Atlética do Cachorro volta a vencer modalidade em que domina: foi o nono título da Educação Física em 11 edições do torneio desde 2010
Por Pedro Bueno
O futsal feminino na Olimpíada UFU voltou a sua “dona natural”. A Educação Física venceu a Engenharia UDI por 1 a 0 no domingo (9/10), no G1, e se tornou campeã da modalidade. No mesmo dia, a Monetária bateu a Fisioterapia por 2 a 1, na prorrogação, e garantiu o terceiro lugar. Veja abaixo um pouco sobre cada uma das quatro atléticas semifinalistas da modalidade na edição de 2023.
A conquista da Educa se tornou ainda mais significante ao olhar que o futsal feminino é dominado pelos “donos da casa” há anos. Entre 2010 a 2023, período da Olimpíada em que o ARQ UFU teve acesso aos documentos, a atlética venceu nove vezes, enquanto a Medicina foi campeã em 2014, e a Engenharia UDI bateu justamente a Educação Física no ano passado. Ou seja, o domínio voltou para os pés das futuras educadoras físicas justamente contra a algoz de 2022.
Em meio ao título da Educa, uma atleta da Aplicada foi premiada. Ana Maria foi escolhida pela organização como atleta destaque. Mesmo deixando a competição ainda nas oitavas, a jogadora chamou a atenção - como de costume - e conseguiu a façanha de marcar seis gols em uma partida, feito único na Olimpíada UFU 2023. A estudante de Enfermagem falou sobre a premiação.
“Confesso que foi uma surpresa ganhar o prêmio. Essa é minha terceira Olimpíada e, em todas, eu sou muito feliz fazendo o que eu tanto amo, compartilhando das inúmeras sensações e emoções que esse esporte é capaz de proporcionar. E apesar da queda precoce da Aplicada na disputa, os dois jogos que fiz, juntamente com a minha trajetória nas edições anteriores, foram suficientes para transmitir a minha dedicação e amor quando estou jogando. Fiquei muito grata e feliz, apesar do resultado geral não ter sido satisfatório. Sempre que estou em quadra tenho o objetivo de mostrar que eu sou feliz demais dentro de quadra e também de fortalecer a ideia de que lugar de mulher é onde ela quiser”, afirmou Ana Maria, atleta destaque do futsal feminino na Olimpíada UFU 2023.
Os esforços para retomar o domínio - Educa
Doeu. O resultado na final do futsal feminino de 2022 passou longe de ser esperado pela Educação Física. O time que havia conquistado a modalidade nas cinco edições anteriores perdeu de 5 a 1 para a Engenharia UDI no ano passado. Mas o destino fez com que a final se repetisse, e a Educa conseguiu dar o troco. Até por isso, o título voltou para “casa”.
“Ano passado perdemos por 5 a 1, e esse não é o nível da Educação Física, de uma final. Acho que a derrota de 2022 fez com a gente não abaixasse nossas cabeças, fez levantar para treinar, nos deu ensinamento mesmo. No ano passado, foi falta de treino, de dedicação e mérito, claro, da Engenharia, mas esse ano a gente veio com raça para ganhar e eu não ia sair daqui sem a medalha de ouro”, ressaltou a capitã Emylly Gonçalves.
E foi justamente com a medalha de ouro que a Atlética do Cachorro deixou o futsal feminino na Olimpíada UFU, graças à vitória por 1 a 0 na final contra a Engenharia UDI no domingo (8/10). Porém, a “vingança” não ocorreu do nada. A vitória em 2023 foi feita por esforços. E esforços dos mais variados estilos.
O episódio da calça
Antes da bola rolar na semifinal contra a Fisioterapia, às 8h de sábado (7/10), a Educa descobriu que o técnico Daniel Lourenço não iria comparecer. Sem o treinador, a solução foi convidar um amigo de curso para que ficasse ali e ajudasse na organização tática dentro de quadra. Era um jogo de semifinal. A figura de um comandante seria importante durante a partida.
