Ao longo do torneio, cada equipe deixou para trás três atléticas e teve uma experiência de decisão nos pênaltis
Por Sofia Cunha e Sofia Volpi
No último domingo, dia 20/11, a quadra do G1 foi palco das semifinais do futsal masculino na Olimpíada UFU. O primeiro jogo, decidido no tempo regular, teve a Monetária como vencedora. O segundo, precisou ser resolvido nos pênaltis e a Engenharia UDI se classificou. Exatas e Fisioterapia, derrotados na semi, protagonizarão a disputa do terceiro lugar.
Exatas x Monetária
Exatas e Monetária abriram a semifinal desta modalidade tão disputada. As duas equipes jogaram no sistema tático conhecido como 3x1. A diferença é que a Exatas opta pelo posicionamento fixo de cada jogador, enquanto os atletas da Monetária flutuam pelas posições - quem começa de ala, por exemplo, depois de trocas de passes, está na função de pivô.
Nos primeiros minutos, a Monetária foi mais agressiva. Batidas de falta e chutes ao gol caracterizaram o momento. A Exatas aproveitava as chances que tinha para sair no contra-ataque e contava com a habilidade dos alas.
Por volta dos seis minutos, a Monetária conseguiu furar a bem postada defesa adversária. Na movimentação do time, a bola foi enfiada para Wellisin, que dominou e deu o passe no meio da área. Bem colocado, João Octávio, camisa 22, só teve o trabalho de empurrar com o pé esquerdo.
Apesar de a Exatas não ter sentido o gol psicologicamente, a Monetária seguiu pressionando e conseguiu ampliar o placar. Igor, camisa 5, limpou o marcador e chutou rasteiro no canto esquerdo. Aos 14 minutos, o trabalho de marcação da Exatas resultou em uma roubada de bola no meio da quadra. Ela sobrou livre para Luiz Eduardo, camisa 8, arrancar. Era ele e o goleiro. Sem nervosismo, chutou rasteiro e diminuiu o placar.
Embora o acúmulo de faltas, apenas um cartão para cada lado foi mostrado. O jogo seguiu movimentado: goleiros trabalhando, cobranças ensaiadas e arrancadas. Nada disso foi capaz de mudar o resultado final do primeiro tempo: 2 a 1.
O segundo tempo começou com passes bem trocados. Três minutos depois do apito, a jogada de lateral da Monetária fez efeito e resultou no terceiro gol da equipe e o segundo do camisa 5, Igor. Nesse momento, era possível observar a dificuldade da Exatas em sair da pressão adversária. Do lance do gol aos dez minutos, chances de estender o placar não faltaram - o goleiro Willi, muito exigido, que o diga.
O pedido de tempo do técnico da Exatas, Raphael, serviu para mudar a estratégia do time. Se no quatro a quatro as jogadas não surtiam efeito, talvez, no cinco a quatro, contando com a superioridade numérica, surtisse. Igor Reis, ala de ofício, assumiu a condição de goleiro linha.
Nos momentos de ataque, o goleiro principal dava seu lugar a Igor Reis. A troca de passes com um a mais favorece o elenco mais numeroso, mas, por outro lado, o expõe mais, já que o gol fica aberto. E não era o dia da Exatas. A segunda opção aconteceu com mais frequência e o gol livre quase possibilitou que o arqueiro da Monetária marcasse.
No minuto 16, saiu o quarto gol da atlética vermelha e azul. A jogada de falta parou na cabeça do camisa 5, que balançou a rede mais uma vez. Aos gritos de “olé” vindos da arquibancada, o goleiro Bata também trocava passes com seus companheiros fora da área. O tempo já não era suficiente para uma virada. Fim de jogo. 4 a 1 para a Monetária e vaga na final, contra a Engenharia UDI. A Exatas disputa o terceiro lugar contra a Fisioterapia.
Igor Vasconcelos, estudante de Relações Internacionais e autor de três gols, pediu a música “Tá Escrito”, do Grupo Revelação, e comentou como a equipe encarou a competição e, também, a expectativa para a final: “No mata-mata, todo jogo é complicado, todo jogo é uma final. Jogar na Olimpíada é bom demais. Para a final, vamos entrar com a mesma postura e garra para ser campeão”.
Fisioterapia x Engenharia UDI
Na outra semifinal, os rostos dos torcedores expressavam um misto de emoção e apreensão. Foi o retrato da partida entre Fisioterapia e Engenharia UDI.
O primeiro tempo, muito equilibrado, foi marcado pela alta qualidade técnica de ambas equipes. A princípio, a Engenharia prezou a troca de passes e a movimentação rápida. A Fisio, atenta, se postava para aproveitar os erros e os desarmes para contra atacar.
A primeira chance real de gol saiu dos pés de Lucas Alexandre. O camisa 73, numa cobrança de falta, tocou para Pedro Vinicius. Sem marcação na área, Pedro tentou o chute de primeira, mas acabou furando. Com o passar do tempo, a Fisio começou a valorizar a posse de bola para construir jogadas bem trabalhadas lideradas pelo capitão Igor Tavares. O goleiro também foi usado nas trocas de passes para furar a defesa da Engenharia.
