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Além das aulas: como atléticas da UFU incentivam esporte durante férias

Entre programas de incentivo nas redes sociais e dificuldades com a infraestrutura, período é utilizado para manter vivo o espírito do esporte universitário


Por Renan dos Santos e Pedro Franco

 


Durante o período letivo, todos estão acostumados com o esporte universitário “a todo vapor” na UFU. Competições como o Agita, Inter Cursos, a CIA (Copa Inter Atléticas) e a grandiosa Olimpíada criam esse cenário, em que os atletas se mantêm em constante preparo físico e mental pois, a qualquer momento, uma nova competição pode começar e assim, devem estar preparados.


Antes mesmo das férias, as atléticas já promovem eventos que buscam fomentar o esporte entre as diversas turmas. Três exemplos disso foram a Copa Bixos (competição que envolveu alunos ingressantes dos cursos de Direito, Medicina e Odontologia), Copa Monetária e o Inter Agrárias, que aconteceram entre outubro e novembro.


Mas, e durante as férias? Como as atléticas e os próprios atletas lidam com esse período, que é específico para o descanso, mas também oferece um hiato das competições?


Esse é um momento no qual as atléticas têm a liberdade para criar iniciativas voltadas para a manutenção dos esportistas e comissão técnica, que já fazem parte da organização, e quando começa o planejamento de integração dos novos alunos, entre outros assuntos que estão diretamente ligados ao início do próximo período.


A questão central que gera a necessidade dessas iniciativas é que muitos estudantes, no período sem aulas, voltam para suas respectivas cidades, ficando longe de Uberlândia e dos treinos. As atléticas sabem disso e o quanto esse cenário reflete em uma dificuldade em manter treinos nas férias, ainda considerando que é um período sem nenhuma competição oficial.


A primeira estratégia para “driblar” esse obstáculo são os exercícios avulsos. Uma instrução presente em todas as atléticas é de que os atletas descansem mental e fisicamente, mas também compareçam sempre que puderem aos locais de treinamento, seja para manter o condicionamento físico ou receber orientações por parte das comissões técnicas.


A Monetária é uma organização que mantém suas comissões na Educa (Campus Educação Física, local de treinamento da maioria dos estudantes da UFU), independentemente da quantidade de atletas, para oferecer suporte, mesmo que pouco frequente.


O ARQ UFU conversou com alguns atletas sobre seu preparo durante esse período. De acordo com Luiz Eduardo Mais, apelidado de “Dhu Bolt”, um dos representantes da Engenharia no atletismo, um grande aliado é a disciplina.


“Durante o período de treino, sempre coloco uma meta a ser cumprida. Costumo correr na parte da manhã, por volta de umas 5h30 da madrugada, ou mais tarde, entre 17h e 20h. Geralmente, na época que não tem aula, costumo pedir ajuda e conselhos para treinadores de atletismo”, contou Luiz Eduardo.


Por outro lado, as férias nem sempre são um problema, mas sim uma oportunidade. Giovanna Bastos, atleta da Odonto e vice campeã do tênis de campo na Olimpíada UFU 2022, o período sem compromissos letivos permite um ritmo de treinos mais intenso, principalmente ao levar em conta os cursos de período integral, que é o caso da Odontologia, ainda mais para aqueles que se dividem entre várias modalidades.


Outra iniciativa muito requisitada é o incentivo ao esporte por meio das redes sociais. Com os atletas longe de Uberlândia e dos treinos habituais, surgem programas como: “Monetária sem Férias” (Monetária), “De Férias com a AAADU” (Direito), “De Férias com a Pantera” (Humanas), “Agrárias não tira Férias” (Agrárias), “Como treinar o seu Dragão” (Biológicas), “De férias com a AAAMT” (Odonto), “De Férias com a Moca” (Moca) e “Vem treinar com a Bio” (Biologia Pontal).


A estrutura das disputas é a seguinte: os estudantes postam fotos em alguma rede social praticando exercícios como corrida, crossfit, musculação, natação e outros esportes coletivos em suas cidades e marcam o perfil de sua respectiva atlética. Cada tipo de exercício vale um determinado número de pontos. Ao final, os três atletas que mais postaram ganham uma premiação, como acessórios personalizados, ingressos para festas e diversos outros bônus.