Chamado por Larissa Ester, camisa 20 da Educa, Sonyanderson Melo se prontificou a ajudar o time. Porém, ele não estava vestido a caráter. “Eu estava na padaria quando a Larissa mandou mensagem falando que o treinador estava passando mal. Ela perguntou se eu ia poder ficar na quadra com elas. Eu falei que podia, só que eu estava de chinelo e sabia que chinelo não ia poder. Só que assim, eu pensei: ‘Um tênis eu arrumo lá com alguém’. Só que, na hora que eu cheguei, a árbitra falou que não podia nem short”.
Desta forma, Sony não poderia participar da partida, que já tinha começado. Porém, os esforços para a Educa retomar o domínio foram feitos até mesmo por personagens que fogem de qualquer script. Na arquibancada, Roberto Teixeira, de 57 anos, estava sentado acompanhando a sua filha, Larissa Ester, como de costume, já que ele sempre está nos jogos para prestigiar a Educa.
Com a necessidade de Sonyanderson e a presença do pai, Larissa conectou as questões e promoveu uma troca inusitada. “O interessante foi a troca de calça com bermuda, e até o sapato. Ele calça 42, e eu 40. A calça ficou meio frouxa. Mas participar de tudo isso é muito legal, muito bom, muito divertido, muito agradável mesmo. Porque, no caso, igual estamos acompanhando, a gente se esforça para estar todas as vezes, vemos a dedicação, como o esporte é precioso, o quanto ajuda essa juventude. A gente vê que elas mantêm tudo na quadra e não há brigas, mas sim todo um divertimento. É muito interessante”, disse Roberto Teixeira, pai de Larissa.
Sim. Foi isso mesmo que ocorreu. Sony voltou à quadra de calça jeans e tênis e entrou como técnico, ajudando na vitória por 2 a 1 na semifinal, enquanto Roberto foi para a torcida com short e chinelo do jovem. De lá, o pai da Larissa seguiu durante todo o jogo como um regente, apoiando, gritando e tentando ajudar o time. Mas, claro, um regente de bermuda e chinelo com muito amor paterno.
A redenção em grande estilo
Além de uma boa história envolvendo trocas de roupas, a vitória por 2 a 1 na semifinal contou com emoção. O gol da classificação só ocorreu faltando um minuto e um segundo para o fim, em chute de Vitória Lima. A multiatleta da Educa, que, no domingo, medalhou nos três esportes coletivos que disputou na Olimpíada - handebol, futsal e vôlei -, havia acertado a trave dois minutos antes, mas persistiu e foi responsável por classificar a atlética para a final.
Mesmo com domínio das ações da partida, a Educa viu a Fisioterapia empatar a partida no fim do primeiro tempo - faltava só seis segundos para o fim da etapa inicial -, em uma falha de Roseli, que viria a ser heroína no dia seguinte, em uma daquelas histórias que só o futebol proporciona.
No último lance do primeiro tempo da semifinal, a goleira da Educa deu rebote de forma equivocada e gerou o lance que terminou em gol de Shyrlene Santiago, da Fisio. Porém, a classificação foi garantida, e ela se redimiu em grande estilo na final: foi a melhor jogadora da decisão contra a Engenharia UDI e garantiu o placar por 1 a 0 com inúmeras intervenções.
“O meu sentimento é de alegria, de gratidão. Ontem, eu errei no jogo e, hoje, eu falei: ‘Eu vou consertar o erro de ontem’. Foi treino em cima de treino, e o meu técnico me apoiou muito: ‘Roseli, eu preciso de você’. Gratidão por ele ter falado isso para mim, porque eu senti que o meu coletivo estava precisando de mim naquele momento. Foi isso. Coloquei todas as meninas nas minhas defesas e é gratidão, de verdade, gratidão”, disse Roseli.
Final não se joga…
Uma máxima de grandes decisões no esporte é: “Final não se joga, se ganha”. Talvez não tenha sido a melhor exibição das vidas de cada uma das atletas da Educa, mas, com certeza, foi uma das mais aguerridas, e o time cumpriu com o objetivo: ganhou. Com domínio da posse de bola e com muita imposição física, a Educa venceu por 1 a 0, graças ao gol de Vitória Rodrigues, no primeiro minuto do segundo tempo. E a camisa 8 assumiu que foi uma bola na rede “inesperada”.
