Engenharia Uberlândia bate Educa e é tricampeã do handebol feminino na Olimpíada UFU
- Arquibancada UFU
- 13 de out. de 2023
- 11 min de leitura
Atualizado: 16 de out. de 2023
Educação Física é medalhista de prata e Agrárias garante o bronze após vencer a Medicina na disputa de terceiro lugar de um campeonato equilibrado
Por Mateus Batista

O rei da selva e também da Olimpíada UFU é o Leão! Com uma campanha perfeita de quatro vitórias em quatro jogos, a Engenharia Uberlândia é a grande campeã do handebol feminino, conquistando seu terceiro ouro consecutivo após vencer a Educa na grande decisão por 25 a 22. Na disputa do terceiro lugar, a Agrárias derrotou a Medicina por 20 a 16 e garantiu o bronze.
Durante sua campanha, a equipe preta e amarela entrou diretamente nas oitavas de final por conta do chaveamento. Depois disso, a Engenharia eliminou Psicologia, Direito, Agrárias e desbancou a Educa na grande decisão, repetindo o resultado de 2019.
Desde 2010, foram disputadas 11 edições dos jogos, com exceções para 2012, quando houve a greve dos servidores, e em 2020 e 2021 por conta da pandemia. Nessas 11 edições, o título foi de Educa ou Engenharia em nove oportunidades. Apenas a Agronomia em 2015 e a Moca em 2017 quebraram essa escrita.
Engenharia UDI - medalhista de ouro
Vindo como atual bicampeã, a Engenharia não poupou esforços e almejava mais uma medalha de ouro. Impulsionada pela campanha forte do ano passado, onde venceu todos os jogos marcando mais de 20 gols, a Atlética do Leão também contava com a força de sua torcida, sempre “rugindo” e vibrando nas arquibancadas do G2.
A primeira adversária foi a Psicologia, comandada por Juan Santoro, o Carioca, que atua pela equipe masculina de handebol do Leão. A Engenharia chegava para a sua estreia, enquanto a Fênix já havia atuado na competição no primeiro final de semana, perdendo para a Monetária e eliminando a Artes na repescagem.
Apesar da resistência da equipe rosa, a Engenharia UDI saiu vitoriosa com um 25 a 7 na conta, mesmo após fazer apenas 9 a 3 na primeira etapa. Com isso, o Leão garantiu a vaga para enfrentar o Direito, que havia eliminado a Engenharias e Biotecnologia de Patos nas quartas.
A Engenharia começou nervosa. Com menos de cinco minutos da primeira etapa e o placar em 3 a 2, Jhonatas Martins, técnico da equipe, pediu tempo e esbravejou com suas jogadoras, pedindo calma e tranquilidade na tomada de decisão. Com isso, a equipe preta e amarela abriu 13 a 8 na primeira etapa.
Mas o Leão não contava com o bote de um Guará valente e aguerrido. Aos poucos, o Direito foi diminuindo a sua desvantagem e conseguiu empatar a partida em 18 a 18 ainda com um minuto no relógio.
A tensão tomava conta do G2, mas o peso da camisa preta e amarela entortou o varal e as redes do gol. Com apenas cinco segundos faltando no relógio, Gabriella Inácio, estudante de Engenharia Ambiental, anotou o 19 a 18 e selou a classificação do Leão para a sua quarta semifinal consecutiva na era moderna das Olimpíadas UFU.
Nas semifinais, o duelo foi contra o Javali. A Engenharia contou com boas defesas da goleira Amanda Pires, camisa 77, e o seu poderio ofensivo para abrir 13 a 8 logo na primeira etapa, com destaque para a heroína da última partida, Gabriella.
No segundo tempo, o Leão se solidificou na defesa e não deu chances para a Agrárias. Mesmo com a expulsão de Maressa Resende, por tomar sua terceira punição de dois minutos, a Engenharia forçava os erros do Javali na construção ofensiva e aproveitava os contra-ataques para fechar o placar em 28 a 16, selando sua classificação para a decisão.
Com muitas modificações no decorrer do jogo, a equipe preta e amarela também se destacou nesse quesito. Apenas Gabriella permaneceu em quadra nesse rodízio de jogadoras. Ela destacou que a equipe tem o costume de ter uma atleta experiente na armação das tramas para acalmar os ânimos das outras jogadoras. “É extremamente importante que todas peguem o ritmo de jogo, porque a gente não sabe qual peça será necessária em cada momento. Todas são igualmente importantes e a gente precisa testar todo mundo”, completou.

