“Cabeça fria, coração quente” move oitavas do futsal masculino na Olimpíada UFU 2024

Lema de Abel Ferreira se torna aliado dos técnicos da competição em meio às partidas emocionantes

Por Maria Sansoni

As oitavas de final do futsal masculino da Olimpíada UFU esquentaram o clima no Sesi Gravatás no último final de semana (19). Após vencerem confrontos disputados, as atléticas que continuam na competição são: Aplicada, Fisioterapia, Computação, Exatas, Agrárias e Medicina. Monetária e Engenharia já estavam classificadas para as quartas de final, devido ao chaveamento.

Uma das favoritas na competição, Fisio se destacou pelo mental durante a partida | Foto: Filipe Couto

Aplicada 2 (5) x (4) 2 Psico

Aplicada e Psico protagonizaram a primeira partida das oitavas do futsal masculino.

De um lado, a Atlética da Fênix, com a sua melhor campanha na modalidade, veio de uma vitória emocionante na repescagem. Por outro, a Atlética do Canguru, que ganhou uma disputa acirrada na primeira fase, decidida nos pênaltis.

A partida começou com boas jogadas de ambas as equipes. Após se adequarem ao ritmo do jogo, a dinâmica entre os times mudou. Enquanto a Aplicada saiu para o ataque, focada em abrir o placar o mais rápido possível, a Psico se fechou e se concentrou na defesa, criando algumas chances através de contra-ataques.

Foi em uma dessas jogadas criadas pelo time rosa que surgiu o primeiro gol da partida. Iury Araruna puxou contra-ataque e balançou as redes, colocando a Psico na frente. Confiante, a Fênix gostou do jogo e logo fez o segundo gol da equipe, marcado pelo camisa 7, Kaique Daniel, através de um escanteio.

Em busca do placar, a Aplicada começou a trabalhar mais a bola e criar mais oportunidades. Sem muitas dificuldades, o Canguru conseguiu passar pela defesa adversária inúmeras vezes, mas sempre contido pela muralha que a Psico possuía no gol: o goleiro Enzo Mohamed.

Após muitas tentativas, a Aplicada só conseguiu ter sucesso nas jogadas na segunda etapa da partida, com um gol do camisa 64, Lucas Bucater. Com a Psico tentando manter o placar e a Aplicada em busca de mais um gol, o clima entre os jogadores ficou quente.

Com muitas faltas e erros de ambos os lados, o resultado da partida ficou em aberto por um tempo, mas ganhou um rumo nos últimos minutos, com um gol de Pedro Maziero, da Atlética do Canguru, levando a decisão para os pênaltis. Com cinco acertos nas cobranças, a Aplicada garantiu a sua vaga nas quartas de final.

Elétrico, Murilo Soares, treinador da Aplicada, fez a diferença em quadra mais uma vez. Além de apoiar os jogadores do início ao fim, o técnico do Canguru clareou as jogadas para o time e trabalhou para que tivessem “cabeça fria” e se mantivessem centrados na partida.

“Esse time é muito unido. Mais uma vez, tivemos que correr atrás do placar, demos a volta por cima, justamente pela confiança dos jogadores e pela força que dão um pro outro”, disse o treinador, que reconheceu o goleiro adversário, Enzo, como o melhor da partida.

“Ao mesmo tempo que sentimos orgulho de ter feito a nossa melhor campanha na modalidade, é muita tristeza saber que poderíamos ter passado”, destacou Enzo Mohamed | Foto: Maria Sansoni

Fisioterapia 3 x 2 Educa

Com os ânimos à flor da pele desde o início da partida, Fisio e Educa se enfrentaram no confronto mais eletrizante das oitavas.

Marcação forte, criação de boas jogadas e contra-ataques rápidos marcaram o início do jogo. Embora estivesse mais ofensiva, a Atlética do Cachorro cometeu erros pela precipitação de algumas jogadas. Essas falhas resultaram em alguns contra-ataques da Fisio, todos barrados por Cadu, goleiro da Educa.

Em uma bola disputada perto do gol do Crocodilo, Bruno Miranda levou a melhor e balançou as redes para a equipe azul e laranja. A vantagem da Educa não durou por muito tempo, e logo a Fisio empatou, com um gol de Victor Manoel.