“Se eu falar que eu estava esperando [fazer o gol decisivo], eu estou mentindo. Não é uma coisa que eu imaginei, até porque eu, em duas participações, não tinha feito nenhum gol nas Olimpíadas. Mas eu fico muito feliz em ajudar a equipe, até porque, no ano passado, a gente perdeu e eu fico feliz em ter ajudado o time no único gol da partida e ter colaborado para ser campeão desse ano”, afirmou a autora do gol da vitória.
Sem se expor tanto, a Educa trocou muitos passes e buscou encontrar espaços na defesa da Engenharia UDI, que também teve boa atuação, comprometida, principalmente, em não dar brechas. Esse comportamento das duas atléticas fez com que Emylly não avançasse tanto e arriscasse diversas vezes de longa distância. Em quatro desses arremates de longe, a atleta acertou a trave e deixou a final com o “gosto de quase”. Mesmo assim, a capitã da Educa demonstrou confiança no fundamento e ainda elogiou a goleira adversária,
“Eu acredito que não é tipo: ‘Se eu bater eu acho que vai acertar’. É diferente. Eu sei que, se eu bater, ela vai. Isso realmente é um treino particular meu. Eu treino o chute de longa distância. É treino. Por isso, eu tenho certeza de que a bola vai. E méritos da goleira também, porque, várias vezes, ela colocou a mão e só depois a bola foi na trave. Aquele ‘toquinho’ dela faz a bola ir na trave”, ressaltou Emylly.
O gol de Vitória, os arremates de Emylly na trave, a boa marcação coletiva e, principalmente, as defesas de Roseli: o resumo do título conquistado pela Educa. Inclusive, a goleira falou sobre os esforços que a equipe fez para buscar o título neste ano. “[É fruto de] muito treino. A gente é muito companheira fora da quadra e as conversas que temos, uma com a outra fora da quadra, ajudou muito voltar a treinar com garra. E também a gente tem muita união. Acreditamos que o título desse ano era nosso. No ano passado, a gente perdeu por choro e esse ano a gente chorou por alegria”.
Enfim, como Sony e Roberto disseram, de forma efusiva, representando toda a Educação Física: “Valeu o esforço. Valeu, valeu o esforço”. Parabéns, Educa por ter voltado ao mais alto lugar do futsal feminino. Desde a calça frouxa a todos os treinamentos realizados, cada esforço foi importante. A Atlética do Cachorro está de volta à posição natural da modalidade. O primeiro lugar do futsal feminino é de vocês.
A torcida que segue cantando - Engenharia UDI
Incomoda. Claro que incomoda o adversário. E ajuda. Claro que ajuda quem usa amarelo e preto. A torcida da Engenharia UDI chamou a atenção - mais uma vez - nas partidas finais do futsal feminino e ajudaram uma equipe que batalhou muito. Mesmo batendo na trave na decisão, já que o jogo terminou com o placar de 1 a 0 para Educa, o apoio da Atlética do Leão seguiu. Trata-se de uma torcida que segue cantando e apoiando.
“Uma coisa que eu sempre falo é o quão importante é olhar para as arquibancadas e ver elas cheias da nossa torcida. Isso com certeza motiva e faz total diferença no jogo. Para mim, a melhor sensação é poder fazer um gol, olhar para cá, ver a alegria e a vibração de todo mundo. Isso com certeza é um combustível extremamente relevante para a gente”, disse Gabriela Lins, autora de três gols na semifinal contra a Monetária.
O discurso da jogadora que fez um hat-trick em um jogo tão importante não foi à toa. O duelo com a Atlética da Tamanduá abriu o sábado de competições, ou seja, às 8h da manhã. E lá estavam os torcedores da Engenharia UDI e Monetária gritando o tempo todo - dificultando qualquer conversa e até mesmo o apito dos árbitros, que trocaram o objeto por um mais potente. A presença massiva da torcida foi destaque até mesmo no comentário de Gabrielly Odete, atleta da Monetária.
“Acho muito massa o futsal feminino ser apoiado dessa forma. Monetária é uma atlética gigante. A Engenharia também, uma grande atlética. E é um prazer enorme jogar tanto com a torcida contra, quanto a favor, porque realmente isso faz o esporte ser o esporte. Então é muito bom ter essa tradição de trazer a torcida independente do horário”, afirmou a experiente Bibi.
