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Engenharia UDI desencanta e é campeã do futsal feminino

Trabalho a longo prazo e união foram decisivos na final e na disputa de terceiro lugar da Olimpíada UFU


Por Bruno Stocco

Engenharia UDI vence modalidade após 10 anos. Foto: Bruno Stocco

Em 26 de novembro, ocorreram a final e a disputa do terceiro lugar do futsal feminino da Olimpíada UFU no campus Educa. O G1 lotou para acompanhar as disputas que contaram com grandes rivalidades. Os intensos jogos terminaram com campeã inédita na modalidade: a Engenharia UDI.


Final


A final do futsal feminino foi entre Engenharia UDI e Educação Física. A partida, que decidiu o ouro, possui uma história recente de rivalidade. As duas equipes se enfrentam há anos pelas posições mais altas da Olimpíada UFU nesta modalidade. Entretanto, o retrospecto era muito favorável para a Educa.


Com vontade de vingança dos anos anteriores, a Charanga convocou toda sua torcida para apoiar as jogadoras. A arquibancada não teve espaço para mais ninguém. O ginásio estava lotado e o clima que se instaurou foi incrível. Até por isso, quando a partida começou, a ansiedade atingiu o seu auge.


O jogo começou muito estudado por ambas equipes, onde ninguém se arriscou. Porém, não tardou muito para os ânimos tomarem conta e os times mostrarem porque estavam na final. As jogadas começaram a se desenhar melhor e as equipes já não eram tão conservadoras. E, desta forma, a Engenharia UDI abriu o placar. Com uma roubada de bola e um contra-ataque mortal, Gabriela Cristina ficou cara a cara com a goleira adversária e marcou o gol.


Então, uma mudança ocorreu: Yngrid Carvalho entrou na equipe da Educa em uma tentativa de reação. A atleta, que vestia a camisa 3, foi muito comemorada pela torcida e companheiras quando entrou em quadra. A apreensão das adversárias também era visível. Mesmo as pessoas que não entendem muito do esporte sabiam o motivo da comoção. A intimidade de Yngrid com a bola é algo raro de se ver.


A habilidosa jogadora não precisou de muito tempo para desequilibrar a partida. Seu time começou a atacar com frequência e fez com que a goleira da Engenharia, Andressa Nunes, trabalhasse o tempo todo, fazendo ótimas defesas. A principal jogada ofensiva era o lançamento para a pivô, Pollyana Barreto, que ora finalizava, ora passava para outras jogadoras chutarem.


Mas a equipe de preto e amarelo não tinha só uma excelente goleira, mas boas jogadoras de linha. E com um lance parecido com o do primeiro gol, deixou outra jogadora frente a frente com o gol. A diferença é que desta vez não havia nem mesmo a goleira no caminho, que estava completamente rendida com a rápida inversão de jogo feita para Julia Aravequia aumentar a vantagem.


Este gol foi um verdadeiro banho de água fria para o crescimento da Educa no jogo. A equipe ainda tentava pressionar, mas os dois gols sofridos em contra-ataques deixaram as jogadoras com medo de errar. O técnico percebeu que era necessária uma alteração. A pivô foi trocada e o estilo de jogo do time mudou completamente. As atletas buscaram a posse de bola e acuaram a Engenharia no seu campo de defesa.


Nos últimos minutos do primeiro tempo, Gabriela Cristina, que marcou o primeiro gol do jogo, foi também a primeira a tomar um cartão amarelo após dar um carrinho perigoso. Essa foi a oportunidade que a Educa esperava. A cobrança foi feita diretamente para o gol, obrigando Andressa a fazer outra boa defesa. Na continuação do lance veio mais um chute. Este passou até pela goleira, porém bateu na trave e foi lentamente para a linha de fundo. Na reposição de bola, houve um erro da Engenharia que entregou a bola e sofreu o terceiro chute em sequência, apenas para sua goleira fazer um milagre em quadra e defender a ótima finalização.


