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Incendiária, a bateria mais quente do Brasil

  • Foto do escritor: Arquibancada UFU
    Arquibancada UFU
  • 10 de abr.
  • 4 min de leitura

Atualizado: há 3 dias

A paixão pelo samba supera a falta de visibilidade e estigmas do movimento universitário


Por Dieny Fernandes

Atualmente a bateria é composta por 7 setores em via administrativa | Foto: Gnomo Studio / Arquivo Pessoal
Atualmente a bateria é composta por 7 setores em via administrativa | Foto: Gnomo Studio / Arquivo Pessoal

Em 2017, a Atlética Científica, do curso de Biomedicina e Biotecnologia, e a Atlética Biologia, de Ciências Biológicas, se unificaram na A.A.A. Biológicas. Assim, as baterias Virulenta e Biônica também se uniram para dar vida à bateria Incendiária, fundada por Arthur Bezerra, Caíque Rocha, Hugo Lintz, Hannah Bizinoto, Victor Costa, Vinicius Freitas e Juliana Juliete.


A denominação surgiu por meio de várias votações e quase se tornou “Hidratada”. Na época, a Hydra foi a primeira escolha como mascote, mas durante o processo de criação, o Dragão foi escolhido. Por isso, como “Biológicas” não é um nome vinculado à criatura, as outras entidades, cheers e bateria, precisavam ter um nome que remetesse ao mascote.


“Precisávamos ser alguém, não existia meio a meio”


Como toda união tem seus desafios, a bateria passou por alguns problemas logo nos primeiros anos. Caíque Rocha, primeiro presidente da Incendiária, contou ao ARQ UFU que no início houve uma resistência à unificação por parte dos integrantes das duas entidades, e que existiam pessoas que defendiam as maneiras das antigas baterias com “unhas e dentes”.


“Hoje em dia que se criou a ideia da vibe da Incendiária. Elas tinham identidades muito diferentes e demorou um tempo até a galera soltar as armas”, explicou Caíque. “Eu brincava dizendo que queríamos fazer um bolo de morango com chocolate, mas pegamos metade de cada bolo e prensamos um no outro, sem realmente fazer o bolo de morango e chocolate.”


A primeira competição ocorreu em 2018, na Copa Inter Atléticas (CIA), e o repertório de apresentação foi criado por meio de um recorte dos breaks da Biônica e Virulenta, já que cada entidade tinha um instrumento de maior destaque. Só depois da apresentação, que a bateria percebeu a necessidade de uma identidade concreta


Assim, a Incendiária começou a criar sua personalidade, e investiu na produção de seus próprios produtos, fazendo com que os integrantes também se unissem por meio dessa nova imagem.


Visibilidade e estigmas das Baterias Universitárias


Mesmo representando a universidade em diversas competições regionais, estaduais e nacionais, as Baterias Universitárias (BUs) ainda sofrem muito preconceito dentro e fora do ambiente universitário, principalmente pela falta de visibilidade que a própria UFU oferece. Atualmente, as baterias do campus Santa Mônica podem realizar seus ensaios no estacionamento da Reitoria, mas no campus Umuarama, não existe nenhum local que seja oferecido para os ensaios das baterias lá localizadas. Elas ficam à mercê de outros ambientes e, como alternativa, ensaiam à beira da BR 365, onde são expostos a muitos riscos.


Victor Henrique, vice-presidente, explicou que ainda existem muitos estigmas em torno de quem não conhece a bateria e que, na maioria das vezes, as pessoas acham que é apenas bagunça e desorganização. "Quando elas têm a oportunidade de conhecer a bateria, veem que estamos tentando retribuir (o que a Universidade nos dá) espalhando a cultura e a felicidade para a sociedade.”


Alguns anos atrás, as atléticas do Umuarama podiam usar o estacionamento da polícia para ensaios, mas após desentendimentos, foi proibido qualquer barulho no local | Foto: Dieny Fernandes
Alguns anos atrás, as atléticas do Umuarama podiam usar o estacionamento da polícia para ensaios, mas após desentendimentos, foi proibido qualquer barulho no local | Foto: Dieny Fernandes

“É um sonho que está se tornando realidade”


Além das competições oficiais, também participam de eventos sociais em escolas e dentro da própria universidade, com o objetivo de contribuir para a descontração e diversão da sociedade e, consequentemente, trazer mais visibilidade para as BUs. Victor contou que é gratificante realizar esses eventos, principalmente em escolas: “As crianças ficam com os olhos brilhando, querem participar e tocar. Parece que a gente está realmente cedendo uma parte de nós para eles”.


Em outra oportunidade, os integrantes da bateria participaram de um evento com idosos dentro da própria UFU, juntamente com a Ufuteria. “O projeto tinha como objetivo ajudar a lidar com a depressão e outros problemas, e por isso, fomos lá para trazer um momento de diversão e distração”, explicou o vice-presidente.


Letícia Pazian, atual presidente da Incendiária, disse ao ARQ UFU que teve uma experiência marcante nesse mesmo evento. “No final da apresentação, uma senhora me disse que, antes daquele dia, ela sentia muita raiva quando ouvia as baterias tocarem na UFU. Mas, ao ver a nossa energia e o quanto alegramos o dia deles, ela mudou totalmente a opinião que tinha sobre a gente.”


“É um sonho que está se tornando realidade, e depende de tempo e compreensão das duas partes”, concluiu Letícia | Foto: Arquivo Pessoal
“É um sonho que está se tornando realidade, e depende de tempo e compreensão das duas partes”, concluiu Letícia | Foto: Arquivo Pessoal

“A gente se vê como uma família”


Para quem vem de fora de Uberlândia, a criação de laços se torna essencial, e a bateria universitária desempenha um papel importante durante, e após esse processo de adaptação. Pedro Henrique Pacheco, mais conhecido como Peaga, é mestre da Incendiária e enxerga a BU como um local de acolhimento e descontração, na qual pode se distrair e aliviar das atividades do curso. 


Peaga veio das terras paulistas para Minas Gerais, e por mais que tivesse família em Uberlândia, não conhecia ninguém na cidade. “Se não fosse a bateria, eu teria enlouquecido por causa das disciplinas da faculdade. Durante os ensaios, são os momentos de maior tranquilidade, onde você pode se expressar por meio de um instrumento”, completou.


Letícia também compartilha do mesmo sentimento de apoio dentro da bateria. “Por sabermos a dificuldade e a falta de visibilidade que temos, é uma união tão grande que a gente se abraça, é uma causa que lutamos juntos”.


“Quando você tem algum problema para resolver, seja pessoal ou não, as pessoas da bateria estão ali para você”, falou Victor | Foto: Dieny Fernandes
“Quando você tem algum problema para resolver, seja pessoal ou não, as pessoas da bateria estão ali para você”, falou Victor | Foto: Dieny Fernandes

Como participar da Bateria Incendiária?


Os ensaios e escolinhas acontecem às quartas-feiras a partir das 18h, à beira da BR 365. Acompanhe o instagram da Incendiária para mais informações.


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