O apoio dos torcedores também estava conectado ao tamanho do jogo. Engenharia UDI e Monetária terminaram, novamente, nas primeiras colocações da Olimpíada UFU e alimentam uma bonita rivalidade. Até por isso, a torcida entendeu a importância do jogo, o tamanho do duelo e apoiou muito. Isso foi essencial para que a Atlética do Leão não deixasse o adversário disparar.
A Monetária esteve à frente do placar em duas oportunidades no jogo, ambas no primeiro tempo, mas não conseguiu se impor e aproveitar o resultado positivo, até porque a torcida empurrou, e a Engenharia UDI não deixou a adversária com vantagem por mais de três minutos. A reação rápida foi a característica principal da atlética amarela e preta, tanto que Gabriela Lins marcou um gol com apenas 18 segundos da etapa final. Ali, a atleta tomou conta do jogo e ainda buscou o hat-trick para definir a vitória por 4 a 2 - Estéfane Vitória marcou o terceiro gol, em meio ao brilho da colega de equipe.
“A gente sabia que não ia ser fácil, mas quando tomamos o primeiro gol, foi uma surpresa. Contávamos com a probabilidade de isso acontecer, mas, realmente, surpreendeu, só que em momento algum a gente pensou em desistir. No primeiro tempo, conseguimos fazer um gol ainda. Já no segundo tempo, a gente voltou, respirou, descansou um pouco, conversou com o técnico e percebeu que esse não é o nosso jogo. Nosso jogo é muito mais do que a gente tinha mostrado em quadra”, destacou Gabriela Lins, resumindo a partida na semi.
Já na final, a torcida também foi crucial para manter a Engenharia UDI na partida, mas o jogo teve contornos que foram além de qualquer apoio. O duelo muito equilibrado fez com que pequenos detalhes decidissem quem ficaria com a medalha de ouro. Com o gol sofrido no início da etapa final, as futuras engenheiras melhoraram em quadra e se aproximaram do gol, principalmente nas jogadas de Carolina Silviane, dona da camisa 11, mas pararam na ótima atuação de Roseli.
A goleira da Educa fez diversas defesas na partida, como destacado acima, e segurou o ímpeto da Engenharia. No fim do primeiro tempo, por exemplo, Gabriela Lins e Evelin tabelaram e acertaram a trave. Na volta, a bola ficou literalmente embaixo de Roseli, que, após notar que estava sentada no principal objeto do jogo, fez a defesa e comemorou o gol evitado.
Uma final que não diminui a campanha da Engenharia UDI, que foi a equipe que protagonizou a maior goleada da edição da Olimpíada no futsal - 15 a 1 contra a Psicologia nas quartas de final. Campeã em 2022, o time retornou à final com méritos e protagonizou um jogo muito igual na decisão. A prata deve ser comemorada justamente porque o esporte proporciona essas situações. Trata-se de um grande time, com uma torcida impressionante, que tentará voltar ainda mais forte em 2024.
A reformulação e a remontada com gosto de bronze - Monetária
Nem todas as histórias felizes terminam em ouro. Por isso, o esporte é tão maravilhoso. Contextos diferentes fazem com que atletas compreendam resultados de formas distintas, e isso é o principal ponto de qualquer fase final: não é apenas o título que deve ser comemorado. Talvez, deixar a quarta colocação com dois gols nos minutos finais e buscar o bronze tenha um gosto bem especial.
Esse é o caso da Monetária. O time buscou uma remontada incrível na disputa de terceiro lugar e marcou dois gols em menos de um minuto, já na prorrogação, e garantiu a vitória por 2 a 1 que deu o bronze à Atlética do Tamanduá.
Já na semifinal, ter ficado à frente no placar em duas oportunidades contra a Engenharia UDI, antes de sofrer a virada e perder por 4 a 2, pode ser compreendido por “resultadistas” como fracasso, mas não é assim que Gabrielly Odete, a Bibi, viu a partida.
“Uma sensação de satisfação [disputar a semifinal], primeiramente porque é uma equipe muito nova. A maioria das meninas é ‘bixete’. Então acho que essa sensação de elas chegarem até aqui valeu muito. Eu acho que elas aproveitaram bastante. Eu fico muito satisfeita pelo o que a gente jogou O jogo foi muito bom, uma semifinal muito pegada. Satisfeita, porém queria sair com a vitória, óbvio. Mas a gente jogou com uma grande equipe. Muito bem encaixada. Enfim, foi um jogo digno de realmente ser um placar apertado”, afirmou a capitã da Monetária.