Com tudo igual no placar, os times voltaram ainda mais focados para a segunda etapa. A Educa impôs uma marcação mais alta, enquanto a Fisio começou a trabalhar mais a posse de bola e a explorar diferentes ataques. O resultado dessa dinâmica foi um gol do Crocodilo. O camisa 11, Isack Nicholas, balançou as redes e foi vibrar com a torcida verde e preta.

A virada não abalou os estudantes de Educação Física, pelo contrário. Ela serviu de gás para que se esforçassem ainda mais na busca pela vitória. A resposta chegou em três minutos, com um golaço de Bruno no canto do gol, o segundo do camisa 4 da Educa.

Novamente empatados, um dos fatores determinantes da partida foi a estratégia dos técnicos. Enquanto o treinador da Educa cobrou mais pressão de seus jogadores, Igor Tavares, treinador da Fisio, orientou seus atletas a terem calma. O lema de Abel Ferreira e seu famoso gesto apontando para a mente, foi muito usado pelo técnico do Crocodilo. Com a “cabeça fria e o coração quente”, Pedro Henrique fechou o placar para a Fisioterapia faltando dois minutos para o fim da partida.

“Geralmente eu não faço gol, costumo servir meus amigos, e hoje eu tive a felicidade de chutar para o gol e a bola entrar”, contou Pedrinho, autor do gol da vitória e ex-atleta da Educa, embora nunca tenha defendido a camisa da atlética em uma Olimpíada UFU.

Em sua última Olimpíada, o camisa 11 da Fisio, Isack, comemorou o gol com a torcida | Foto: Filipe Couto

Computação 2 x 0 Direito

O primeiro jogo do domingo (20) foi entre Computação e Direito.

Os primeiros movimentos dos times já demonstraram o que vinha a seguir. Sem dificuldades, a Comp ditou o ritmo do início ao fim. Pressão, marcação alta e grande posse de bola foram algumas das imposições que a Atlética do Guará teve que enfrentar.

Mesmo com todas as criações da Comp, balançar as redes não foi uma tarefa fácil. O time enfrentou dificuldades com as finalizações e alguns erros de passe no campo de ataque, além das boas defesas do goleiro do Direito. Mas como todo ser humano é falho, a muralha do Guará também falhou, o que resultou em um gol de Pedro Biaggi, que abriu o placar para os Lobos.

Na segunda etapa, a dinâmica do jogo permaneceu a mesma. Com alguns erros de passes e com a marcação alta do Direito, a Comp continuou superior na partida e fechou o placar com mais um gol, dessa vez marcado pelo camisa 11, Kaue Gomes. Além da vitória, um dos principais acontecimentos do jogo foi a entrada de Juninho pela primeira vez na Olimpíada UFU 2024. Jogador importante da equipe, o atleta ainda não havia jogado e entrou por poucos minutos, devido a uma lesão muscular.

O autor do segundo gol, Kaue, avaliou o desempenho da equipe na partida. “Foi um dos jogos em que jogamos melhor. Criamos muito, acho que dois gols foi muito pouco perto do que criamos, mas o Direito marca muito bem. Foi um bom jogo.”, contou o atleta.

Exatas 4 x 2 Humanas

Exatas e Humanas protagonizaram mais uma disputa acirrada das oitavas.

Dado o apito inicial, a Pantera fez questão de mostrar a sua ofensividade. Sem deixar espaço para a Exatas, a atlética roxa e preta dominou o ataque, fortaleceu a marcação e trabalhou melhor a bola em comparação com a adversária. Não demorou muito para o placar sair do zero e, com um golaço do camisa 10, Felipe Ponzio, a Humanas saiu na frente.

Com a desvantagem, a Atlética do Gorila passou a investir mais no ataque, mas teve dificuldade em se desvencilhar da marcação. Após muitas tentativas, algumas interceptadas pela defesa e outras bloqueadas por Bernardinho, goleiro da Pantera, a Exatas conseguiu empatar a partida com um gol de Pedro Baron. A primeira etapa terminou com uma discussão interna no time da Humanas, que desestabilizou a harmonia e a união da equipe para o resto da partida.

