Em vai e vem de atletas entre várias modalidades, a Biológicas até desistiu de esportes, mas ganhou outras modalidades mesmo com várias lesões
Por Felipe Domingos
Se a expectativa da Biológicas era alcançar uma boa colocação na Copa Inter Atléticas, a CIA, deste ano, pode se dizer que eles conseguiram ir ao objetivo, pois conquistaram a melhor colocação da atlética no evento que aconteceu entre 8 e 11 de junho desse mês, em Uberaba.
Após subir da extinta quarta divisão em 2019 e se manter na terceira em 2022, a Biológicas foi ao CIA 2023 com a missão de alcançar uma boa colocação pensando nas próximas edições, como relatou os representantes da atlética antes do torneio iniciar.
A sétima colocação deste ano garantiu a eles a melhor campanha de sua recente história, como destacou o presidente Pedro Pitelli. “Foi a melhor classificação da Biológicas. A gente sabe que estamos no caminho certo, e é isso que importa”
A expectativa de medalhar nos esportes coletivos se mostrou realidade nas três medalhas desta edição. A atlética conquistou o ouro na peteca masculina com os atletas Pedro Pitelli (Biologia), Othavio Reis (Biotecnologia) e Allan Paes (Biotecnologia), além de duas pratas nas modalidades femininas de handebol e futsal.
A história da Biológicas na CIA 2023
Mas nem tudo foram flores esse ano para a Biológicas. O uso de poliatletas prejudicou o desempenho em várias modalidades e causou estresse em atletas e treinadores.
Como vários jogos aconteciam simultaneamente, ou com espaço de tempo muito curto de um compromisso para outro, em diferentes modalidades, por vezes os atletas da Biológicas tiveram de abandonar as partidas para se direcionar até outras arenas, mesmo que estivessem bem ou ganhando as partidas, como foi o caso do xadrez e tênis de mesa. A perda desses pontos no final de cada dia custou caro para a atlética.
Outro fator importante para um desempenho que poderia ter sido melhor foi a perda por lesão de alguns jogadores ao longo da competição. Esse foi o caso do handebol feminino, como relatado pela estudante de Biotecnologia, Maíra de Sá Nogueira. “Se não tivessem meninas do time titular do handebol machucadas, a gente iria ganhar a final. Eu chorei muito porque a gente não ganhou o ouro. Mas também, eu lembrei que a gente ganhou prata e foi uma conquista muito, muito boa”.
Outro caso a se destacar foram as “não marcação de faltas” nos jogos do futsal feminino como reclamou Maira. “Eu percebi que o árbitro que estava apitando a semifinal não estava marcando as faltas. Tinham meninas machucadas dos dois times. A Carolina Nobre até levou um chute perto do olho e o juiz não marcou falta. Foi um dia bem tenso, ambos os times estavam bem abalados com o que aconteceu.”
Mesmo assim, as meninas do Umuarama conseguiram ganhar o jogo da semifinal e disputar a final no último dia de evento. A Biológicas acabou derrotada por 5 a 4 pela Engenharia PUC e levou a prata para casa.
Os destaques da Biológicas na CIA 2023
A peteca era uma das esperanças da atlética para medalhar e ajudar na busca por uma boa colocação, assim como tinha sido na última edição da CIA - quando ficou em segundo lugar -, e as expectativas foram atendidas e superadas com a medalha de ouro no masculino.
O trio formado por Pedro Pitelli (Biologia), Othavio Reis (Biotecnologia) e Allan Paes (Biotecnologia) jogou a final contra a PUC Poços de Caldas e ganhou por 2 a 0. Pitelli, que além de atleta é presidente da atlética, falou sobre a emoção de ser campeão da modalidade.
“Foram três jogos muito bons. Tinha jogo que parecia que estava ganho, tinha jogo que parecia que estava perdido. Foi uma sensação muito boa. Todo mundo gosta de ganhar. A gente sabia que o nosso time tinha muito potencial. A gente tava com essa esperança, com essa meta, com esse objetivo. E quando veio foi uma sensação difícil de explicar, só de trazer o que agente visava foi uma sensação muito incrível. Valeu cada treino, cada correria, cada caos”
Othavio Reis, já experiente na modalidade, sendo bicampeão brasileiro e pentacampeão mineiro, completou a fala do presidente e parceiro de equipe.
“O CIA foi incrível. A gente bateu nossa meta. Para quem a gente tinha perdido no ano passado, a Med Paracatu, subiu e foram campeões lá também (na peteca masculina da segunda divisão). Esse ano, a gente entrou esperando uma surpresa, que a gente poderia encontrar um pessoal que não conhecia. Eu acho que por isso, a gente conseguiu não dar chance para os adversários jogarem. A gente jogou do zero até o ponto 25 sempre pensando que a qualquer momento eles poderiam nos surpreender. Foi isso que fez a gente ganhar”
Um ponto a se destacar foi a polivalência dos atletas, como Flavya Gomes, estudante de Biologia, que se machucou ainda em Uberlândia e continuou jogando. “Esse ano foi de muita superação e força de vontade. Ainda em Uberlândia, eu torci o pé esquerdo, enquanto a gente estava jogando basquete contra a Odonto. No primeiro dia da CIA, eu joguei de tornozeleira para firmar mais o pé e evitar que acontecesse mais alguma coisa e eu ficasse fora das quadras”
Mesmo assim Flavya não se deixou abater e foi para a competição com a força de vontade de um dragão do sangue azul, como o mascote da atlética.
“No dia da final, eu me machuquei e não era nem o segundo tempo de jogo. O primeiro ponto negativo foi a falha do árbitro. Eu sei que faltas desse jeito acontecem, mas se o árbitro não tivesse feito tanta vista grossa, muitas das nossas atletas estariam melhores. Eu estava sentindo muita dor na virilha, mesmo assim eu continuei jogando, falei que não ia sair. Eu fiquei muito feliz porque a gente ganhou a prata no futsal, só de ter conseguido chegar bem, próximo do nosso objetivo, eu fiquei satisfeita.
A multiatleta, que se superou na CIA, seguiu falando sobre a sua situação na competição. “Para jogar o handebol eu estava totalmente esgotada, cansada, com dor na perna e tudo mais. Eu estava jogando com a joelheira porque tinha me machucado no jogo de sexta. Eu estava toda roxa, e, mesmo assim, eu entrei para tentar ajudar, só que eu não estava conseguindo jogar tão bem. Isso é bem frustrante, mas ter conseguido as duas pratas me deixou muito aliviada“
Agora a Biológicas se prepara para disputar a competição novamente na terceira divisão em 2024, buscando um acesso à divisão superior. Mas antes disso, a Biológicas tem compromisso marcado já para setembro, entre os dias 7 a 10, na disputa do JUC, os Jogos Universitários de Catalão 2023.
Resultados da Biológicas na CIA 2023
Medalhas de ouro - 1º lugar
Peteca masculina
Medalhas de prata - 2º lugar
Futsal feminino
Handebol feminino
Ficha técnica da Biológicas
Nome: Associação Atlética Acadêmica Biológicas UFU
Apelido: Biológicas ou Bio
Mascote: Dragão
Fundação: 2017
Campus da UFU: Umuarama - Uberlândia
Sede na UFU: sala 108B, bloco 8C
Cursos da atlética: Ciências Biológicas, Biomedicina e Biotecnologia
Presidente: Pedro Pitelli
Diretor de esporte: Mariana Magalhães e Pedro Henrique
Primeira participação na CIA: 2019
Melhor campanha na CIA: 7° lugar na 3°divisão em 2023
Campanha na CIA em 2023: 7° lugar na 3°divisão
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