Se despedindo das quadras da Olimpíada UFU, a experiente Bibi marcou o gol que abriu o placar na semifinal, por meio de uma falta lateral. Nesse duelo com a Engenharia UDI, a Monetária também fez outro gol que chamou a atenção, já que a goleira Ana Laura, logo após fazer uma defesa, foi inteligente e lançou Eduarda Fraga para marcar o segundo gol do Tamanduá.
Foram gols de uma equipe que, mesmo um pouco abaixo do nível técnico apresentado pela Engenharia UDI no segundo tempo, tem muito potencial. E, como destacado por Bibi, trata-se de uma equipe nova. Outra atleta que também falou sobre isso foi Eduarda Fraga. “Tem muitas meninas que estão na primeira Olimpíada delas, então ver essa força essa garra na primeira vez já é muito muito satisfatório para a gente, dá muito orgulho. A expectativa para o ano que vem é grande com elas, pois vamos treinar ainda mais”.
E esse elogio vem justamente da protagonista de uma virada impressionante da Monetária, que estava protagonizando um jogo bem equilibrado e sem graça com a Fisioterapia na disputa pelo bronze. Na prorrogação, o adversário marcou um belo gol de falta, com Giovanna Cristina, e a Monetária se viu na mesma situação de 2022: perdendo para a Fisio por 1 a 0.
A repetição do resultado no confronto pelo terceiro lugar da última temporada não era o que aquele time buscava. Para elas, a evolução de um ano para o outro deveria ficar evidente no placar. Foi dessa forma que, aparentemente, a Monetária encontrou forças para buscar a virada, principalmente no talento da camisa 14.
Em um intervalo inferior a um minuto, já no segundo tempo da prorrogação, Eduarda Fraga marcou um belo gol de letra e deu uma assistência para Maria Clara Bettini decretar a rápida remontada. Com isso, a Monetária ficou com o bronze. Depois do jogo, a melhor jogadora da partida destacou como o time buscou ânimo na reta final da partida e tentou explicar como marcou o golaço.
“Então, se eu falar que foi pensado, vai ser mentira. Foi ali no final do jogo, na prorrogação, e eu não pensei nada. Foi só aquela sensação de ter que fazer, ter que ganhar. Ano passado, a gente perdeu para elas, e esse ano tinha que ser diferente, tinha que ser nosso. Então foi isso. Eu não tinha como pensar ali. Eu só fiz e foi”, concluiu Eduarda.
A improvisação que salvou e fez ir longe - Fisioterapia
A Fisioterapia finalizou a Olimpíada UFU de 2023 sem vencer no tempo normal. Mesmo assim, terminou a competição na quarta colocação. Isso se deve à organização da equipe, que se mostrou aguerrida durante todos os jogos e, principalmente, a uma “improvisação” que fez a Atlética do Jacaré ir longe. E mereceu ir longe.
A equipe deu trabalho para todas as adversárias. Iniciando nas oitavas de final, a Fisio empatou com a Eng. Bio Patos e passou nos pênaltis. O roteiro se repetiu nas quartas, dessa vez contra a Humanas. Com garra e bons números nas penalidades máximas, a atlética chegou entre as quatro melhores do torneio mais uma vez.
E a semifinal contra a futura campeã, a Educa, deixou claro o porquê da Fisioterapia estar indo tão longe. Além de um jogo coletivo bem inteligente, que entendeu a limitação da equipe e os desafios no confronto, e o gol de Shyrlene Silva no fim do primeiro tempo, a Atlética do Jacaré contou com belas defesas da goleira Júlia Almeida.
Mas a grande curiosidade é que ela nem atuava na função e, mesmo assim, protagonizou uma das defesas mais bonitas da competição. A futura fisioterapeuta pegou com a mão direita um chute à queima-roupa no início do segundo tempo, quando o placar ainda estava empatado em 1 a 1.