Na volta para o segundo tempo, os times se mostraram mais centrados. A Exatas fortaleceu a marcação, enquanto a Humanas focou no ataque. Realizando uma excelente partida até então, o camisa 91, Enzo Stroppa, que vinha sendo muito marcado pela equipe adversária, colocou a Pantera na frente mais uma vez, com um gol muito comemorado pelos companheiros.

A disputa que se mostrava equilibrada em determinado momento, começou a mudar de clima. Por um lado, a Humanas passou a cometer erros de passes que dificultaram o avanço das jogadas. Por outro, o Gorila começou a se desvencilhar da defesa adversária e a criar oportunidades de gol. Após boas defesas de Bernardinho e uma falha no drible de um dos atletas da Pantera, a equipe vermelha e preta conseguiu virar o placar com o segundo gol de Pedro.

Já desestabilizado, o time da Humanas teve dificuldade de buscar o empate. Com muita pressão e pouco tempo, os atletas tentaram finalizar de diversas formas, construir jogadas mais ágeis e fortalecer o ataque, mas não adiantou. Faltando segundos para acabar a partida, a Exatas cravou o placar com um gol de Luiz Eduardo, eliminando a Pantera da competição.

“Nosso time tem o problema de tomar um gol e ficar mal, mas hoje demonstramos o oposto. Tomamos um gol e tivemos mais força para buscar a vitória. Hoje, a Exatas veio para jogo”, contou o autor de dois gols da partida, Pedro Baron, que disputa a sua primeira Olimpíada nesse ano.

Enzo Stroppa (camisa 91) foi um dos melhores jogadoras da Humanas durante a partida | Foto: Laura Malavolta

Agrárias 6 x 1 Moca

A primeira goleada do final de semana foi entre Agrárias e Moca.

Com início pegado, o Javali e o Tigre começaram a partida focados no ataque. Alguns erros de passes e finalizações mal-sucedidas marcaram as inúmeras tentativas de ambas as equipes em abrir o placar. Quem teve êxito nessa missão foi o time azul e verde, com um gol de Frederico Tavares.

Com a vantagem no placar, a Agrárias ganhou ainda mais confiança na partida e começou a desfilar diversas finalizações na quadra do Sesi Gravatás. Ao longo do jogo, foram mais cinco gols para a equipe. João Toledo, João Palhano, Matheus Estevão e Pedro Bertoni, duas vezes, foram os responsáveis por balançar as redes para o Javali.

Mesmo com a facilidade em finalizar, o Javali não deixou de cometer erros e dar espaço para a equipe da Moca, que fez um gol com o camisa 9, Lucas Carlos.

“Bixo” da Agrárias na Olimpíada UFU, Gabriel Oliveira contou um pouco sobre o desempenho do time na competição até agora. “No primeiro jogo, fizemos 7 a 0, e agora 6 a 1. Estamos buscando evoluir sempre, desenvolver o time e buscar a vitória”, contou o estudante de Zootecnia.

Medicina 7 x 1 Gnomada

O último apito inicial do final de semana do futsal masculino marcou mais uma goleada. A organizada e talentosa Medicina enfrentou a inspirada e corajosa Gnomada.

A Atlética da Serpente dominou a partida do início ao fim. Muito mais ofensiva e organizada, a Med demonstrou para o que veio e se tornou uma muralha para a adversária, impossibilitando todo ataque feito pela Atlética do Gnomo. O resultado desse posicionamento foram os sete gols da Medicina, marcados por João Vitor Domingos, Eduardo Gutz, Christyann Messala e Hélio Francisco, autor de três gols. Arthur Felix, camisa 66 da Gnomada, descontou.

O acontecimento mais marcante da partida foi um acidente envolvendo um dos jogadores da Gnomada. Por conta da chuva, a quadra teve alguns focos de poças de água. Em um dos contra-ataques puxados pela Atlética do Gnomo, um dos atletas caiu e deslocou o ombro. Felizmente, ele já se encontra melhor.

“Estamos vindo do Intermed, então estamos bem cansados, mas conseguimos controlar bem o jogo e rodar a equipe para não ter perigo de ninguém se machucar. Agora é descansar nas duas próximas semanas.”, contou um dos artilheiros da competição, Hélio Francisco.