Na grande decisão, o duelo foi contra a Educa, em uma das partidas mais disputadas e acirradas dessa Olimpíada. A Educa vinha de uma campanha extremamente sólida, deixando Biologia Pontal e Monetária para trás, além de despachar a Medicina na semifinal.
A partida foi muito equilibrada, com poucos erros de ambos os lados. Os dois times conseguiam converter suas chances de gol, mas ninguém abria uma vantagem significativa. Na primeira etapa, a maior diferença entre as equipes foi de duas bolas, em uma oportunidade para cada um dos lados.
A primeira etapa acabou empatada em 13 a 13, com destaques para Kelly Cristina, da Educa, e Larissa Barbosa, da Engenharia. Porém, a maior preocupação ficou com Maressa, que precisou ser substituída com muitas dores após seu joelho sair do lugar.
O segundo tempo seguiu a mesma tônica do primeiro. As equipes permaneciam próximas no placar, com a Educa conseguindo diversas jogadas pelo centro com Ana Flávia Buiatti e Maria Clara Araújo, a Cacá, enquanto a Engenharia contava com Larissa e Gabriella convertendo suas chances de todos os lugares da quadra.
Já no final da partida, a Atlética do Leão conseguiu se impor fisicamente e conseguiu abrir uma leve vantagem, especialmente após a volta de Maressa para a quadra. Com isso, a Engenharia venceu a final por 25 a 22 e conquistou a sua terceira medalha de ouro consecutiva na modalidade.
A Engenharia ainda teve Larissa Barbosa como atleta-destaque da competição. Ela marcou 14 gols no campeonato e conduziu o Leão para o título com nove gols na grande decisão. Em entrevista ao ARQ UFU, ela exaltou o trabalho a longo prazo da equipe, comandada por Jhonatas Conceição e Lucas Malveira, e os treinos realizados em preparação para a Olimpíada UFU.
“Eu sou central e, ao longo dos anos, sempre fui uma peça-chave pro nosso time e soube que poderia ter uma marcação individual em mim. Meu treinador me passou outras opções para escapar dessa marcação e foi o que aconteceu”, ressaltou.
Campanha da Engenharia: Quatro vitórias, com 97 gols feitos e 63 sofridos
Primeira fase: passou direto para as oitavas
Oitavas: Engenharia 25 x 7 Psicologia
Quartas: Engenharia 19 x 18 Direito
Semifinais: Engenharia 28 x 16 Agrárias
Final: Engenharia 25 x 22 Educação Física
Educa - medalhista de prata

O objetivo da Educa para essa Olimpíada era claro: chegar até a grande decisão após a derrota na última semifinal e buscar o título. As maiores campeãs do handebol feminino na era moderna das Olimpíadas UFU com seis títulos queriam voltar ao páreo e desbancar a Engenharia.
Antes do domínio preto e amarelo, as quadras de handebol da UFU viam o bandeirão azul e laranja no topo do pódio. Entre 2010 e 2016, foram cinco títulos em seis edições da Olimpíada, com uma interrupção apenas em 2015, quando a Atlética do Cachorro ficou com o bronze.
Na estreia contra a Biologia Pontal, a Educa não poupou esforços e venceu por 28 a 3, com dez atletas diferentes marcando gols para o time azul e laranja. Por conta de sua grande campanha no ano passado, a Educa passou direto para as quartas de final, onde enfrentou a Monetária.
O duelo foi muito parelho, com a Educa abrindo vantagem e a Monetária buscando uma virada. Após uma grande atuação defensiva do time todo, além do destaque ofensivo para Ana Flávia e Cacá, o Cachorro derrotou o Tamanduá por 21 a 15, e chegou para mais uma semifinal contra a Medicina.
Na Olimpíada de 2022, as duas equipes fizeram uma partida extremamente parelha e disputada. Porém, a Educa havia perdido por apenas uma bola: 23 a 22, levando uma virada no final da segunda etapa. Como reportado por Pedro Bueno na última edição, foi “um jogo tumultuado e um placar apertado. Uma eliminação marcante”.
Dessa vez, a equipe da FAEFI contava com Ana Flávia, devidamente inscrita em 2023. Com movimentos rápidos e muita raça, ela foi uma das principais responsáveis pela vitória marcante, e muito comemorada pela Educa, sobre as algozes do ano passado.
“Foi muito difícil. Fiquei o ano inteiro remoendo isso [a não-inscrição no ano passado]. Escutei muita bobagem da torcida adversária, e essa situação estava bem engasgada”, contou ao ARQ UFU.