“Aquela defesa foi muito reflexo, só foi intuitivo, abaixar e fechar o ângulo mesmo. Tenho que falar que foi sorte também, porque eu venho treinando, mas eu não era goleira. Foi justamente nessa Olimpíada que eu virei goleira. Estava improvisada ali, mas as minhas defesas foram graças à forma em que meu time fechou. Fechou ‘bonitinho’. A gente é uma equipe”, afirmou Júlia Almeida, goleira da Fisioterapia.
Porém, mesmo com a marcação baixa funcionando, já que a Educa teve muita dificuldade na partida, o bloqueio das futuras fisioterapeutas não suportou a pressão da atlética que seria campeã no dia seguinte. Com apenas um minuto e um segundo no placar, Vitória Lima marcou o gol da classificação da Educação Física e mandou a Fisio, com a derrota por 2 a 1, para a disputa do terceiro lugar.
“Uma sensação muito triste [de quase ir à final], porque foi a última bola, praticamente, e eu até consegui tocar nela. E ver o time trabalhando, correndo, para conseguir segurar o jogo, porque a gente sabia que elas eram mais habilidosas e tudo, a gente veio com essa proposta [de marcar baixo]. Enfim, sinto tristeza”, desabafou a goleira Júlia Almeida.
E no jogo seguinte, a Fisioterapia também ficou no quase. A equipe abriu o placar de um jogo amarrado aos 3 do primeiro tempo da prorrogação, com um belo gol de falta de Giovanna Cristina, que confiou no chute, cobrou a infração antes do círculo central e acertou o ângulo da Monetária. Porém, o cansaço por marcar muito pelo segundo jogo em dois dias fez com que o bronze ficasse distante.
Com boas defesas de Júlia e até uma bola tirada em cima da linha por parte de Bárbara Pereira, camisa 77, a Fisioterapia tentou sobreviver, porém viu a Monetária se recuperar nos minutos finais, perdendo assim por 2 a 1.
Duas vezes, a Fisioterapia esteve próximo de feitos enormes, como repetir a terceira colocação de 2022. Ficou no quase. Porém, nada disso diminui a forma com que o time se portou dentro de quadra, que possibilitou ir tão longe. A ideia tática, o jogo coletivo com boas atuações e as defesas de Júlia deixaram a atlética, novamente, entre as melhores. Um grande feito, para o time que é realmente muito difícil de ser batido.
Classificação geral do futsal feminino
Educa
Engenharia UDI
Monetária
Fisioterapia
Medicina
Psicologia
Odonto
Humanas
Direito
Eng. Bio. Patos
Exatas
Computação
Aplicada
Agrárias
Biológicas
Artes
Biologia Pontal
Exumadas
Engenharia Pontal - WO nas oitavas
Jogos do futsal feminino na Olimpíada UFU 2023
Primeira fase (16 de setembro):
Computação 3 x 2 Exumadas
Medicina 3 x 2 Direito
Exatas 3 x 1 Biologia Pontal
Agrárias 8 x 3 Odonto
Aplicada 10 x 4 Eng. Bio. Patos
Humanas 6 x 0 Engenharia Pontal
Psicologia 6 x 4 Artes
Monetária 5 x 0 Biológicas
Repescagem (17 de setembro):
Engenharia Pontal 7 x 3 Exumadas
Direito 6 x 0 Artes
Biológicas 0 x 5 Odonto
Eng. Bio. Patos 7 x 0 Biologia Pontal
Oitavas (30 de setembro):
Medicina 1 x 0 Exatas
Educa W x O Engenharia Pontal - Educa classificada
Engenharia UDI 5 x 1 Direito
Psicologia 3 x 2 Computação
Aplicada 2 x 7 Odonto
Humanas 1 (3) x (2) 1 Agrárias
Fisioterapia 3 (2) x (1) 3 Eng. Bio Patos
Quartas (1º de outubro):
Humanas 0 (1) x (2) 0 Fisioterapia
Medicina 0 x 6 Educa
Engenharia UDI 15 x 1 Psicologia
Monetária 2 x 1 Odonto
Semifinal (7 de outubro):
Monetária 2 x 4 Engenharia UDI
Fisioterapia 1 x 2 Educa
Disputa de terceiro lugar (8 de outubro):
Monetária 2 x 1 Fisioterapia
Final (8 de outubro):
Educa 1 x 0 Engenharia UDI
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