Engenharia e Monetária reafirmam sua hegemonia nos pódios do Judô na Olimpíada UFU 2025

Atletas adentraram o tatame sob o olhar atento de dezenas de torcedores

Por Tainá Brasil

As disputas iniciaram à tarde e perduraram até o período da noite | Foto: Tainá Brasil

As competições de judô feminino e masculino da Olimpíada UFU 2025 ocorreram no último domingo (31), no campus Educação Física. Em meio às comemorações do aniversário da cidade de Uberlândia, o G1 trocou suas tradicionais chuteiras pelos kimonos e foi palco das disputas da modalidade, que contou com mais de 200 atletas inscritos.

Dividido em nove categorias definidas a partir do peso dos atletas, o torneio foi caracterizado por dois confrontos simultâneos, de até quatro minutos de duração, que eram encerrados com a execução de dois wazaris ou um ippon. Nesta edição, as lutas foram intercaladas de maneira aleatória, contudo, tiveram início com o peso pesado e terminaram com o absoluto.

Para a felicidade dos torcedores, que lotaram a arquibancada do ginásio, os pódios foram formados de maneira diversificada. Antigos campeões, atletas que não conseguiram se classificar no ano passado e novatos ocuparam as melhores colocações, que foram dominadas por representantes da Engenharia e Monetária.

Meio ligeiro

Em contraste com a edição passada, que contou com a participação de apenas duas atletas, o meio ligeiro feminino teve oito competidoras e uma completa renovação de pódio. Após vencer três confrontos, Mayra Porto, da Monetária, conquistou o primeiro lugar. Milena Mendes, da Artes, ficou com a prata e foi seguida por Rafaela Domingues, da Fisioterapia, e Maria Clara Pfeifer, da Biológicas, no bronze.

No masculino, três personagens conhecidos voltaram ao pódio nas mesmas colocações do ano passado. A única mudança foi a inclusão de Kevin Ferreira, do Direito, na terceira colocação, compartilhada com Pedro Goodwin, da Humanas. Augusto de Souza, da Medicina, ocupou o segundo lugar ao que Mateu Xauan, da Monetária, conquistou o ouro e consagrou-se bicampeão da categoria.

Tomado pela adrenalina pós-vitória, Mateu, do curso de Gestão da Informação, relatou que treinou durante o ano inteiro para poder representar o Tamanduá e alcançar o resultado almejado. “É muito bom poder orgulhar essas pessoas, minha família e todo mundo que veio me assistir”, compartilhou. O sentimento aparenta ser recíproco, já que em todas as vezes que o atleta adentrou o tatame, a torcida ecoou seu nome pelo ginásio, em completo frenesi.

Mesmo medalhando no judô, o verdadeiro foco do bicampeão é o jiu-jitsu, esporte em que foi convocado para representar o estado de Minas Gerais nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), a maior competição universitária do país. Na edição de 2024, o time da UFU foi o campeão geral do jiu-jitsu masculino e contou com uma medalha de prata de Mateu. “Foi a melhor viagem da minha vida. Viajar como atleta representando Minas Gerais não tem preço”, contou.

Neste ano, a competição será sediada em Natal-RN e os atletas estão com hospedagem paga, porém o transporte não está incluso. Por esse motivo, a equipe organizou uma rifa para custear o próprio translado até a capital potiguar. “Se você tiver um coraçãozinho bom, compre uma rifa!”, brincou Mateu. Para mais informações, acesse o perfil @bjjufu no Instagram.

Ligeiro

A categoria ligeiro apresentou novos rostos para o tatame. Entre as seis participantes do feminino, Janaína Aguero, da Medicina, conquistou o lugar mais alto do pódio. Evelin Santos, da Humanas, ficou na segunda colocação e foi seguida por Laura Vieira, da Engenharia, acompanhada de Maria Fernanda Silva, da Monetária, no terceiro lugar.

No masculino, Joel Neto, medalhista de bronze do meio leve e representante da Monetária, estreou na nova categoria e garantiu a medalha de prata. O bronze foi dividido entre Eduardo Bernardes, do Direito, e Vinícius Vieira, da Monetária. O ouro foi conquistado por Mateus Garcia, da Medicina.

Meio leve

O meio leve masculino seguiu a mesma linha e apresentou novos competidores. A Exatas ocupou o primeiro lugar, com Enzo Pádua, que venceu duas lutas por ippon. O segundo lugar ficou com a Agrárias, representada por Gabriel da Costa. Engenharia e Biológicas fecharam o pódio com Pedro Macedo e Raul Carvalho, respectivamente.