Na primeira etapa, a Educa montou uma verdadeira muralha na frente de seu gol. O Cachorro se protegia dos golpes da Serpente enquanto somava gols de contra-ataque, abrindo 6 a 0 no placar, forçando o time da Med a pedir tempo para a enorme vibração da torcida e também das atletas da Educa.
O restante da partida seguiu a mesma dinâmica, mas com a Medicina se aproximando no placar, graças à uma atuação de gala da atleta-destaque da Olimpíada de 2022, Maria Júlia Padovani, autora de incríveis 17 gols nessa partida. Mas a Educa, liderada por Ana Flávia e pelas boas defesas de Rayanne dos Santos, conseguiu sua revanche e se classificou após o apito final, com 27 a 21 no placar e muita festa dentro de quadra.
“A gente sabia que não seria um jogo fácil desde o começo, até porque é a semifinal, mas acho que soubemos administrar muito bem. A gente vem de um trabalho de longo tempo para um esporte universitário, com o ano inteiro tendo o mesmo treinador e as mesmas peças, então acho que construímos essa mentalidade ao longo do tempo”, ressaltou Ana Flávia, que marcou nove gols na partida.
Mesmo com a derrota na decisão para a Engenharia, a Educa manteve sua escrita: desde o início dos registros das Olimpíadas UFU na era moderna (a partir de 2010), a Atlética da Educação Física é a única a estar presente em todos os pódios das 11 edições: são seis ouros, três pratas e dois bronzes.
Campanha da Educa: Três vitórias e uma derrota, com 98 gols feitos e 64 sofridos
Primeira fase: Educa 28 x 3 Biologia Pontal
Oitavas: passou direto por conta do chaveamento
Quartas: Educa 21 x 15 Monetária
Semifinais: Educa 27 x 21 Medicina
Final: Educa 22 x 25 Engenharia
Agrárias - medalhista de bronze

Um dos principais comentários das atletas da Agrárias após a última Olimpíada foi que elas sentiam um “gostinho de quero mais”. As atuais quartas colocadas chegaram para essa edição dos jogos na busca por uma medalha, que escapou pelos dedos do Javali no ano passado.
E seguindo com as simetrias do último ano, as duas primeiras partidas da Agrárias seguiram o mesmo roteiro: a maior goleada do torneio na estreia e a partida mais acirrada da Olimpíada na fase seguinte.
Se no ano passado o Javali fez 28 a 9 na Humanas, dessa vez a Agrárias anotou 34 a 6 na Biológicas e, por conta de sua última campanha, avançou diretamente às quartas de final para enfrentar a Exatas, que nunca havia chegado tão longe na competição.
Mesmo entrando como a grande favorita pela campanha anterior e pela novidade do time adversário, a Agrárias não teve vida fácil. No último ano, o Javali fez 16 a 15 no Direito em uma partida muito disputada e equilibrada. Mais uma vez, o roteiro do ano passado se repetiu: outro jogo apertado e de fortes emoções.
Camila Ferrari, goleira da Exatas, foi a principal jogadora da partida e teve a maior atuação individual de uma atleta nessa edição da Olimpíada. Com dificuldades para converter suas chances, a Agrárias conviveu com o adversário em vantagem por boa parte do jogo, mesmo tendo uma atuação defensiva muito forte.
Ao fim do jogo, o placar apontava uma situação inédita nos jogos desse ano: um empate. Com o 12 a 12 no marcador, as equipes se prepararam para a disputa de sete metros, onde a Agrárias saiu vencedora pelo placar de 2 a 0, garantindo a vaga para sua segunda semifinal consecutiva.
Na semi, o destino quis que o roteiro do ano passado fosse o mesmo: uma derrota para a Engenharia, dessa vez por 28 a 16, não os 20 a 13 da última edição. Porém, essa história toda de coincidências e paralelos com o passado acabou por aí.

