Bola parada é decisiva e prorrogações definem finalistas do futebol de campo na Olimpíada UFU 2025
- Arquibancada UFU
- 9 de set.
- 7 min de leitura
Atualizado: 10 de set.
Engenharia e Educa disputarão novamente o ouro; bronze ficará entre Medicina e Monetária
Por: Eduardo Bessa

Nenhuma nuvem apareceu no céu para dar refresco aos atletas, que jogaram 100 minutos de futebol sob um sol impiedoso | Foto: Eduardo Bessa
No sábado (6), o Campus Educa abriu as suas portas para mais uma rodada de jogos do futebol de campo na Olimpíada UFU 2025. Sob a vigia ininterrupta do sol, os jogadores se desdobraram para jogarem as prorrogações, que aconteceram em ambas semifinais.

Inspirado pelo show de Ivete Sangalo que antecedeu o confronto entre Brasil e Chile no Maracanã, o gramado do Campus Educa “levantou poeira” constantemente durante as partidas | Foto: Eduardo Bessa
Educação Física 3 x 2 Medicina
A primeira partida do dia começou às 08 horas da manhã. De um lado a Educa veio com um plano de jogo definido, que buscava utilizar a velocidade dos seus atletas para sair em contra-ataques. Já a Medicina teve mais paciência na sua criação e aproveitou a boa saída de bola dos seus zagueiros para controlar a posse e explorar alguns lançamentos.
No primeiro tempo, a Serpente teve maior volume de jogo, conseguindo pressionar os adversários na área defensiva e tendo mais posse de bola, porém eles falharam em converter essa dominância em gols. A Medicina até chegou a balançar as redes, porém foi anulado pelo uso do braço na finalização, o que deixou o banco na bronca com a arbitragem. As reclamações contra o juiz partiram de ambos os lados, tanto que o técnico de ambas as equipes foram advertidos com o cartão amarelo.
Caminhando para o final da primeira etapa, a Educa cresceu no jogo e seus contra-ataques começaram a oferecer mais perigo. O meio campo da equipe foi crucial para essa melhora, eles passaram a ganhar mais duelos e por vezes achavam bons passes para os atacantes. Uma dessas escapadas foi parada com falta, na ponta direita, um pouco atrás do último terço do campo ofensivo. O camisa 21 da Educa, Felipe Silva, cruzou uma bola alta na área e contou com a infelicidade do goleiro adversário, para a bola cair dentro da rede sem qualquer desvio.
Na volta após o intervalo, a Medicina retomou o controle da partida e aumentou a pressão pelo empate. A blitz da Serpente, desta vez, deu resultado, e eles garantiram a vantagem no placar em dois gols praticamente seguidos. O primeiro saiu no cabeceio do zagueiro Artur de Paula, que já fazia uma boa partida e foi premiado com um gol. A virada saiu após um ótimo lançamento da defesa, que deixou Pedro Sobreira cara a cara com o goleiro, o atleta bateu de cavadinha e saiu para comemorar com seus companheiros.
A Educação Física pareceu anímica no início do segundo tempo, porém o técnico João Vitor Campos transmitiu muita confiança em seus atletas e conseguiu revitalizar o time na partida. A pressão pelo empate aumentava cada vez mais, o professor utilizou de todas as suas substituições para colocar jogadores descansados no jogo.
O gol de empate da Educa saiu no lance mais polêmico da partida. Felipe Silva, com a pontaria em dia, cobrou o escanteio na cabeça de Rafael de Morais, que finalizou ao gol. Um jogador de linha da Medicina, em um ato extremo, utilizou a mão para tentar evitar o gol em cima da linha. Na visão da arbitragem, a bola cruzou o limite indicado e o gol foi confirmado.
O lance confuso gerou certa revolta do lado da Med, tanto no banco quanto nas arquibancadas. Torcedores foram até a mesa, afirmando que tinham um vídeo comprobatório de que a bola não entrou - mesmo que resultasse em um cartão vermelho e pênalti para a Educa. As reclamações de nada adiantaram.
A partir dali, o jogo virou trocação. Os atletas, cansados, não conseguiam imprimir o mesmo ritmo de jogo inicial e a partida foi para a prorrogação desta forma. Neste ponto, a Educação Física já havia identificado a maior fraqueza defensiva da equipe adversária: as bolas paradas. Foi desta forma que, novamente, Felipe Silva cobrou um escanteio e após um bate-rebate, Matheus Bekham fez o gol decisivo para a Educa.
Ao final da partida, ficou o sentimento de que ambas as equipes poderiam ter saído classificadas. A Medicina teve suas chances de sair vitoriosa já no tempo regulamentar, porém sua ineficiência nas bolas paradas e os méritos do adversário neste mesmo setor definiram quem iria para a final.
Destaque da partida, Felipe Silva participou diretamente de todos os gols da Educação Física. Em entrevista, o atleta fez questão de ressaltar a força da sua equipe: “A Educa é um time forte, sempre chega, equipe favorita. Nós colocamos a cabeça no lugar, em jogo de olimpíada dois minutos podem mudar tudo, como aconteceu nessa partida. Fizemos um gol no final do jogo e com o mental forte conseguimos virar e segurar o placar para chegar em mais uma final”.
“Nós temos um dia de treino para as bolas paradas, que separamos perto das Olimpíadas quando o time está mais fechado. É um lance que muitas vezes é definido por sorte, porém com treino, essa sorte fica maior” completou Felipe.