A partir dos 15 minutos, a Engenharia passou a gostar mais do jogo - arriscava chutes perigosos de fora da área e pressionava nas jogadas de lateral e escanteio. A poucos segundos do fim do primeiro tempo, Luis Gustavo recebeu a bola de costas para o goleiro na pequena área, girou, mas finalizou para fora.
As estratégias de cada equipe foram anuladas e o placar não saiu do zero a zero. A primeira parte foi o que especialistas chamam de jogo bem jogado: bonito de assistir, sem muitas faltas e técnico.
No intervalo, o capitão de ofício da Engenharia, Ricardo, exerceu sua função de liderança mesmo fora de quadra por conta da suspensão no jogo anterior. Da arquibancada, conversou com os colegas de equipe e com o treinador.
O segundo tempo começou intenso. Logo nos primeiros segundos, os torcedores da Engenharia viram a bola batida por João Vitor sair à esquerda do gol. Em seguida, o camisa 15 da Fisio, Isak, fez falta em Pedro e levou o primeiro cartão amarelo da partida. A cobrança da falta não levou perigo, mas, segundos depois, um chute forte de fora da área e com endereço fez o goleiro da Fisio trabalhar.
Aos quatro minutos, o futebol arte apareceu. Igor Tavares, na intimidade com a bola, chapelou e deu o passe. Seria a assistência de brilhar os olhos, mas seu companheiro finalizou para fora. Dois minutos depois, saiu o primeiro gol da partida. Numa cobrança de falta, o chute de Igor Tavares foi defendido. No rebote, Isak estava bem posicionado para marcar o gol do Crocodilo.
O segundo tempo estava apenas começando. A Engenharia pressionou depois da bola na rede e correu atrás do seu gol dois minutos depois. A bola tocou na mão do jogador da Fisio dentro da área. Pênalti para a Engenharia. Guilherme Augusto, camisa 75, cobrou e deslocou o goleiro - bola para o lado esquerdo, goleiro para o lado direito.
O tempo passou e a apreensão tomou conta. No fim da partida, a estratégia das equipes foi o lançamento das bolas. A intenção era encontrar algum jogador na área com condição de, em um ou dois toques, decidir a partida. Mas não foi o que aconteceu. O tempo regular terminou em um a um e o jogo foi levado para a prorrogação.
Dois tempos de cinco minutos foi o que as equipes tiveram para não levar o jogo aos pênaltis. O árbitro apitou e as torcidas soltaram a voz. Os cantos deram som às tentativas desperdiçadas pelos dois times - ou melhor, defendidas pelos goleiros. Aos dois minutos, Igor Tavares deu belo passe para o companheiro, que estava livre, na cara do gol. A bola ficou nas mãos do goleiro. No minuto seguinte, a Engenharia revidou. Luis Gustavo driblou, limpou e bateu. A bola também parou no goleiro.
No fim do primeiro tempo da prorrogação, a torcida da Engenheria gritou de alívio. Dessa vez, Luis Gustavo não desperdiçou. O camisa 18 recebeu de costas, girou e bateu rasteiro na saída do goleiro. 2 a 1 era o placar acumulado quando o juiz apitou.
Para buscar o empate, no segundo tempo da prorrogação, a estratégia da Fisio foi colocar o goleiro para sair pro jogo, mais uma vez. Aos três minutos, Igor Tavares corria rumo ao gol quando foi parado com falta. A cobrança ficou na barreira, mas rendeu a jogada do gol de empate. Na hora certa e no lugar certo, Arthur Tavares marcou e levou a torcida à loucura. Não deu tempo para mais nada. Fim de jogo e penalidades máximas. A arquibancada nunca esteve tão ansiosa. Os torcedores estavam inquietos e na ânsia para saber qual atlética ocuparia o espaço na final.
A Engenharia começou as cobranças. Lucas Alexandre viu sua batida relar na trave e sair. Na sequência, Arthur Tavares marcou para a Fisio. A situação virou na segunda batida: Pedro marcou para a Engenharia e o chute de Geovani Paiva parou no goleiro. Na sequência, Guilherme Augusto e Igor Tavares marcaram para Engenharia e Fisioterapia, respectivamente.
O empate momentâneo levou às cobranças alternadas. João Pedro Faria marcou para a Engenharia. Isak, autor de um dos gols no tempo normal, foi para a bola. Mais uma vez, Nathan, o goleiro da Engenharia marcou presença e defendeu a cobrança que classificou a equipe preta e amarela. Foi o momento de explosão da torcida da Engenharia. Do outro lado, ficou o gostinho de que dava para vencer.
O herói da noite, Nathan, falou sobre o grupo e a torcida com grande sorriso no rosto: “Nosso grupo está muito unido, nos dedicamos muito e felizmente conseguimos dar essa vitória à torcida. O ambiente estava maravilhoso, um dos melhores possíveis”.
A final e a disputa de terceiro lugar acontecerão sábado, dia 26/11, no G1. O horário ainda não foi definido.
Final: Engenharia x Monetária Disputa terceiro lugar: Fisioterapia x Exatas
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