Atletas conhecidas integraram o pódio feminino, porém realocaram suas posições do ano passado. A campeã Bianca Colen, da Artes, ficou em segundo lugar após ser desbancada por Lorrayne Vieira, da Agrárias, medalhista de bronze da Olimpíada anterior. Thais de Oliveira, da Medicina, e Maria Eduarda Teles, da Monetária, completaram o pódio na terceira posição.

Lorrayne, do curso de Agronomia, disse que sequer conseguia descrever o que estava sentindo após receber o ouro na premiação. “Foi tanto tempo de treino, dedicação e várias abdicações para eu estar aqui hoje. Ano passado posso ter batido na trave, mas nesse ano eu consegui”, afirmou emocionada.

A judoca revelou que treina, em média, quatro vezes por semana, e que entrou no esporte por conta de sua atlética. “Tentei confiar ao máximo em tudo que eu tinha treinado, nos golpes que eu sabia fazer, então eu entrei já tendo um objetivo em mente”, disse.

O wazari pode ser pontuado após um atleta imobilizar seu adversário por 20 segundos | Foto: Filipe Couto

Leve

O atleta Luciano Batista, da Monetária, obteve a medalha de ouro no meio leve da edição passada e manteve o resultado em sua estreia nesta categoria. João Guilherme Araújo, também do Tamanduá, conquistou o segundo lugar. Diego de Miranda, da Computação, e o conhecido Willy Di Rita, da Educa, compartilharam o bronze.

No feminino, a antiga campeã Bárbara Silva, da Agrárias, ocupou a terceira colocação, acompanhada por Maria Fernanda Fontoura, do Direito. O Guará também esteve representado no segundo lugar, com Lara Sene. A Monetária conquistou mais um ouro, com Loyanne Lopes.

Loyanne, do curso de Ciências Contábeis, começou no judô há um ano e sua paixão pelo esporte fez com que ela se dedicasse a perder seis quilos. “Foi um processo muito sofrido, mas [a vitória] foi apenas o resultado do meu trabalho. É muito gratificante”, afirmou.

A campeã contou que pensou em desistir, porque realizou preparações para Copa Inter Atléticas (CIA), mas por um erro administrativo acabou ficando de fora. “Fiquei muito mal com isso, só que meu objetivo era ganhar o ouro, então pensei ‘Vou continuar, me esforçar e buscar na Olimpíada’. Esse é o resultado de todo o meu trabalho e do incentivo da galera da Monetária, que não me deixou abandonar”, concluiu.

Meio médio

O meio médio feminino foi dominado por Gabriella Carvalho, da Engenharia, e contou com a presença de Cynthia de Boni, antiga campeã do peso leve, na segunda colocação. Lívia Oliveira, da Monetária, e Maria Júlia Padovani, da Medicina, ficaram com o terceiro lugar.

No masculino, Alécio Alves, da Educa, subiu de categoria e conquistou o ouro. Gerson Neto, da Artes, recebeu a prata após o bronze da edição passada. O terceiro lugar foi dividido entre Medicina e Educa, representadas por Henrique Fernandes e Ryan de Oliveira, respectivamente.

Médio

O peso médio masculino manteve o mesmo campeão do ano passado. Alandete Silva, da Engenharia, conquistou o ouro e consagrou-se bicampeão da categoria. O pódio foi completado por novos nomes e contou com uma dobradinha do Leão. João Pedro Laguna, também da Engenharia, ficou com a prata. O bronze foi compartilhado entre Gabriel Henrique, da Monetária, e Matheus Krause, do Direito.

No feminino, Ana Jullia Batista, da Educa, subiu na posição mais alta do pódio. A atleta foi seguida por Caroline Coutinho, na segunda colocação. Alice Costa, da Monetária, e Maria Luiza Borges, da Medicina, fecharam a classificação.

Ana Jullia, do curso de Educação Física, já conquistou o ouro em outra categoria e admitiu que apenas realizou um treino de judô antes da competição, mas que durante o ano manteve treinos ativos na academia. “O único treino que eu fiz foi uma semana atrás, para poder competir. Foi muito bom e mesmo assim deu certo”, revelou.

No judô, em caso de empate, é disputado um tempo extra chamado golden score, que acaba quando algum dos lutadores obtém qualquer pontuação | Foto: Filipe Couto

Meio pesado

Com apenas cinco competidoras, o meio pesado feminino foi uma das categorias mais rápidas da edição. As medalhistas da Olimpíada anterior, Yasmin Bandeira e Ana Luiza Motta, da Engenharia, conquistaram o primeiro e o segundo lugar. Thalyta Freitas, da Monetária,  e Daiane dos Santos, da Humanas, integraram a terceira colocação.

