos fora do pódio na edição do ano passado".
Humanas 29 x 12 Medicina - Quartas
Em um confronto cheio de rivalidade, a Humanas mostrou que a vitória contra a Engenharia não foi apenas uma boa atuação e venceu com propriedade contra a Medicina.
No primeiro quarto, o placar demorou três minutos para sair do zero, e foi a Serpente quem abriu o marcador. Até então, a Humanas ainda mostrava um pouco de dificuldade para desatar os nós e achar boas situações ofensivas. Mas, quando uma jogadora com a qualidade de Daniella Oliveira está em quadra, é questão de tempo para ela aparecer, e os pontos começaram a sair um atrás do outro.
Mesmo com uma forte marcação individual, Danny, como a atleta da Humanas é conhecida, mostrou muita qualidade na definição das cestas e, em conjunto a um trabalho coletivo muito bem organizado pela treinadora Beatriz Evaristo, a Pantera teve o domínio do placar desde o momento que contornaram a vantagem inicial da Medicina.
Assim, o primeiro quarto acabou em 11 a 2 para a Pantera. A Atlética da Serpente não se recuperou após esse duro golpe, e teve sua corrida na competição interrompida. A Medicina se despede sendo a equipe que disputou a repescagem que mais avançou de fases nesta edição.
O restante da partida foi bem administrada pela Pantera, que finalizou em um placar de 29 a 12. Carol Silva, capitã da Humanas, comentou como se deu o primeiro quarto, que acabou por definir o ritmo do jogo: "Nos primeiros minutos, a gente ainda estava sentindo a partida, entendendo como elas iriam marcar e como iríamos nos defender. A nossa meta era conseguir uma vantagem ainda no primeiro quarto, e conseguimos realizá-la".
Humanas 21 x 10 Fisioterapia - Semifinal
Para decidir quem enfrentará a Exatas na final do basquete feminino, Humanas e Fisioterapia replicaram um confronto das quartas de finais da edição anterior, e fizeram um jogo interessante, resolvido pela qualidade de quem soube escapar melhor da marcação individual das adversárias.
Rafaela Clemente e Daniella Oliveira foram os principais destaques de Fisioterapia e Humanas, respectivamente, na competição até então. A marcação de ambas as equipes foi claramente montada para tentar parar essas duas atletas. Entretanto, a defesa da Pantera foi mais eficiente nessa tarefa.
Danny, que começou no banco, entrou após a metade do primeiro quarto, e logo após sua entrada, fez a primeira cesta da partida. Ela não parou por aí: foram diversos pontos em sequência para Daniella, que somou 16 ao final do jogo. E mesmo que a Fisioterapia tenha se mostrado uma equipe sólida durante todo o campeonato, mostrando sua organização também neste jogo, isso não foi o suficiente para parar o time da Humanas, que garantiu a sua primeira final no basquete feminino da Olimpíada UFU.
Outro destaque do time da Pantera na partida foi Laura Ximenes. Ela foi responsável por marcar Rafaela, e mostrou muita concentração e assertividade nessa tarefa. Em entrevista, a atleta da Humanas, que saiu muito cansada, celebrou a revanche contra a Fisioterapia e comentou esse duelo individual:
"Eu acabei de sair do jogo de futsal, no qual eu também tive que fazer algo parecido. Não vou negar que eu gosto de jogo assim, de jogo marcado, de contato. É igual eu falei anteriormente, a gente respeita ganhando, e eu entrei com sangue no olho para tentar anular ela (Rafaela), pois foi para essa missão que a treinadora me preparou", ressaltou.
A armadora do time da Humanas, Sofia Volpi (em pé no centro da imagem), foi quem comandou a celebração após o fim da partida | Foto: Eduardo Bessa
Resultados
Quartas de Final
Exatas 35 x 30 Educa
Monetária 34 x 33 Engenharia
Fisioterapia 26 x 5 Artes
Humanas 29 x 12 Medicina
Semifinais
Exatas 53 x 35 Monetária
Humanas 21 x 10 Fisioterapia
Disputa de Terceiro Lugar - 9 de novembro
Fisioterapia x Monetária
Final - 10 de novembro
Exatas x Humanas
vai humanas