Atlética garantiu o décimo título nos últimos 14 anos; Fisioterapia garante o bronze em cima da Humanas
Por Guilherme Vargas
11 finais em 12 edições. Esse é o tamanho da dominância construída pela Educa | Foto: Filipe Couto
O G1 do campus Educação Física recebeu as últimas partidas do futsal feminino da Olimpíada UFU 2024. Com a disputa do terceiro lugar no sábado (9), e da grande final no domingo (10), as atléticas entraram em quadra para decidir quem ficaria no pódio. Depois do apito final no domingo, a Educa derrotou a Engenharia na final por 3 a 1, enquanto a Fisio levou o bronze após bater a Humanas por 2 a 0 no dia anterior.
A final
Não é novidade que a final da modalidade seja entre Educação Física e Engenharia, afinal, é a terceira vez seguida que o confronto se repete. Para não deixar dúvidas, a vencedora deste ano desempatou o placar das finais: 2 a 1 para o lado azul e laranja.
Com 55 segundos de duelo, Yngrid dos Santos, eleita a melhor jogadora da decisão, abriu o placar para a Educa. O gol prematuro surpreendeu até mesmo a atleta, que contou em entrevista ao ARQ UFU que não esperava marcar tão cedo. A bola na rede passou uma mensagem clara: as adversárias não teriam descanso em momento nenhum. A Atlética do Cachorro não parou de pressionar, mas o esporte não é uma ciência exata.
A Engenharia mostrou sabedoria para competir sob pressão e empatou o jogo com a camisa 76, Janne Vitória. Mas, novamente, o futsal mostrou que pode ser ingrato, e que o esporte não é uma ciência exata: a autora do gol colocou a mão na bola. Pênalti para a Educa, que foi cobrado por Yngrid, na chance de colocar o Cachorro de volta à frente. A autora do primeiro gol foi para a batida, e desperdiçou a chance de desempatar o placar.
Com cinco segundos para acabar a primeira etapa, parecia que o jogo iria empatado para o intervalo, o que seria indigesto para a Atlética do Cachorro. Mas Yngrid, a craque da final, iniciou uma boa jogada que acabou em gol da camisa 9, Vitória Rodrigues, e colocou a equipe azul e laranja na frente.
As campeãs de 2022 não conseguiam encaixar as jogadas e por isso, levaram pouco perigo para a meta da Educa. Nos 20 minutos finais, a atual campeã criava as melhores chances. Para fechar o jogo, e também o campeonato, a Engenharia fez um gol contra, o que garantiu o troféu para a Educa.
Após o embate, a tricampeã Yngrid falou um pouco sobre a montanha russa de emoções que viveu durante os 40 minutos em quadra: ¨Comecei o jogo nervosa, acredito que seja porque é a minha última Olimpíada. Só erra quem bate [o pênalti], então eu tive tranquilidade para manter a cabeça no lugar para seguir com o jogo inteligente, independente dos erros que cometemos¨, afirmou.
Melhor em quadra e tricampeã na sua despedida da Olimpíada. Atuação memorável de Yngrid | Foto: Guilherme Vargas
O fantasma de 2022
Em qualquer esporte, construir uma dinastia é complicado e histórico, mas a derrota também fica muito marcada. Em 26 de novembro de 2022, a Educação Física sofreu sua pior derrota na modalidade. A Engenharia aplicou 5 a 1 e interrompeu uma sequência de cinco títulos consecutivos do Cachorro. No jogo, as segundas colocadas daquele ano ainda testemunharam uma séria lesão sofrida pela goleira, que foi atendida dentro de quadra e precisou ser carregada para fora do ginásio aos prantos. Fato que obrigou Yngrid dos Santos a jogar como goleiro-linha.
A atleta, que estava muito emocionada após o término da final deste ano, e que viveu e digeriu o revés de tempos atrás, confirmou que a sensação é de dever cumprido, e concordou quando perguntada se o fantasma estava devidamente enterrado: ¨Sou três vezes campeã, era pra ser quatro se não fosse a pandemia. Fiz tudo que pude para ajudar essa camisa pesada, saio com essa sensação. A equipe é sensacional¨, complementou.
Campanhas das finalistas
Os resultados até a decisão mostraram bem o motivo das duas atléticas se encontrarem no último domingo, e valorizou ainda mais a conquista da Educa. As duas equipes mostraram uma força impressionante e ganharam seus jogos sem muitas dificuldades, cenário não muito diferente de 2023.