Assim acabou a primeira etapa. Cada time dominou metade do tempo. A efetividade, entretanto, não foi a mesma. As equipes voltaram à quadra com o placar de Engenharia UDI 2 x 0 Educação Física, com boa atuação de ambas goleiras. O segundo tempo começou do mesmo jeito que o anterior terminou: muita pressão e milagres defensivos de Andressa. A reação se mostrava cada vez mais possível. Mas nada estava dando certo para o time da Educa.


Logo no início desta etapa, sua goleira sofreu uma lesão séria e foi atendida dentro de quadra. Após algum tempo caída no chão, ela teve de ser carregada para fora do ginásio aos prantos. A notícia era péssima de todas as formas possíveis. As jogadoras já não tinham o mesmo ânimo de antes e aparentavam desânimo. Para completar, sua melhor jogadora até ali, Yngrid Carvalho, foi para o gol jogar como goleira-linha. A perda de sua goleira teve um impacto muito maior do que apenas na escalação.


A Engenharia conseguiu, então, respirar novamente no jogo e recuperou a confiança para o tempo restante. Sua goleira ainda tomou um gol inimaginável, em um chute fraco do meio da quadra. Andressa se abaixou para pegar a bola que acabou passando no meio de suas pernas. Uma falha que não apagou em nada as inúmeras defesas feitas antes. De qualquer forma, a equipe da Educa parecia abalada mentalmente enquanto a Charanga voltou a dominar a partida. A única diferença efetiva que o gol causou foi nas arquibancadas, onde a torcida laranja gritava mais.


Em pouco tempo, jogadas individuais começaram a aparecer repetidamente de ambos lados. Em uma dessas jogadas, Carolina Morais, camisa 11 da Engenharia, roubou a bola, deu uma caneta e teve o chute bloqueado. Um lindo lance que não resultou em nada. Ou resultou sim. Na cobrança do lateral resultante do chute travado, Beatriz Batista, a capitã do time, recebeu e soltou uma bomba cruzada. A bola bateu na trave e entrou.


Agora, as duas torcidas cantavam muito em apoio às suas jogadoras. Porém, na saída do meio de quadra, depois do gol, a Charanga desarmou o time adversário. E com um passe preciso atravessando a área, Beatriz Marangoni aumentou o placar: 4 a 1. Houve menos de um minuto de diferença entre os dois gols, o que mostrou a concentração e a força da Engenharia. Mesmo depois de falha na defesa, as atletas mantiveram a cabeça no lugar e melhoraram no jogo.


O pouco tempo restante da partida foi um show à parte da Carolina Morais. Na mesma sequência dos gols anteriores, ela recebeu uma bola dentro da área sozinha com a goleira, porém chutou para fora. O jogo seguiu e ela, na vez seguinte que recebeu, chutou do meio da quadra. Uma verdadeira bomba na direção do ângulo, que acabou indo para fora. A equipe da Educa aproveitou para contra-atacar, mas a mesma jogadora que chuta forte também é ótima defensora. Carolina desarmou as suas adversárias, driblou duas atletas lado a lado, e de longe, com pouco ângulo para a batida, deu o golpe final. 5 a 1 para a Engenharia em lance que terminou com uma finalização alta, no canto da goleira.


Poucos minutos se passaram e o jogo acabou. Com isso, o time vencedor comemorou com sua torcida, pois foram vários anos de treino que culminaram nesta única partida. A festa só terminou um bom tempo depois. Elas pareciam não perceber que finalmente ganharam, como ressaltou o técnico Renato Ribeiro.


“Desde 2010 quando eu assumi esse time, eu plantei algumas coisas lá atrás pra chegar aqui hoje. Esse ano eu sabia que ia dar, a gente trabalhou muito, bati na trave três vezes, mas hoje não, hoje era nosso dia”, festejou o técnico da Engenharia UDI. “A vitória veio merecida e o primeiro título da Engenharia UDI no futsal feminino merecidíssimo também, fazendo história”.


Uma construção tão bem firmada quanto essa, daria resultados. Era apenas uma questão de tempo. Mas não só tempo. As atletas também encurtaram este tempo. Andressa Nunes, por exemplo, defendeu todas as oportunidades criadas pelo time da Educa. Foram defesas fáceis, difíceis, em sequência, no mano a mano. Enfim, foram várias as vezes que ela salvou o time. Chegaram ao jogo com a estratégia de contra-ataque e contando com ela, que não decepcionou. “Os jogos que eu mais precisei fazer defesas foram esse e o jogo da Aplicada, foram os jogos mais difíceis pra mim neste ano”, contou a goleira.