A disputa de terceiro lugar teve uma nova adversária: a Medicina. As atuais vice-campeãs haviam caído para a Educa no dia anterior, e a Agrárias estava disposta a não apenas sentir apenas um gostinho, mas sim de saborear completamente a medalha de bronze.
A equipe verde e azul entrou em ritmo forte desde o início do jogo, abrindo 9 a 4 no placar e agitando a sua torcida. O Javali não sentia os botes da Serpente, que lutava, mas não conseguia bater de frente com o adversário “chapa quente”, como cantam os torcedores durante as partidas.
A Med ainda levou um susto quando Maju, a protagonista da equipe e uma das presidentes da atlética, deslocou o ombro em uma dividida. Andressa Resende, uma das árbitras da mesa, conseguiu recolocar o membro da armadora central da Medicina no lugar.
Após o fim da primeira etapa em 15 a 7 para o Javali, o jogo teve outra dinâmica. A Agrárias, ainda à frente do placar, via a Medicina encostando aos poucos, e a tensão começou a se instaurar no G2. O 18 a 10 até então tranquilo do Javali deu espaço para um 19 a 15, com a Medicina acreditando na virada.
Porém, o destino não quis que o roteiro do ano passado se repetisse. A Agrárias conseguiu controlar os ânimos e encerrar a partida com uma vitória por 20 a 16, finalmente podendo saborear o que tanto sonharam no ano passado: uma medalha.
Gabriela Cardoso, estudante de Veterinária, exaltou as novas jogadoras da equipe e também o trabalho da equipe como um todo, especialmente na questão da dedicação. “A gente tentou esquecer ao máximo, pensar nas outras conquistas da atlética como um todo. Cada jogo é um jogo, e o objetivo é sempre dar nosso melhor dentro de quadra”, complementou.
Além disso, ela também contou a origem de seu apelido: MST. “Eu entrei na sexta chamada e estava alojada na casa de um amigo meu da Biologia. Quando fui conhecer meus veteranos, eles me perguntaram onde eu morava, e eu falava que não tinha casa, então eles me deram esse apelido”, contou Gabriela, de forma bem-humorada.
Campanha da Agrárias: três vitórias e uma derrota, com 82 gols feitos e 62 sofridos
Primeira fase: Agrárias 34 x 6 Biológicas
Oitavas: passou direto por conta do chaveamento
Quartas: Agrárias 12 (2) x (0) 12 Exatas
Semifinais: Agrárias 16 x 28 Engenharia
Disputa de terceiro lugar: Agrárias 20 x 16 Medicina
Medicina - quarto lugar

Depois do vice ano passado, a Medicina queria mais. Porém, com a evolução das outras equipes e um elenco em rejuvenescimento, com diversas “bixetes” em sua primeira Olimpíada, a campanha foi inferior à da última edição.
A Serpente começou a competição da UFU de maneira positiva, derrotando a Fisioterapia na primeira fase por 24 a 12, com show de Rilary Lorrane, camisa 12 do time e estreante na competição com a camisa da Med.
Assim como a Agrárias e a Educa, a Medicina avançou direto para as quartas de final devido ao chaveamento, onde enfrentou a Humanas e deu show: 21 a 3, com direito a um tempo inteiro sem ser vazada pelas adversárias de roxo e preto.
Na semifinal, a Serpente teve outra adversária para lidar além da Educa: uma festa de formatura, que ocorreu no mesmo dia da partida. Com isso, algumas das atletas mais experientes no elenco não compareceram ao jogo, com exceção de Maju, que está no sexto período de Medicina.
Mesmo assim, a Med apresentou certa resistência à adversária, que veio com sangue nos olhos e muita vontade de vencer por conta do ano anterior. Porém, nem os 17 gols de Maju, recorde nesta edição da Olimpíada, foram suficientes para impedir a derrota por 27 a 21.
Na disputa do bronze, a receita foi a mesma: a equipe saiu em desvantagem no placar e estava nervosa em quadra, mas foi ganhando força aos poucos. Mesmo assim, não foi o bastante para impedir uma nova derrota. Dessa vez, um 20 a 16 contra a Agrárias, que deixou a Med sem medalha no handebol feminino da Olimpíada esse ano.
Porém, isso não abalou a jovem equipe da Medicina. Rilary Lorrane contou que a equipe já sabia, desde o início, que o campeonato seria difícil e exaltou a campanha da Serpente, apontando que o time conta com muitas atletas novas e algumas formandas que não puderam jogar algumas partidas.
“No geral, falamos que nosso objetivo é trabalhar nossos erros e solucionar nossas dificuldades para manter esse rendimento e, no próximo ano, buscar o primeiro lugar de igual para igual com as outras equipes”, completou.
Campanha da Medicina: duas vitórias e duas derrotas, com 82 gols feitos e 62 sofridos
Primeira fase: Medicina 24 x 12 Fisio
Oitavas: passou direto por conta do chaveamento
Quartas: Medicina 21 x 3 Humanas
Semifinal: Medicina 21 x 27 Educa
Disputa de terceiro lugar: Medicina 16 x 20 Agrárias
Classificação final
Engenharia Uberlândia
Educação Física
Agrárias
Medicina
Direito
Monetária
Exatas
Humanas
Psicologia
Engenharias e Biotecnologia de Patos
Moca
Odontologia
Aplicada
Fisioterapia
Artes
Biologia Pontal
Biológicas
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