O masculino contou com 12 competidores e João Pedro Aires, da Artes, recebeu a medalha de ouro após vencer o representante da Engenharia, João Gabriel Macedo. O bronze ficou com Gabriel Schenten e Raphael Pereira, ambos atletas da Monetária.

João Pedro, do curso de Artes Visuais, revelou que ficou feliz e surpreso com o resultado, já que no ano passado não se classificou. “Esse ano lutei com pessoas que eu sabia quais eram os pontos fortes e fracos. Tive menos medo e vim mais preparado, tanto na técnica quanto no físico”, disse.

O judoca relatou que sua preparação para a competição teve início no começo do ano com a sensei Junya Oliveira, responsável pelas equipes da Artes e da Engenharia, que realizou alguns treinos mistos entre as atléticas. “Vem sendo uma preparação conjunta com aulas de jiu-jitsu que eu também pratico. Foi algo bem completo desde a última Olimpíada”, concluiu João Pedro.

Pesado

No peso pesado, uma reviravolta. Ambos os campeões da Olimpíada anterior foram derrotados na primeira luta. No feminino, Agrárias e Engenharia ocuparam o terceiro lugar no pódio, com as atletas Bianca Duarte e Priscilla Rodrigues, respectivamente. O Direito garantiu a medalha de prata graças a Maria Eduarda Moreira e a Monetária consagrou-se campeã novamente, após a sequência de vitórias de Gabriella Cardoso.

O pódio masculino teve a presença do competidor Heitor Fuzo, medalhista de bronze da última edição e atleta da Exatas, na segunda colocação. Victor de Mello, da Humanas, e Giovane Rosato, da Monetária, dividiram o bronze. Por fim, Paulo Roberto da Silva, da Engenharia, conquistou o ouro da categoria.

Absoluto

Para encerrar o dia de competições, a categoria de peso absoluto foi marcada por disputas emocionantes. No feminino, Nayara Rocha, figura conhecida da modalidade e representante da Humanas, buscou sua redenção após não alcançar o pódio do peso pesado. A final apresentou um confronto rápido, em que a atleta imobilizou Ana Jullia Batista, que ao se ver presa, deu algumas batidas no tatame e desistiu da luta. O terceiro lugar foi compartilhado por Maria Luiza Borges, da Medicina, e Yasmin Bandeira, da Engenharia.

Sem voz, Nayara, que faz mestrado profissional em ensino de História, afirmou que ficou feliz com a conquista, apesar das adversidades. “Fiquei um pouco chateada por não ter conseguido o pódio na minha categoria, mas sempre temos que treinar para melhorar e desenvolver as habilidades necessárias. No geral, resultado positivo”, compartilhou.

No absoluto masculino, os atletas João Pedro Laguna e Alandete Silva, da Engenharia, repetiram a dobradinha do peso médio, mas dessa vez, de maneira inversa. Em uma luta rápida, João Pedro venceu o antigo campeão com um ippon e logo ajudou o adversário a se levantar, ambos com sorrisos estampados no rosto. O bronze foi compartilhado por Gabriel Schenten, da Monetária, e Gerson Neto, da Artes.

Alandete e João Pedro, do curso de Engenharia Mecatrônica, são amigos de longa data e demonstraram felicidade em dividir dois pódios, ao que rasgaram elogios um para o outro. “É uma experiência única. Nós fazemos o mesmo curso e treinamos jiu-jitsu e judô juntos. É uma honra muito grande poder estar compartilhando o pódio com meu parceiro”, disse Alandete.

João Pedro contou que a motivação do amigo auxilia na sua confiança ao adentrar o tatame e analisou o papel do jiu-jitsu na técnica de alguns lutadores da competição. “Ao meu ver, são artes marciais complementares. O jiu-jitsu com um enfoque no chão e o judô com um enfoque em cima. A aliança entre elas, pelo menos para mim, faz toda diferença no meu estilo de lutar”, declarou.

Os atletas são os fundadores do projeto BJJ UFU e também foram convocados para representar Minas Gerais no JUBs, juntamente com os medalhistas Mateu Xauan (meio ligeiro), Diego de Miranda (leve) e Ryan de Oliveira (meio médio). “Vamos representar não só a Universidade Federal de Uberlândia, mas o estado de Minas Gerais e com certeza traremos o que é nosso, que são as nossas medalhinhas de ouro”, destacou João Pedro. A rifa dos lutadores está disponível no perfil da equipe (@bjjufu) no Instagram.

