Superação, paixão e persistência marcam trajetória da Invasora
- Arquibancada UFU
- 26 de fev.
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Atualizado: 17 de mar.
Poucos anos desde fundação e pandemia não foram desculpas para o desenvolvimento da bateria
Por Guilherme Vargas

¨O amor pela camisa é o que nos motiva sempre. Somos parte de algo maior do que nós mesmos", comentou Gabriel ¨Dark¨, reiterou o ex-presidente do projeto | Foto: Acervo pessoal
Do Início à consolidação
Em 2017, uma junção entre os cursos de Agronomia e a Atlética da Medicina Veterinária e Zootecnia culminou na criação da Bateria Invasora, que atua em conjunto com a Atlética Agrárias. A história do movimento sempre foi marcada por dificuldades, mas também por pessoas resilientes, que batalharam para manter a instituição viva, agitando as festas e apoiando seus atletas nas competições.
O ex-presidente Gabriel Borges, mais conhecido como Dark, relatou os problemas que enfrentou quando se tornou um membro: ¨Entre as maiores dificuldades, sempre podemos citar o financeiro e a adesão¨, afirmou. Apesar de terem um bom número de ritmistas experientes, a pandemia tornou tudo mais complicado, e naquele momento, o apoio da atlética na promoção de eventos e com a logística para campeonatos foi muito positivo.
O começo da organização contou com ritmistas de maior bagagem, que ajudaram também na idealização da Ufuteria, fato que contribuiu para o desenvolvimento de outros estudantes e subiu o nível técnico de todo o conjunto. E com os veteranos, os resultados vieram cedo: em 2017, no desafio de baterias do Diretório Central dos Estudantes (DCE), a Invasora ganhou o estandarte de melhor naipe de agogô e, no ano seguinte, o melhor naipe de caixa.
Assim como todas as áreas da universidade, o projeto também foi afetado pela pandemia da covid-19, e retornou às atividades apenas em 2022, já sem os integrantes mais velhos. Um elenco inteiro foi montado do zero, e novamente com muita ajuda, inclusive de outras baterias, um recomeço foi possível. Desde então, os integrantes que seguem no projeto e batalham diariamente para aprimorar ainda mais a qualidade dos participantes e comparecer em grandes torneios.

Dark foi presidente da associação e mestre de bateria ao mesmo tempo | Foto: Acervo pessoal
Atual Gestão
Giovanna Cirqueira, atual presidente da bateria, fez parte da reconstrução e, sempre acompanhada de Dark, se interessou desde o primeiro dia. Ela se estabeleceu na diretoria de marketing, depois na vice-presidência, até ocupar o cargo atual.
Em comparação aos esportes universitários, a adesão na área das baterias é baixa, e ela comentou sobre isso: "A maior dificuldade sempre é trazer as pessoas para o grupo. É complicado trazê-las e convencê-las de que estar dentro disso vale a pena. Por isso, temos como objetivo disseminar a cultura do samba dentro do nicho em que estamos, mas não está sendo fácil", destacou.
Fugindo do habitual, Giovanna mencionou que a grande missão e perspectiva da Invasora neste ano não são os resultados, mas sim a popularização da organização dentro da Atlética Agrárias. Assim, a pretensão é se consolidar, e fazer com que os discentes queiram entrar para ficar e somar, tornando isso algo natural e prazeroso. E então, a quantidade de torneios disputados e as boas performances serão consequências.
Muito por conta disso, a bateria vive o momento das "escolinhas", que são aulas dadas pelos mais experientes aos que estão chegando, com foco na aprendizagem de tocar e sentir os instrumentos. Isso possibilita que escolham o que mais gostaram para seguir adiante e, às vezes, atuar em mais de um âmbito. Somente em períodos próximos de competição, os ensaios de criação iniciam, e a frequência deles aumentam.
Experiências
Quando perguntados, Gabriel e Giovanna foram muito claros ao responder qual foi o momento mais marcante como membros da Invasora: o DCE de 2023. O evento é anual e organizado pela UFU. A classificação final pouco importava, subir no palco foi a maior conquista da bateria desde a sua fundação.
A inscrição para o torneio foi feita sem que houvesse o número de integrantes suficiente para tocar. A apresentação foi adaptada para os iniciantes do grupo, que eram maioria. No dia anterior, por problemas de documentação, foi realizada uma reunião extraordinária com as outras equipes e quase houve a desclassificação. No entanto, a determinação superou os obstáculos, e a Invasora performou e fez o seu melhor.
"Depois de dois anos inteiros de muito esforço para reconstruir tudo após a pandemia, tocar nesse dia foi uma sensação de realização que não consigo colocar em palavras", disse Dark.

Invasora ficou em 8º lugar na CIA de 2024, além de apoiar os atletas nos outros esportes/ Foto: Acervo pessoal
Responsabilidade e aprendizados
Ser membro de uma bateria não é fácil. Ser presidente então? Muito menos. Ao mesmo tempo, o conhecimento adquirido é gratificante. "É necessário participar de tudo, desde se reunir com os ritmistas até as reuniões de atléticas. Além disso, é preciso trazer novos alunos para o projeto e fazer com que quem já participa não perca a vontade de estar lá", declarou Giovanna.
Gabriel foi além ao expressar que estar em uma entidade acadêmica é perceber o quanto pessoas que se dedicam e gostam do que fazem são essenciais. E que, em qualquer divergência, é preciso ter em mente que o comunitário está acima do individual. Para ele, o projeto tem a função social de promover a integração da coletividade.
A presidente em exercício reforçou o ponto do ex-mestre, ao expressar que o cargo que ocupa possibilita a virtude de aprender a trabalhar em conjunto, respeitando a habilidade e a vontade de cada um, mas sem deixar que isso se torne mais relevante que o desejo do restante. Além disso, destacou a importância de evitar que questões pessoais afetem os ensaios e o rendimento dos participantes. Ela também chamou atenção para a área cultural: "Em Uberlândia, essa vertente é muito forte, então mostrar ao público o quanto o samba pode ser divertido e saudável é importante", completou.
Apoio
Ao falar sobre a ajuda – ou a falta dela – para a área das baterias dentro da universidade, foi feita uma outra abordagem. Dark elogiou outras equipes que auxiliaram a Invasora quando ela mais precisou, principalmente no período pós-pandemia. No entanto, também frisou alguns problemas enfrentados com a coordenação dos cursos, uma vez que houve várias dificuldades estruturais com a sala onde eram guardados os instrumentos e a história construída.
Já a ex-diretora de Marketing pensa que a ajuda pode vir de uma escala mais baixa. Ela acredita que os cursos poderiam convidá-los para comparecer nas recepções, permitindo que o movimento não seja dependente apenas de festas de atléticas ou em repúblicas. Giovanna alega que isso pode contribuir para construção de uma imagem diferente, mostrando que eles não se encaixam no estereótipo, injusto, colocado em cima dos universitários.
Processo seletivo
Para se tornar um membro da Invasora, basta comparecer às "escolinhas" que acontecem no campus Umuarama e estar disposto a aprender a tocar os instrumentos disponíveis. Os coordenadores de naipe são os responsáveis por ensinar, de maneira gratuita. Caso a pessoa se interesse, pode ser um ritmista da bateria.
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