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Chuva e coragem são protagonistas nas oitavas de final do vôlei masculino da Olimpíada UFU 2024

Atualizado: 1 de nov.

Dos fundamentos básicos do esporte, o saque foi destaque, com muitos erros e acertos que definiram as partidas


Por Bruno Stocco


Chuva atrasou os jogos em uma hora, e atletas reclamaram de escorregões | Foto: Bruno Stocco


As oitavas de final do vôlei masculino foram disputadas nos dias 19 e 20 de outubro no Sesi Gravatás, e contaram com muita luta em quadra. A disputa para entrar no top-8 da competição e poder pontuar no quadro geral foi atrapalhada por goteiras que molharam a quadra o dia todo.


Educa x Aplicada


O quarto fim de semana de competições começou com o confronto entre o Cachorro e o Canguru. A ressaca do sábado de manhã afastou um pouco o ânimo visto em quadra. A apresentação de mestre da Educa garantiu o primeiro set com 25 a 5, dominado por mordidas (ou ataques) fortes e precisos.


Já a segunda parcial foi mais equilibrada. O Canguru mostrou força na defesa e conseguiu surpreender os adversários. Mesmo assim, a equipe azul e laranja abusou na distribuição de ataques. A variação entre entrada, saída e meio de rede formou uma barragem que só acabou com a vitória por 25 a 14.


1º Set: Educa 25 x 5 Aplicada

2º Set: Educa 25 x 14 Aplicada


Fisioterapia x Agrárias


“Esse jogo ficou para trás, mas vamos levar tudo que fizemos de bom”, conta Vinícius Sartori | Foto: Bruno Stocco


Na última partida do sábado, a torcida da Fisio se viu em uma encruzilhada. O Sesi presenciou duas partidas da atlética ao mesmo tempo. Em uma quadra, o futsal; e na outra, o vôlei. O ritmo de gritos, nem sempre para este jogo, impulsionou o Crocodilo para superar a Agrárias. O placar estava em 8 a 7 quando Miguel Rezende entrou para o saque.


O camisa 99 exigiu o máximo da recepção do Javali, que não se deu muito bem. A sequência forçou um pedido de tempo, que não abalou o atleta do Crocodilo. No momento em que a Fisio precisou fazer o rodízio, o jogo já havia mudado de rumo: estava 13 a 8 para sua equipe. Isso não desanimou a equipe da Agrárias, que reagiram e seguiram pontuando, mas o dia inspirado do capitão Vinícius Sartori fechou o set em 25 a 20.


Na segunda metade da partida, o que se viu foi o contrário. A Agrárias levou seu lema de “joguem como bebemos” até o fim e abriu 10 a 2 de vantagem. Haja fígado para aguentar beber como eles jogaram a primeira parte desse set. Mas Sartori, o algoz do Javali e levantador da Fisio, reagiu. Em sua passagem no saque, o time saiu de nove pontos conquistados para 19, uma virada digna de cinema.


“Eu concentrei ali no saque para buscar o que a gente estava atrás. Era isso que eu estava pensando. Se eu não estava ajudando tanto no levantamento, que eu ajudasse de outra forma”, disse o capitão. A liderança agora era de três pontos para o Crocodilo, que seguiu até o final da partida.


1º Set: Fisioterapia 25 x 20 Agrárias

2º Set: Fisioterapia 25 x 22 Agrárias


Medicina x Direito


O domingo começou da forma como todo domingo deveria: clima ameno, céu bonito, bateria universitária tocando sem parar, esse tipo de coisa leve. A Medicina estava bem mais feliz com o batuque do que o Direito, afinal eram da sua torcida. Mas eles não estavam sozinhos. Em clima de Doutorada, a torcida do Guará foi em peso provocar o adversário e apoiar seu time.


Com a rivalidade alegrando o lado de fora, a parte de dentro da quadra também se animou. Quem prestou atenção no jogo viu bons rallies e uma disputa ponto a ponto até o meio do primeiro set. A partir de então, a Medicina começou a criar vantagem lentamente com pressão nos ataques, e levou a primeira parcial por 25 a 18.


O resultado bagunçou um pouco o time de futuros advogados, que passou a ter mais dificuldades defensivas no segundo set. A atlética verde e roxa também teve sua participação nisso, com a empolgação alcançando seu ápice depois de começar na frente do placar. O ritmo do jogo se manteve até o fim, o que deu a vitória à Medicina por 25 a 13.


1º Set: Medicina 25 x 18 Direito

2º Set: Medicina 25 x 13 Direito


Monetária x Computação


Atletas continuaram aquecendo mesmo com a água caindo na quadra | Foto: Bruno Stocco


O que era para ser mais um grande dia de jogos, logo virou problema. Uma tempestade começou, e pequenas goteiras transformaram a quadra de vôlei em uma piscina coberta. A partida entre Monetária e Computação era para ser iniciada às 10h20, mas seria adiantada por um W.O no vôlei feminino que aconteceu logo antes. Por conta da água o confronto só foi começar às 10h50.