“A união que temos nos faz ganhar de todo mundo, dentro e fora do tatame”, disseram Alandete e João Pedro | Foto: Filipe Couto

Resultados

Meio Ligeiro Feminino

1º lugar - Mayra Porto (Monetária)

2º lugar - Milena Mendes (Artes)

3º lugar - Rafaela Domingues (Fisioterapia) e Maria Clara Pfeifer (Biológicas)

Meio Ligeiro Masculino

1º lugar - Mateu Xauan (Monetária)

2º lugar - Augusto de Souza (Medicina)

3º lugar - Kevin Ferreira (Direito) e Pedro Goodwin (Humanas)

Ligeiro Feminino

1º lugar - Janaína Aguero (Medicina)

2º lugar - Evelin Santos (Humanas)

3º lugar - Laura Vieira (Engenharia) e Maria Fernanda Silva (Monetária)

Ligeiro Masculino

1º lugar - Mateus Garcia (Medicina)

2º lugar - Joel Neto (Monetária)

3º lugar - Eduardo Bernardes (Direito) e Vinícius Vieira (Monetária) 

Meio Leve Feminino

1º lugar - Lorrayne Vieira (Agrárias)

2º lugar - Bianca Colen (Artes)

3º lugar - Thais de Oliveira (Medicina) e Maria Eduarda Teles (Monetária)

Meio Leve Masculino

1º lugar - Enzo Pádua (Exatas)

2º lugar - Gabriel da Costa (Agrárias)

3º lugar - Pedro Macedo (Engenharia) e Raul Carvalho (Biológicas)

Leve Feminino

1º lugar - Loyanne Lopes (Monetária)

2º lugar - Lara Sene (Direito)

3º lugar - Bárbara Silva (Agrárias) e Maria Fernanda Fontoura (Direito)

Leve Masculino

1º lugar - Luciano Batista (Monetária)

2º lugar - João Guilherme Araújo (Monetária)

3º lugar - Diego de Miranda (Computação) e Willy Di Rita (Educa)

Meio Médio Feminino

1º lugar - Gabriella Carvalho (Engenharia)

2º lugar - Cynthia de Boni (Educa)

3º lugar - Livia Oliveira (Monetária) e Maria Júlia Padovani (Medicina)

Meio Médio Masculino

1º lugar - Alécio Alves (Educa)

2º lugar - Gerson Neto (Artes)

3º lugar - Henrique Fernandes (Medicina) e Ryan de Oliveira (Educa)

Médio Feminino

1º lugar - Ana Jullia Batista (Educa)

2º lugar - Caroline Coutinho (Exatas)

3º lugar - Alice Costa (Monetária) e Maria Luiza Borges (Medicina)

Médio Masculino

1º lugar - Alandete Silva (Engenharia)

2º lugar - João Pedro Laguna (Engenharia)

3º lugar - Gabriel Henrique (Monetária) e Matheus Krause (Direito)

Meio Pesado Feminino

1º lugar - Yasmin Bandeira (Engenharia)

2º lugar - Ana Luiza Motta (Engenharia)

3º lugar - Thalyta Freitas (Monetária) e Daiane dos Santos (Humanas)

Meio Pesado Masculino

1º lugar - João Pedro Aires (Artes)

2º lugar - João Gabriel Macedo (Engenharia)

3º lugar - Gabriel Schenten e Raphael Pereira (Monetária)

Pesado Feminino

1º lugar - Gabriella Cardoso (Monetária)

2º lugar - Maria Eduarda Moreira (Direito)

3º lugar - Bianca Duarte (Agrárias) e Priscilla Rodrigues (Engenharia)

Pesado Masculino

1º lugar - Paulo Roberto da Silva (Engenharia)

2º lugar - Heitor Fuzo (Exatas)

3º lugar - Victor de Mello (Humanas) e Giovane Rosato (Monetária)

Absoluto Feminino

1º lugar - Nayara Rocha (Humanas)

2º lugar - Ana Jullia Batista (Educa)

3º lugar - Maria Luiza Borges (Medicina) e Yasmin Bandeira (Engenharia)

Absoluto Masculino

1º lugar - João Pedro Laguna (Engenharia)

2º lugar - Alandete Silva (Engenharia)

3º lugar - Gerson Neto (Artes) e Gabriel Schenten (Monetária)

Judô Geral Feminino

1º lugar: Monetária

2º lugar: Engenharia

3º lugar: Educa

Judô Geral Masculino

1º lugar: Engenharia

2º lugar: Monetária 

3º lugar: Artes