O sucesso não é por acaso. A vontade, a entrega, a qualidade. Muita coisa foi sacrificada nesses anos para que chegassem ali. “Esperava [ser bem exigida], a Educa é uma oponente bem forte, pois perdemos para elas desde 2015, que é quando entrei no time. A gente esperava muito desse jogo” finalizou Andressa, que mal podia esperar para se juntar às outras jogadoras para comemorar.

Apesar de terem perdido a final, jogadoras da Educa estavam alegres quando recebiam a prata. Foto: Bruno Stocco

Terceiro Lugar


A disputa do terceiro lugar foi realizada depois da partida da final, também no G1. A partida entre Monetária e Fisioterapia começou de forma equilibrada. Nenhuma das equipes conseguiu realizar ataques sólidos e ter grandes chances de gol. Isto, na verdade, foi um dos fatores que ditaram o ritmo da partida, já que as duas equipes possuíam um nível muito parecido, nenhuma delas arriscava tanto. O jogo era bem calmo e, apesar de algumas roubadas de bola perigosas, as defesas eram fortes. Tudo levava para um confronto difícil.


Durante o primeiro tempo foi exatamente isto que ocorreu, com a exceção de um único lance de maior perigo. Em desarme no campo de ataque, a Fisio conseguiu acelerar o ritmo e abriu o placar contra seus adversários em bom chute de Shyrlene Santiago. A camisa 9 não desperdiçou a chance que teve e mudou totalmente a cara do jogo. Seu time, que antes atacava pouco, tomou a iniciativa e buscou a posse de bola. Quando não tinham a posse faziam entradas firmes para recuperá-la, terminando a primeira metade com quatro faltas marcadas.


Já a Monetária precisava empatar. As jogadoras sabiam que seria complicado. Elas já haviam jogado muito entre si e conheciam as estratégias uma da outra. Tentar manter a posse foi uma das poucas coisas possíveis para elas. A equipe da Fisioterapia se defendia muito bem e fazia faltas se achasse necessário.


O restante do jogo foi exatamente desta forma. Um jogo de ataque constante contra uma defesa resiliente e que, vez ou outra, buscava um contra-ataque para resolver a partida de uma vez. A maior mudança do segundo para o primeiro tempo foi que, na última parte da decisão, o nervosismo alcançou fortemente o time da Monetária. As atletas erraram passes que não erraram em nenhum outro momento do campeonato.


No fim o placar se manteve: Fisioterapia 1 x 0 Monetária, em um jogo muito travado, faltoso e defensivo. Acima de tudo foi um jogo cheio de vontade. Ambas equipes se esforçaram até o fim de suas forças e suaram a camisa atrás da vitória. “O mérito foi de todo mundo, não é uma atleta, não é outra, é o time todo, é dever cumprido. É um ano inteiro de trabalho, a gente não é só um time, não é só uma atlética, a gente, hoje, se tornou uma família”, disse Bárbara Pereira, atleta da Fisio, elogiando suas companheiras.


Nem só de rivalidades é feito o futsal. Mesmo depois do fim do confronto as atletas de ambas as atléticas comemoram juntas o resultado e se abraçaram muito. “A Monetária é um time excelente, as meninas são muito boas, todas tem noção, todas jogam muito. Parabéns para o time delas também. A gente sabia que ia ser um jogo muito difícil porque todo mundo é amigo”, finalizou Bárbara.

Fisioterapia mostrou união e raça do começo ao fim da Olimpíada UFU. Foto: Bruno Stocco

Classificação:


1º Engenharia UDI

2º Educação Física

3º Fisioterapia

4º Monetária

5º Aplicada

6º Engenharia Pontal

7º Medicina

8º Exatas


Resultados:


  • Educação Física 1 x 5 Engenharia UDI

  • Fisioterapia 1 x 0 Monetária

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