Na primeira fase, as campeãs venceram a Medicina por 3 a 1, com dois gols de Larissa Ester e um de Yngrid. Já a Engenharia eliminou o Direito sem dificuldades, por 5 a 0.
Pelas quartas de finais, mais duas vitórias tranquilas. As aurinegras superaram a Med, adversária da Educa na primeira fase, por 4 a 1. A Educação Física goleou a Odonto por 6 a 0. Nas semifinais, resultados repetidos: o Cachorro e o Leão derrotaram Humanas e Fisioterapia, respectivamente. Os confrontos terminaram em 4 a 1.
G1 estava lotado para acompanhar a terceira final seguida entre as atléticas | Foto: Guilherme Vargas
Terceiro lugar
No sábado, foi a vez de Fisioterapia e Humanas se enfrentarem em busca da última vaga do pódio. O Jacaré estava em busca do bronze pela terceira vez, já que ficou nesta colocação em 2014 e 2022. A Pantera almejava uma medalha inédita na modalidade. O encontro foi tenso, com as torcidas presentes, muita reclamação por conta da arbitragem e algumas faltas duras, mas sempre dentro dos limites da competitividade.
Em grande parte do tempo, a atlética preta e roxa performou melhor e era dona dos lances mais perigosos. Como foi dito, o futsal não é uma ciência exata, e mesmo com grandes oportunidades, a equipe não conseguiu abrir o placar, muito por conta da atuação memorável da goleira Júlia de Almeida, que foi a grande responsável pelo confronto ir para o intervalo em 0 a 0.
E o cenário se manteve até os oito minutos finais, quando apareceu a grande personagem do duelo: Alícia Simões. A camisa 11 da Fisioterapia acertou um lindo chute de fora da área e abriu o placar. Logo depois, em lance confuso, a falha de comunicação entre a Fisio resultou em um tiro livre indireto para a Humanas. O silêncio e a concentração de todos tomavam conta da quadra, mas a finalização foi na barreira.
Com dois minutos para o término do jogo, a goleira-linha da Humanas foi expulsa por pegar a bola com a mão fora da área para evitar um gol de cobertura da Fisio. Na cobrança da falta, Alícia ampliou e confirmou a medalha de bronze para a Fisioterapia.
Em entrevista, a dona dos gols, que disputava sua primeira Olimpíada UFU, falou um pouco sobre o sentimento da conquista: ¨Muito feliz de participar, várias meninas fizeram a diferença hoje. Foi difícil, estava muito acirrado, tentei duas vezes e parei na defesa, e depois, com a perna esquerda, fiz os gols. Estou muito feliz¨, comemorou.
Enquanto Alícia disputava o torneio pela primeira vez, a goleira Júlia fazia sua última aparição, e ela destacou o motivo de saírem vitoriosas: ¨O que nos define é união e garra. Merecemos demais essa conquista. É muito gratificante terminar desta maneira¨, afirmou.
Na momento da entrega das medalhas, uma cena chamou atenção: O técnico João Gabriel entregou algumas medalhas a mais para as atletas que estavam presente, e a artilheira do duelo explicou o motivo: ¨Tem duas meninas que não conseguiram comparecer: a Giovanna Roque, que rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) antes da competição e não pôde jogar, e a Shyrlene Silva, que nos ajudou em outros embates, mas hoje não pode vir por conta do trabalho", destacou.
Lesão sofrida por Roque tem uma recuperação estimada em, no mínimo, seis meses | Foto: Guilherme Vargas
Classificação final
Educa
Engenharia
Fisioterapia
Humanas
Odonto
Medicina
Monetária
Infernal
Atleta-destaque: Alícia Amália Simões (Fisioterapia)
Todos os resultados das semifinalistas
Primeira fase:
Engenharia 5 x 0 Direito
Humanas 4 x 2 Fisioterapia
Educa 3 x 1 Medicina
Repescagem
Fisioterapia 5 x 0 Computação
Oitavas de finais
Fisioterapia 5 x 0 Exatas
Quartas de finais
Humanas 4 x 0 Infernal
Educa 6 x 0 Odonto
Engenharia 4 x 1 Medicina
Fisioterapia 3 x 1 Monetária
Semifinais
Educa 4 x 1 Humanas
Engenharia 4 x 1 Fisioterapia
Terceiro lugar
Fisioterapia 2 x 0 Humanas
Final
Educa 3 x 1 Engenharia
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