Com isso, os atletas tiveram quase uma hora de aquecimento e o jogo iniciou a todo vapor. As equipes reconheciam a força uma da outra, e arriscaram tudo a partir do momento que o árbitro apitou; um feito de coragem, sem dúvidas. Mas o risco é uma faca de dois gumes que não ajudou nenhuma das atléticas. Ambas cometeram muitos erros no primeiro set, na tentativa de fazer ataques indefensáveis ou saques perfeitos.


Jack Zhu deixou bem claro que nem tudo eram erros. Após uma sequência de saques, a Monetária disparou na frente e conseguiu levar o set por 25 a 20. Na segunda parcial, as equipes mantiveram as estratégias, dessa vez acertando quase tudo. As defesas sofriam, a torcida ia à loucura e o jogo continuava em uma intensa troca de pontos.


O diferencial dessa parcial foi a força mental dos atletas, principalmente vindos do capitão, e melhor da partida, Régis Júnior. “A partir do momento que virei capitão, a responsabilidade aumentou. Tenho que ser fonte e não dreno”, disse ele. A liderança se estendeu à quadra e ajudou na vitória por 25 a 18.


1º Set: Monetária 25 x 20 Computação

2º Set: Monetária 25 x 18 Computação


Infernal x Humanas


Pela falta de panos de chão, alguns jogadores usavam as joelheiras para secar os locais escorregadios da quadra | Foto: Gabriel Ferrer


A chuva já havia parado nessa partida, mas seus efeitos ainda eram vistos dentro do ginásio. O chão escorregadio precisou ser secado inúmeras vezes no meio da partida, o que quebrava o ritmo dos atletas e deixava um receio em jogar livremente. 


Receio esse que a Infernal passou por cima, já que era apenas mais uma das dificuldades que o time enfrentou até aqui. Sem técnico e com pouquíssimos reservas, eles se superam a cada fim de semana que pegam o ônibus saindo de Ituiutaba para jogar.


A frustração dos atletas não atrapalhou, pelo contrário. Tudo é mais um motivador para ganhar as partidas por mais difíceis que sejam. Uma fonte de inspiração sem fim, que resultava em ataques fortes e defesas que corriam até o toque final da bola no chão. E foi assim, com poucos erros e muitas tentativas, que o Dragão de Três Cabeças venceu o primeiro set por 25 a 17.


Mas o teste final ainda não tinha chegado. A Humanas voltou com sangue nos olhos para a segunda parcial. A Pantera chegou a abrir sete pontos para os adversários, e teve três set points para empatar o jogo e levar a partida para o tie-break. Porém, como numa história de filme, a Infernal não desistiu. E nem seus adversários. O que era para ter 25 pontos, chegou a um tenso 29 a 29. Torcida, jogadores, técnicos, banco de reservas, todos estavam sem ar.


“Tivemos que superar as falhas que estavam acontecendo. Conforme a gente entrou no jogo, botou a cabeça no lugar e manteve a calma, conseguimos o resultado”, disse o melhor da partida, Arthur Costa, da Atlética Infernal. 31 a 29 foi o fim de uma partida de oitavas com cara de final.


1º Set: Infernal 25 x 17 Humanas

2º Set: Infernal 31 x 29 Humanas


Moca x Gnomada


A última partida do fim de semana também não contou com o sol. Dessa vez o inimigo da luz não eram as nuvens de chuva, mas a noite. Até agora, somente atléticas de fora de Uberlândia jogaram no horário final de domingo, mesmo com a obrigatória viagem pós-jogo.


Dentro de quadra, a Moca sofria com provocações da torcida a cada ponto, enquanto demonstrava um voleibol invejável. Seus poucos erros e coordenação perfeita entre levantador e atacantes deixariam qualquer defesa em problemas. A torcida foi ainda mais cruel com a Gnomada. Além dos adversários desfilando bolas perfeitas, eles tiveram que superar três torcedores provocadores.


Foram dois sets de gritaria, risada e de escolher um jogador para repetir o nome sem parar. Ninguém em quadra ou fora dela conseguiu se manter sério o tempo todo, e os três torcedores da Moca deram um show. Na partida, o show também veio de Monte Carmelo. As duas parciais terminaram em 25 a 13, com um domínio de quem mira em medalha nesta Olimpíada.


1º Set: Moca 25 x 13 Gnomada

2º Set: Moca 25 x 13 Gnomada


Resultados:

Educa 2 x 0 Aplicada (25 x 5 / 25 x 14)

Fisioterapia 2 x 0 Agrárias (25 x 20 / 25 x 22)

Medicina 2 x 0 Direito (25 x 18 / 25 x 13)

Monetária 2 x 0 Computação (25 x 20 / 25 x 18)

Infernal 2 x 0 Humanas (25 x 17 / 31 x 29)

Moca 2 x 0 Gnomada (25 x 13 / 25 x 13)


Próximos jogos:

Exatas x Medicina

Engenharia x Moca

Educa x Fisioterapia

Monetária x Infernal

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