“Já demos pacote CIA [Copa Inter Atléticas], pacote dos Jogos Jurídicos, produtos e etc. Fazemos isso para fomentar o desenvolvimento físico e, para quando houver o retorno dos treinos, todos já estarem com o corpo ‘esquentado’”, relatou Leonardo Yamaguti, representante esportivo do Direito.



Uma ideia que surgiu também nesse período é a rotatividade de atletas. Pensando na montagem das equipes para o período seguinte, as atléticas já começam o trabalho de mapeamento dos formandos (ou seja, jogadores que deixarão as equipes) e ingressantes (os novatos que entrarão para preencher essas saídas).


Esse exercício é muito importante pois, com essa referência, os coordenadores esportivos podem determinar quais posições precisam de mais atletas (no caso de esportes coletivos), bem como contornar a falta de esportistas nas modalidades individuais e encontrar novos talentos.


“Tudo isso pode ser usado como um incentivo para eles [atletas]. E sobre os atletas que saem, é algo muito normal nesse meio. Mas, o que não podemos fazer é sempre depender deles, e sim pensar lá na frente, achando e criando atletas, para que, quando algum destaque individual sair, a equipe não sentir tanto assim. O nosso trabalho é também diminuir o impacto que essa pessoa vai ter ao sair do time”, disse Gabriel Schenten, diretor esportivo da Monetária.


Caio Dantas, diretor esportivo da Aplicada, também falou sobre essa reposição: “A maioria dos atletas só sai ano que vem, então a gente não vai ter tanta perda assim. Mas, vai ser bom também porque quem for ingressar já vai se preparando e treinando com a gente, participando e integrando". Ele também ressalta a importância de comparecer aos treinos mesmo para aqueles que não irão competir.


Representantes da Moca, atlética do campus Monte Carmelo, descreveram a importância do planejamento nas férias como uma oportunidade para preparar os atletas e voltar a participar de outras competições além da Olimpíada, como por exemplo a CIA, competição na qual a organização já está há dois anos sem participar competitivamente. A atlética contou que isso prejudica o entusiasmo dos atletas a continuar treinando.


Para derrubar essa barreira, a Atlética do Tigre busca realizar os campeonatos de Inter Cursos durante os períodos, que servem como um treinamento quanto como integração dos “bixos”, que serão os futuros representantes nas competições.


Durante o período letivo em que nos encontramos, o foco dos atletas têm sido a conquista da glória na Copa Inter Atléticas, como relatado por Dhu Bolt. “Dentre várias dessas competições, a que sempre mexe bastante comigo, que eu costumo me preparar com bastante foco, é a CIA. Para mim, acaba sendo um dos principais jogos universitários, pois nele surgem oportunidades de competir com grandes competidores de várias faculdades do Brasil”, afirmou o atleta.


No campus Pontal, a dificuldade não vem somente do distanciamento dos esportistas durante as férias, mas também da escassez de locais e equipamentos adequados para a prática esportiva. Logo, além das estratégias de apoio, como as redes sociais, as atléticas adotam outros métodos para incentivar o esporte.


A Biologia Pontal e seus atletas utilizam quadras públicas da cidade ou alugam quadras externas, pagando eles mesmos o aluguel do espaço. Geralmente, o dinheiro arrecadado pela atlética é usado para a compra dos equipamentos esportivos, visto que a UFU não oferece totalmente esse suporte em Ituiutaba.


Ainda assim, os atletas e outros estudantes filiados à Biologia Pontal se empenham nos treinos, visando um crescimento da atlética que, muitas vezes, sofre com esse descaso por parte da coordenação da Universidade. Essa é uma questão a ser revisada pela Divisão de Esporte e Lazer Universitário (Diesu), que pode oferecer um maior apoio à prática esportiva neste campus.


Com essas e outras iniciativas, o esporte universitário se mantém vivo ao longo de todo o ano. O zelo e a dedicação de todos os envolvidos nesse cenário esportivo em prol da continuidade das modalidades ressaltam a importância das competições na vida dos universitários, que não apenas participam ativamente, organizando e competindo, mas que também expressam seu entusiasmo nas arquibancadas a cada início de um novo torneio. 


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