“Mental é o principal” disse Felipe Silva sobre a preparação da Educa para a Final | Foto: Eduardo Bessa
Engenharia 3 x 2 Monetária
Os torcedores de ambas as atléticas já chegavam no campo do Campus Educa quando a prorrogação do jogo anterior se encerrava. Engenharia e Monetária é um dos maiores clássicos da Olimpíada UFU e mais um confronto estava prestes á começar. Ou deveria.
Para além de todo o percurso da prorrogação, os torcedores também tiveram de aguardar o aquecimento dos atletas que estavam prestes à jogar e uma demora não prevista dos árbitros, que tiveram que trocar o tradicional uniforme amarelo para não se misturar com as cores da Engenharia.
Quando foi dado o apito inicial, o campo exalou exatamente o sentimento transmitido pelas arquibancadas: pura rivalidade. A cada dividida saia faísca da chuteira dos atletas e a força do calor, de um relógio que já marcava próximo ao meio-dia, deu apenas mais lenha para este incêndio.
O jogo extremamente físico resultou em poucas chances claras para ambos os lados. O campo também não ajudava, a bola quicava muito e alguns passes eram evidentemente atrapalhados por este fator.Mesmo assim, a Monetária mostrou qualidade em suas ações ofensivas e conseguiu por vezes conectar as forças de seu ataque, porém falhava em convertê-las em boas finalizações. Por outro lado, a Engenharia teve os seus momentos de ataque e a sua melhor chance resultou em um gol - anulado por impedimento.
O juíz já estava atento ao relógio, definindo quanto de acréscimo ele iria dar na primeira etapa, quando a Monetária marcou um gol e assumiu a liderança no placar. Em uma jogada que se iniciou em um lateral próximo à área, a bola se ofereceu para o camisa 90, João Victor da Silva, que não perdeu a oportunidade de colocar o seu time na frente.
Na volta para o segundo tempo, os atuais campeões, impulsionados pela conversa com o treinador, voltaram com força para buscar o empate. A Engenharia conseguiu emplacar o seu ritmo no jogo e aumentou seu volume ofensivo. Para fazer jus ao que foram as semifinais desta Olimpíada, o gol de empate não poderia ter saído de outro jeito: bola parada. Em uma falha de comunicação dos atletas da Money, a barreira acabou abrindo e o camisa 77, Guilherme Augusto, aproveitou a cobrança frontal para colocar no canto direito do goleiro.
Não demorou muito para que Guilherme Augusto retornasse à súmula como marcador de outro gol. A Engenharia aumentou a pressão sobre a saída de jogo adversária e em um desses lances, a zaga não se entendeu e a bola sobrou para o 77 marcar e colocar a Engenharia em vantagem pela primeira vez no placar.
Após a virada dos atuais campeões, tinha quem já estava pronto para o jogo se encerrar e, considerando o horário, ir para um merecido almoço. Só faltou combinar com a equipe da Monetária. O Tamanduá teve maior eficiência em bloquear os contra-ataques dos adversários, retornou para o campo de ataque e ali permaneceu até que o gol de empate saísse.
Em jogada semelhante com o gol da virada aurinegra, o camisa 61, João Victor Ferreira também não teve piedade e igualou o placar. Almoço cancelado, prorrogação à vista.
A partir dali, a partida virou trocação entre as equipes, os atletas já extasiados pelo sol e pelos longos minutos em campo, não conseguiam recompor ou contra-atacar com a mesma rapidez. Foi neste ritmo que a prorrogação aconteceu e o gol que deu números finais ao placar não poderia ter saído de outra forma ou de outro autor.
Para completar o seu hat-trick, Guilherme Augusto, conhecido também como Brinquedo, fez uma pintura para colocar a Engenharia em vantagem. Do lado direito do campo, próximo à área, o atleta bateu colocado no canto esquerdo, onde a coruja dorme. Não havia nada à ser feito pelo goleiro adversário. Após isto, a Engenharia conseguiu controlar o resultado e o cansaço atrapalhou as chances que a Monetária teve de acelerar e criar boas situações ofensivas. Placar final, 3 a 2 para a Atlética Aurinegra que vai em busca do bi-campeonato.
Após a partida, Guilherme Augusto, herói da Engenharia, comentou sobre as condições que a partida apresentou para ele e sua equipe:
“O sol estava muito forte então virou um jogo de bate-bate, tromba-tromba, um jogo duro em que ambas as equipes queriam ganhar. Viemos para vencer, saímos perdendo, tivemos alguns erros, mas mesmo assim tinha certeza que o gol iria sair e eu fui feliz com os três gols. Agora é aproveitar, descansar, porque semana que vem tem mais”.

Logo após uma extensa e desgastante partida, os mesmos atletas da Engenharia foram para as quadras do Campus Educa, disputar a semifinal do futsal contra a Exatas e saíram vitoriosos | Foto: Eduardo Bessa
Resultados:
Semifinais
Educação Física 3 x 2 Medicina
Engenharia 3 x 2 Monetária
Próximos Confrontos:
Disputa de Terceiro Lugar:
Medicina x Monetária
Final:
Educação Física x Engenharia
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